27 de julho de 2025 às 07:50
VITRINES DA ALMA
Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no programa Show de Domingo do dia 27 de julho de 2025.
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Já notaram que a vitrine de uma
loja revela aquilo que pode fazer brilhar os olhos dos clientes, bem como seus
desejos e aspirações? Paralelamente agimos também como vitrines, não
necessariamente para vender um produto, tão somente, uma imagem. Este tema
norteará a nossa reflexão de hoje!
Não precisa ser um bom profissional
para montar uma vitrine bem criativa, de repente pesquisar as estações, as
modas do momento e o que a loja teria de muito atrativo. O lojista precisa
ficar atento à alguns detalhes, como não exagerar nas suas performances e nem
acreditar que o seu gosto é o melhor que tem. Uma espiada na concorrência
também ajuda a ter ideias e, logicamente, a opinião das pessoas. A vendedora
tem que ser a mais natural possível, nada de desejar enfiar peças na clientela
com convencimentos carregados de falsidades. A intenção de comprar está sempre
atrelada às condições financeiras, bem como a gostos e modismo, embora esta
regra não seja universal. Infelizmente existe muita gente que é consumista e
acaba comprando logo de imediato na primeira abordagem. Depois da pandemia, uma
grande concorrente surgiu: a internet. A facilidade da compra virtual acomodou
bastante o comprador e a visita à loja física passou ser mais rara. Com isto, o
lojista precisou utilizar outras ferramentas para atrair a clientela e um dos
caminhos escolhidos foi a utilização das redes e as mídias sociais. Informar os
produtos pela internet ajuda os clientes na questão das ofertas, embora, é
claro que os veículos de rádio e televisão continuam tendo a sua importância. A
diferença se encontra no fato de que a internet faz a propaganda momentaneamente,
o internauta viu, se informou e o anúncio caduca de imediato, enquanto aquele
tão antigo radinho que cada vez se encontra mais atual, tem o poder de martelar
a propaganda e vencer o cliente pela persistência. Em Bom Sucesso, muitos
lojistas concordam e compartilham esta ideia.
Até agora, só falamos de lojas
de vestuário, mas todo o comercio varejista precisa divulgar os seus produtos
brilhando os olhos de quem compra. Da mesma forma que a fome se intensifica
vendo a propaganda de um prato carregado de variedades apetitosas, a vontade de
comprar também surge a partir do momento em que o marketing seja atrativo, essa
teoria é simples e muito verdadeira. Quem não anuncia, não vende! Esta máxima
se estende também à visualização. O produto pode ser simples, mas quando o
comprador recebe uma motivação, não pensa duas vezes. A sociedade consumista
utiliza estas ferramentas para convencer as pessoas a adquirir até mesmo aquilo
que não esteja necessitando.
Vamos considerar que uma boa
vitrine precisa utilizar também uma boa iluminação. Parece meio lógico, mas há
uma boa explicação. A penumbra proporciona melancolia, desânimo e por aí vai. A
luz ajuda no convencimento, e reforça a notoriedade. Mesmo sendo um pleonasmo,
diria que a Luz nasceu para brilhar! Uma vitrine que utiliza deste recurso, sem
muito exagero, logicamente, mostra mais eficiência e beleza nos seus produtos.
Pois bem, vamos mudar
radicalmente o nosso foco agora, mais ou menos parecido com aqueles dizeres: "mudar
de assunto, sem sair dele!". Até
agora direcionamos a nossa reflexão para o lado comercial, mas, diríamos que
precisamos preocupar com a nossa vitrine pessoal. Vou explicar melhor,
precisamos também vender a nossa imagem! Parece absurdo este pensamento, mas é
real! Vivemos em uma sociedade onde precisamos mostrar quem somos e para que
viemos. A coletividade se apoia nesta máxima. Deixar a nossa vitrine bem bacana
não significa a utilização de maquiagens exageradas ou inúmeras cirurgias
estéticas, mas, tão somente revelar o nosso lado bom. Vender a nossa imagem é
mostrar que possuímos virtudes e elas precisam ser utilizadas em prol de todos.
A comercialização do nosso "EU" seria o oferecimento dos nossos dons e, em
contrapartida, receber os dos outros. A convivência subtende-se estas trocas. A
pessoa egoísta, rancorosa e mal-amada esconde sua vitrine para não permitir que
os outros vejam o seu possível lado bom. Por outro lado, quem é amável,
prestativo e sociável faz questão de mostrar a todos suas dádivas, mesmo
sabendo que poderá receber críticas, mas não se deixa abater pelos pessimistas
e invejosos. A escritora Duda Kauã já dizia: "A vida é igual uma vitrine, o que
você expõe nela é o que virão procurar".
Normalmente as vitrines são por
trás de um vidro, o objetivo é garantir a segurança, sem tirar a visão. Também
temos as nossas roldanas. Em crônicas passadas trabalhamos temas como as
máscaras do nosso dia a dia, bem como a importância dos nossos olhos, além do
lado físico. Somos uma verdadeira
máquina de inteligência de serventia própria como para os outros. Não é todo
dia que temos condições de revelar o nosso lado lindo e maravilhoso, às vezes
não temos muita coisa a oferecer, mas não podemos recair. Quando falávamos das
máscaras, citamos que para cada situação temos uma diferente e isto não quer
dizer que estamos sendo falsos, tão somente, procurando agradar. Já os nossos
olhos são sinceros, eles não permitem nenhuma possibilidade de disfarce. Quando
alguém quer escondê-lo, usa óculos escuro, mas não consegue nunca o falsificar.
Vimos assim, que a nossa
vitrine pessoal tem muito a ver com a nossa alma! Quando uma loja exibe pelos
vidros de entrada os seus produtos é para convidar a todos para entrar e
conhecer o que tem de melhor por dentro. Assim somos nós, o nosso coração e a
nossa bondade são revelados por tudo o que deixamos transparecer.
Encerremos então com uma fala
bem legal da escritora Rosa Alexia: "Sou como uma vitrine: Alguns param,
observam e nada levam. Alguns nem sequer olham e seguem. Há aqueles que até
levam algo. E como toda vitrine, eu exponho o que tenho de valor. Algumas
coisas não agradam a muitos, outras sim. E não se pode pagar por tudo que há em
mim... Imagino que seja por não haver nada que pague pela grandeza que há por
trás desta minha transparência".
Fonte: CLIENT