Estamos nos aproximando do tempo do ADVENTO. Para a Igreja estamos já no fim do ano litúrgico e exatamente por este motivo, as leituras apresentam um clima de encerramento de um ciclo, onde Jesus trabalha muitas recomendações e chegando mesmo a citar o fim do mundo. Este assunto é um tanto quanto intrigante e é exatamente ele que norteará a nossa reflexão de hoje.

Vejam os dizeres de Jesus baseado na versão dos evangelistas: "Tenham cuidado para que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome e enganarão a muitos. Quando ouvirem falar de guerras, não fiquem inquietos. Isto tem de acontecer, mas não será o fim. As nações levantar-se-ão uma contra as outras e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos e isso será apenas o começo dos horrores que hão de vir. Tenham cuidado! Um irmão entregará o outro à morte, bem como aos seus pais. Muitos o odiarão por causa do meu nome, mas quem resistir ao o fim, será salvo. Serão dias de horror, como nunca houve desde o começo da criação de Deus, nem nunca mais se tornará a ver coisa igual". Apresentamos aqui um pequeno compilado, o texto é muito maior, enquanto falava, todos ficavam atônitos até que alguém resolver indagar: "Mas, Senhor, quando tudo isto irá acontecer? Quando será o fim?". Jesus deixou claro: "Eu não sei, os anjos não sabem, apenas Deus é quem sabe". Em outros momentos ele ainda comentou sobre o julgamento final, onde aconteceria a escolha dos salvos e a condenação dos demais. Estranho foi ele ter dito que depois de tantas tragédias, o fim chegaria e a questão é que já passamos por tantas desgraças neste mundo, como a peste negra, perseguições no período medieval, pandemias e mais pandemias, guerras e mais guerras e por aí vai. Será que o fim está próximo assim? Mas já se passaram mais de dois mil anos, Jesus estaria blefando? Na homilia do Padre Leandro no último domingo as 17 horas na Capela de São José, sabiamente ele comentou que, mais do que preocupar com o fim do mundo, faz-se necessário voltar a nossa atenção para o nosso fim. Nós não sabemos quando morreremos, pode ser daqui a cem anos, bem como daqui a cinco minutos, assim o melhor a fazer é exatamente o que o próprio Jesus disse quando utilizou as lanternas das noivas na parábola, vigiar sempre. Há quem diga que prefere ter uma vida de prazeres mundanos e quando estiver perto da morte, confessar, redimir e tornar-se temente à Deus para conseguir a salvação. A ideia até que não é ruim, mas, e se não der tempo? Tem gente que agoniza bastante antes da morte, mas sabemos que o infarto fulminante é uma realidade e não permite sequer a pessoa despedir-se dos seus entes queridos.

Vigiar sempre, visando a salvação! Este é o segredo de sucesso! A proposta do tempo do Advento que está para começar, chama a nossa atenção para as coisas de Deus. Infelizmente o mundo tem agradado muito mais com seus atrativos e prazeres, fazendo com que as pessoas afastem daquilo que de fato vai garantir a sua entrada no céu. Seguir o caminho da fé, não subtende-se necessariamente abandonar todo tipo de diversão e de lazer, tão somente saber mesclar e ter consciência dos atos. Vimos pela trajetória de Jesus que ele mesmo tinha momentos de entretenimento e convivência alegre com os seus discípulos, um bom exemplo foi as Bodas de Caná. Geralmente nos mosteiros a entrega é intensa, mas, fora, há a possibilidade de viver divertidamente sem abandonar a fidelidade àquilo que lhe garantirá a salvação. Padre João Carlos Ribeiro, comentando a parábola das virgens com suas lamparinas, disse: "Estar vigilante é como não deixar o óleo faltar para manter a lamparina acesa. Identifique, na sua vida, que óleo não pode faltar pra você se manter vigilante à espera do encontro com o Senhor". Cada um deve se organizar para não desagradar a Deus!

O CANTOR CRISTÃO, canta uma linda música de autoria de Alfredo Henrique da Silva que muito enriquece a nossa reflexão, acompanhemos: "Bem de manhã embora o céu sereno pareça um dia calmo anunciar, vigia e ora o coração pequeno. Um temporal pode abrigar, bem de manhã e sem cessar. Vigiar sim e orar. Ao meio dia e quando os sons da terra abafam mais de Deus a voz de amor, recorre à oração, evita a guerra e goza paz com o Senhor. Bem de manhã e sem cessar, vigiar sim e orar. Do dia ao fim após os teus lidares relembra as bênçãos do celeste amor e conta a Deus prazeres e pesares, deixando em suas mãos a dor. Bem de manhã e sem cessar, vigiar sim e orar e sem cessar, vigia a cada instante, que o inimigo ataca sem parar. Só com Jesus em comunhão constante é que o fiel vai triunfar. Bem de manhã e sem cessar, vigiar sim e orar!".

É chato dizer, mas o número de tementes a Deus não está tão impressionante como devia. Em crônicas passadas, apresentamos a realidade católica de Bom Sucesso, acompanhemos: temos no nosso Santuário, 4 celebrações no final de semana, se em cada uma delas tiver 500 pessoas, teremos duas mil pessoas indo à missa, celebra-se também na São José e Nossa Senhora das Mercês e periodicamente nas demais capelas, inclusive no meio rural, acrescentemos também as pessoas doentes que não conseguem ir na igreja, de maneira muito otimista, diríamos que temos 4 mil católicos, se acrescentarmos o número de evangélicos, poderíamos chegar a cinco mil. Vamos considerar que a nossa cidade tenha aproximadamente 20 mil habitantes, concluímos então que apenas ¼ dos bom-sucessenses participam de fato da igreja e isto é muito preocupante, praticamente 15 mil pessoas podem até se declarar cristãos, mas não o são verdadeiramente. Citamos estes dados de Bom Sucesso, mas, no Brasil inteiro a realidade não é diferente. O Advento é um tempo de esperança, expectativa, conversão e preparação para a vinda de Cristo. Neste período, faz-se necessário atentar-se pela salvação e a renovação da fé, da vigilância para não ser pego despreparado e a dar importância à preparação do coração para a chegada do Salvador.

Chegamos a mais uma conclusão! Hoje já preparando o espírito para o período do Advento! Comparar este final de ano litúrgico ao fim dos tempos, tem o propósito de causar, de fato, um impacto. Faz-se necessário as pessoas voltarem a atenção para os seus atos, verificar os seus pecados, procurar se redimir e procurar mais intensamente as coisas de Deus. Reforçando, mais que preocupar com o fim, convém preocupar com o nosso fim, como não sabemos quando será, melhor é viver na paz, na oração, na caridade e fundamentalmente, na temência a Deus!.

Fonte: CLIENT