17 de setembro de 2023 às 07:40

SANTA CRUZ DE NOSSA EXALTAÇÃO!

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 17 de setembro de 2023 no programa Show de Domingo

Crédito:opusdei.org

Nesta semana celebramos a EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ. Em outros momentos já trabalhamos este assunto, mas é muito interessante renovar os nossos conhecimentos para entendermos o tema e valorizar este símbolo cristão de tanta expressividade. Foi por intermédio da cruz que Jesus se entregou em prol da nossa salvação e hoje somos convidados a carregar a nossa também sem temer e desanimar!

No fundo é estranho enaltecermos um instrumento que proporcionou o sofrimento de Jesus, seria como guardar de lembrança a faca que teria matado um amigo, mas aqui é diferente, a cruz perpassa um simples madeiro de tortura, foi por intermédio dela que o nosso Mestre e Senhor chegou no auge dos seus limites físicos em prol da salvação da humanidade. Ele tinha poder para renunciar a tudo aquilo, mas não o fez. O próprio Pilatos havia lhe oferecido uma oportunidade de defesa, mas Jesus acreditava que o seu gesto faria grande sentido para aquele povo e para todas as gerações seguintes. Por essas e outras que ela se tornou um símbolo religioso precioso dos cristãos. O calvário era reservado aos piores condenados e conseguiram ver o Filho de Deus como um deles, simplesmente por pregar o amor e ir contra as autoridades da época. Analisando juridicamente, é extremamente injustificável a sua condenação, ainda mais com tanto requinte de crueldade, uma pessoa comum certamente morreria antes de chegar na crucificação, mas Jesus era forte e essa fortaleza ultrapassava o quesito físico, as suas forças vinham da sua filosofia, dos seus propósitos, da sua condição, das suas orações, dos seus milagres realizados, dos demônios expulsados, das pessoas convertidas e do amor de Deus. É até difícil entender porque tudo aquilo estava acontecendo. Certamente enquanto apanhava e se submetia a tantos sofrimentos, ficava olhando para os lados e procurando respostas. Como podia aquelas pessoas que foram curadas, alimentadas, evangelizadas, enfim, beneficiadas com sua presença agora rindo, caçoando, se divertindo e vislumbrando da desgraça àquele que conseguiu provar ser o profeta prometido, o verdadeiro filho de Deus? Se aquela cruz tivesse vida, certamente recusaria acolher um homem tão justo  e julgado como um criminoso. Ela que antes era apenas uma madeira extraída de uma árvore que nasceu, cresceu e evoluiu às custas da natureza a que São Francisco de Assis chamava de irmã. Natureza essa que se mostra potente, viva e dependente dos mistérios divinos. Com certeza aquela madeira transformada em cruz chorou ao ser obrigada agir daquela forma e sob essa análise conseguimos entender a sua santificação ao chamá-la de Santa Cruz. 

É muito interessante o hábito de benzer-se fazendo o sinal da cruz no corpo para reforçar as bênçãos de Deus. Faz parte do cristão também venerar o crucifixo e adotá-lo como protetor dos lares e locais de trabalho, bem como no uso de pingentes, cordões, pulseiras, brincos e camisetas. Durante muito tempo ele era utilizado também nas repartições públicas e salas de aula, mas a galera dos "mi mi mi", baseado no conceito de estado laico, solicitou a retirada com alegação de incômodo aos descrentes. Enquanto cristãos aceitamos a ideia de que, onde retiram Deus, o demônio ocupa e faz festa. Exatamente por isso temos assistido a muitas catástrofes e conflitos sociais enquanto acontece esse distanciamento dos assuntos divinos.

A exaltação à Santa Cruz nos proporciona defesa, proteção e reconhecimento da nossa subalternidade. Assim rezamos: "Deus todo poderoso, que sofreste a morte sobre a madeira sagrada, por todos os nossos pecados sede comigo, Santa Cruz de Jesus Cristo, compadecei-vos de nós, Santa Cruz de Jesus Cristo, compadecei-vos de mim, Santa Cruz de Jesus Cristo, sede a minha esperança". Muito conhecido também a Oração da Cruz Sagrada de São Bento: "A Cruz Sagrada seja minha luz, não seja o dragão meu guia, retira-te satanás, nunca me aconselhe coisas vãs, é mau o que tu me ofereces, bebe tu mesmo do teu veneno. Salve Cruz verdadeira, santificada por Jesus Cristo que em ti morreu para nos salvar".

O site da Canção Nova apresentou a origem desta festa. Tudo começou em Jerusalém no dia 13 de setembro de 335, no aniversário da dedicação das duas igrejas construídas por Constantino, uma sobre o Gólgota e a outra perto do Santo Sepulcro, após a descoberta das relíquias da cruz por Helena, a mãe do imperador. A cruz, instrumento da mais terrível das torturas recebeu a proibição de uso pelo imperador no ano de 320. Em 614, o rei dos persas travou uma guerra contra os romanos. Depois de derrotar Jerusalém, levou consigo, entre os diversos tesouros, também a cruz de Jesus. O imperador romano propôs um pacto que foi recusado. Diante da negação, entrou em guerra e venceu, pedindo a restituição da cruz que a levou de volta a Jerusalém. Neste dia da Exaltação da Santa Cruz, não acontece a glorificação da crueldade vivida por Jesus, mas o amor de Deus manifestado aos homens pelo episódio da via crucis.

Jesus carregou a sua cruz demasiadamente pesada com os pecados do mundo inteiro. Hoje costumamos sofrer carregando a nossa e muitas vezes reclamamos muito, isso quando não pensamos em desistir. Como somos fracos! Para todos os efeitos, Deus, na sua infinita bondade, concede os anjos para nos ajudar e, claro, não carregar para nós. A partir do momento em que podemos contar com o auxílio divino, ela não deixa de ficar pesada, mas nos fortificamos e tiramos de letra este desafio. Para finalizar, atentemo-nos no que disse Santa Teresa Benedita da Cruz: "A cruz não é um fim em si mesma: ela eleva-nos para as alturas e revela-nos as realidades superiores. Por isso ela não é somente um símbolo, ela é a arma poderosa de Cristo".

Fonte: CLIENT

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