O propósito primordial do tema de hoje não será necessariamente criticar a modernidade e muito menor enfocar os robôs japoneses amplamente mostrados nos filmes de ficção, mas analisar a questão do ser humano que por diversas vezes tem ficado em segundo plano. Bom, vamos entender melhor com o desenrolar das palavras.

Para início de conversa vamos parafrasear o saudoso Charles Chaplim no filme O GRANDE DITADOR, quando disse a seguinte frase no seu último discurso: "... não sois máquinas, homem é que sois...". Noutras crônicas já comentamos sobre o que aconteceu com os novos tempos tendo a tecnologia como suporte. Ela chegou para abafar e dominar a situação. É certo que ela proporcionou a comodidade e praticidade em quase tudo. Parece estranho mas de repente aconteceu uma reviravolta repentina e como num estalo de dedo o mundo entrou numa era absurdamente diferente. Pode até ser que, diante de tantas novidades o tempo dá a impressão estar correndo muito mais. O avanço tecnológico está se modificando na mesma velocidade do piscar de olhos, a tal ponto de ser pesado para nós enquanto humanos carregados de limitações acompanhar. O mundo virtual que age de maneira invisível tornou-se o guia da humanidade. Hoje é possível falar em dinheiro não físico, aquisições de bens não materiais e uma realidade profetizada pela família Jetsons, um desenho animado que teve seu primeiro episódio no ano de 1962 que apresentava pessoas participantes de um mundo futurista. Pra época era algo totalmente sem sentido acreditar que seria possível veículos voadores, aparelho de telefone móvel, imagens pela TV em tempo real com alta resolução e uma leva de aparelhos domésticos que funcionariam sozinhos. Pois é, parecia uma profecia. Outra boa ficção foi a obra DE VOLTA PARA O FUTURO, onde um professor cientista meio atrapalhado com o seu aluno extremamente animado entra num carro futurista e faz uma viagem tanto para o passado como para o futuro, no conteúdo muitas revelações também foram feitas. Chegamos então à conclusão que tudo isto que estamos vivendo já teria sido anunciado ou pensado. O próprio visionário Leonardo Da Vinci, um renascentista do século XV criou pinturas com projetos de um helicóptero, submarino e por ai vai. Se pararmos para pensar, dá um pouco de medo só de pensar no que mais poderá vir a acontecer.

É exatamente neste ponto que gostaria de reforçar a nossa reflexão. Tudo o que é criado pelo bem estar da humanidade vem de uma mente humana. Os computadores podem ser o pivô de tudo, mas foi inventando por um homem. Podem existir robôs inteligentíssimos, mas por trás dele tem alguém. Enfim, este ser criado por Deus de acordo com os escritos do Livro de Gênesis não pode ser colocado em segundo plano. Nos últimos anos a população mundial tem crescido muito e nem por isto a preocupação com esta causa. A pobreza ainda prolifera mesmo em países ricos com a economia concentrada no petróleo. As guerras que dizimaram pessoas marcaram uma época em que o poder sobrepunha à condição humana. A desigualdade social tem sido a principal característica do capitalismo moderno, nela concentra um distanciamento econômico sem peso de consciência onde os beneficiados alegam superioridade por ter conseguido conquistar o espaço, enquanto os demais não podem ter a mesma chance. Como fazer para que todos possam ter acesso às mesmas oportunidades? Perguntinha complicada de responder exatamente porque muita gente tem o coração duro e não tem nenhum interesse de ver determinadas mudanças.

Outro ponto que merece atenção é a questão das novas modalidades de emprego. Muitos entraram em extinção, alguns estão entrando e outros, com certeza encontrarão surpresas no futuro. Há quem diga que faz-se necessário modernizar para se adaptar, mas esta afirmativa é muito fácil para os mais novos, os que não conseguem se atualizar, encontrarão tempos sombrios. Alguns já estão sentindo na pele como os carteiros, fotógrafos, cobradores de ônibus, datilógrafo, operador de mimeógrafo, telefonista, lojistas que insistem vender como antigamente, dentre outros. Até mesmo na roça  a modernização já chegou e colocou o sertanejo com a barba de molho. Como será então o futuro? Quais profissões ainda se depararão com extinção ou modificação? Quais os projetos sociais estão sendo trabalhados em favor daqueles que não conseguirem se adaptar? Pode ser que alguém queira arriscar a utilização da aposentadoria, mas a cada época, mais tarde se aposenta. Pelo menos espera-se que a sociedade se empenhe nas crianças para que o futuro seja mais interessante.

Jesus certa vez disse: "No mundo tereis aflições, coragem, eu venci o mundo" (João 16,33). Sem nenhuma sombra de dúvida, reforçar a intimidade com Deus neste momento seria o melhor caminho para amenizar a situação. O problema é que quanto mais o homem evolui, mais ele quer ser soberano e fugir dos assuntos relacionados à sua salvação. O número de pessoas que se dizem cristãs é cada dia menor. Este Deus humano cobra muito, talvez melhor seria possuir um robotizado como fez o povo Hebreu que estava sendo conduzido por Moisés à terra prometida e quando se deparou com sua ausência, criou um bezerro de ouro para ser adorado.

Este tema merece novas discussões! Para se ter uma ideia nem sequer entramos numa área conhecida como METAVERSO, terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. Acreditamos que toda inovação tecnológica é louvável, desde que nunca aconteça a desvalorização do ser humano. Que os corações das pessoas continuem com suas principais funções que são os sentimentos, o amor fraterno, a caridade e a atenção aos mais necessitados.

Fonte: CLIENT