05 de novembro de 2023 às 07:56

REFLETINDO SOBRE A MORTE!

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 05 de novembro de 2023 no programa Show de Domingo

Crédito:Canção Nova

Mais uma vez, Finados! E de novo vamos conversar sobre o assunto. Por incrível que pareça é muito interessante falar sobre a morte quando queremos compreender a vida. Nem o nosso nascimento foi tão certo quanto será morrer, assim, o máximo que podemos fazer é viver intensamente cada momento, até mesmo porque não sabemos quando será o nosso último dia.

A nossa cultura não nos preparou para encará-la de frente. A morte de um ente querido nos desespera por saber que nunca mais vamos encontrá-lo, vê-lo, sentir seu afeto, enfim, viver ao seu lado. Outro fator que deixa todo mundo desconsertado é quanto ao pós-morte. É estranho como o ser humano tão excelso e dotado de uma inteligência capaz de tudo, transformar-se numa pilha de ossos sem saber o que acontecerá com sua alma. Olha que ainda é possível encontrar pessoas se achando superioras às outras menosprezando de maneira absurda sem medir as consequências. Jesus chamava estas pessoas de sepulcros caiados, aqueles que são de uma enorme simpatia de fora e por dentro só podridão. Certa vez na Grécia antiga, o filósofo Diógenes estava olhando para um monte de ossos empilhados no chão quando chegou o Imperador Alexandre, o Grande, que lhe perguntou o que estava fazendo, ao que respondeu o cínico: Estou tentando diferenciar qual é a ossada de vosso pai e as dos escravos dele". Ousadia total, não é? Mas é verdade! Se fosse preciso desmanchar o cemitério e tirar de lá toda a ossada e se por acaso juntasse-os todos, ninguém conseguiria separar qual pertenceria ao médico, ao pedreiro, ao negro, ao branco, ao pobre, ao rico, ao cristão, ao ateu, enfim, seriam apenas ossos. Neste ponto faz-se necessário reforçar a ideia de que o que importa é o que vivemos fisicamente ou material compartilhando o amor próprio e com próximo. A alma seria outra história que vamos começar a tratar agora.

Pois bem, embora respeitamos, não vamos aqui abordar a teoria espírita. Algumas precisam ser melhor apuradas, mas, dentro do ponto de vista religioso, adotemos o que disse Santo Agostinho: "A vida do corpo é a alma, a vida da alma é Deus". Também o grandioso mestre Jesus: "De que serve ao homem conquistar o mundo inteiro se perder a alma?". Não tem como negar que a alma gerencia o cérebro bem como comanda o coração em todos os sentidos. Assim, ela ocupa uma posição de preferência e importância em relação ao corpo e àquela parte do cérebro que só vê o mundo pelo lado artificial. Como não sabemos que fim levará a alma na morte, é melhor não ousar com uma vida de devaneios.

Mas, fica aqui o dilema... Será que morrer é bom ou ruim? Até que se prove o contrário, ninguém voltou para falar, assim, fiquemos nós com as deduções. Na Bíblia encontramos a passagem (Romanos, 6,23) que o salário do pecado é a morte. Qual seria a intenção de São Paulo com essas palavras? Que a vida vale a pena ser vivida e que ela se estende ao reino dos céus para quem acredita na ressurreição e os que ignoram, viverão como mortos. Para esses, o pecado os distancia de Deus, fazendo com que a vida não valha a pena. Mas, voltando à pergunta, morrer acreditando na salvação e na ideia de que apenas estaremos retornando para o colo daquele que nos enviou não deve ser tão ruim assim, enquanto perceber-se condenado, a morte pode sim ser interpretada como sofrimento.  

Os profissionais que lidam com a morte agem friamente no momento em que deparam com algum defunto que não lhe seja íntimo, são os enfermeiros, médicos, legistas, agentes funerários, coveiros, dentre outros. Não que não possuam sentimentos, mas tudo já se tornou tão normal que eles interpretam a morte de maneira natural, bem diferente do resto da população que chora, se contorce, se deprime e acha Deus injusto. Estas pessoas são ideais para explicar o que seria o fim do corpo físico, mas talvez teriam dificuldade de falar de alma, espírito, céu, inferno, purgatório, etc. Quando Jesus disse que era melhor juntar tesouro no céu, porque na terra a traça come e o ladrão rouba, ele estava mostrando que de fato existe sim este lugar misterioso que vai acolher as pessoas de bem quando terminarem o seu período aqui na terra.

Ainda voltando ao fato se morrer é bom ou ruim, diria que não há outro jeito, a morte precisa acontecer, quer queiramos ou não. Imaginem se sociedade fosse imortal, a bem da verdade, é difícil imaginar. Esta renovação acontece até mesmo com as plantas, animais e seres inanimados. Bom seria que a nossa cultura pudesse contribuir com esta nossa visão de morte, porque um dia ela vai acontecer com nós ou com os outros. Às vezes até penso que as pessoas já estão conseguindo enxergar esta realidade, será que a pandemia também influenciou? É algo a ser analisado. Mas, voltando ao assunto, quem morre não volta e os entes que ficaram continuam com suas vidas, é claro que sofrem no dia ou nos dias, mas tão logo a ficha cai, alguns ajustes acontecem na família, empresa ou no ambiente que vivia o falecido e o mundo não vai e nem pode parar por causa disso. 

Já querendo partir para a finalização, a lição que podemos tirar é que a vida e a morte caminham juntas, elas são grandes parceiras e bobo de nós que sofremos por causa disso. Justiça seja feita, o que deixa muita gente triste são as mortes inusitadas, aí não tem jeito, mas para quem acredita em Deus, verá que ele não teve culpa desta antecipação, mas está atento ao sofrimento da família e oferecendo seus anjos para ajudar no que for preciso. Viver intensamente cada momento cuidando de si, dos outros e da fé com muito amor nos fará compreender todos estes mistérios e caso não consigamos, pelo menos não seremos atormentados com este bombardeio de teorias que apontam para todos os lados e não chegam em lugar nenhum. Que Nossa Senhora da Boa Morte que é a mesma que a Nossa Senhora das Graças esteja do nosso lado aqui na terra, como no céu!

Fonte: CLIENT

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