27 de maio de 2025 às 11:49

PROCURANDO ME ENCONTRAR!

Crônica de Elias Daniel de Oliveira ,lida e interpretada por Evaldo Carvalho no programa Show de Domingo no dia 25/05/2025.

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Crédito:innerselfterapias

A inspiração para a crônica de hoje veio de duas músicas clássicas do popular brasileiro, a primeira consagrada por Cartola: "Preciso me Encontrar", a outra de José Augusto, intitulada: "Me esqueci de viver", o nosso propósito é refletir acerca do aproveitamento de cada instante do nosso tempo, porque ele é curto e nos prega peças.

Doutras vezes falamos sobre o tempo, que tem como grande inspirador o fantástico Santo Agostinho de Hipona, a ele é atribuído o seguinte trava-línguas: "o tempo perguntou para o tempo, quanto tempo o tempo tem, o tempo, respondeu para o tempo, que o tempo tem tão tempo, que o tempo, não sabe quanto tempo, o tempo tem". O filósofo ressaltava que o nosso tempo é tão curto que ele parece nem existir, quando você diz: "Agora é presente", a frase já virou passado. Como lição, temos: faz-se necessário aproveitar cada instante da nossa vida, porque ela é rápida demais e não nos dá tempo de consertar o que ficou errado, que o diga a obra UM DIA VOCÊ APRENDE, atribuída a Wilian Shakespeare: "Um dia você aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para, para que você o conserte, o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores".

Vamos então à primeira canção inspiradora da nossa crônica. O cantor Cartola interpreta PRECISO ME ENCONTRAR, assim ele desabafa: "Deixe-me ir preciso andar, vou por aí a procurar rir pra não chorar. Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar. Eu quero nascer e quero viver, deixe-me ir preciso andar, vou por aí a procurar rir pra não chorar. Se alguém por mim te perguntar, diga que eu só vou voltar depois que me encontrar. Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer e quero viver". São muitos momentos que precisamos nos dar uma chance. Por diversas vezes somos cruéis e muito exigentes com nós mesmos, o nosso cérebro não suporta tanta pressão e nos convida sempre a andar com um pé de cada vez, já dizia o velho ditado: "A pressa é inimiga da perfeição". Notem que o cantor propõe uma pausa no excesso de atividades para sentir a natureza ao redor, apesar de precisar sempre caminhar. Tem vezes que focamos em um único sentido ou direção e ignoramos os prazeres da vida, que nem sempre precisam ser caros e difíceis, mas simples, humildes e significativos. Ao procurar se encontrar, o autor mostra que as pessoas têm o hábito de se procurar nos lugares mais complicados, no entanto esta busca pode ser mais tranquila que se imagina, sugerimos, inclusive, o coração, não há lugar mais recomendável do que ele para entender a vida.

Na segunda canção, vamos nos apoiar em José Augusto, com a música ME ESQUECI DE VIVER, acompanhemos: "De tanto correr pela vida sem rumo, esqueci que na vida se vive um momento, de tanto querer ser em tudo o primeiro, esqueci de viver os detalhes pequenos, de tanto brincar com os meus sentimentos, vivendo de aplausos, envolto em sonhos, de tanto cantar minhas canções ao vento, já não sou como eu fui, já não sei o que sinto, me esqueci de viver! De tanto cantar ao amor e à vida, eu fiquei sem amor uma noite de um dia, de tanto brincar com quem eu mais queria, eu perdi sem querer o melhor que eu tinha, de tanto ocultar a verdade com mentiras enganei sem saber que era eu quem perdia, de tanto esperar o que eu nunca oferecia, hoje eu vivo a chorar o que eu sempre temia, me esqueci de viver! De tanto correr pra roubar tempo ao tempo, esquecendo até dos melhores amigos, de tanto lutar sem pensar no fracasso, descobri sem querer que eu vivi sem motivo, me esqueci de viver!".

 Nota-se uma ligação entre as duas obras, mesmo que os cantores não tenham entrado em contato, ambas foram escritas próximas (1976 e 1979). Cartola retrata a necessidade de se encontrar, enquanto José Augusto mostra que de tanto o ser humano se ocupar com tantas coisas, esquece-se de viver. Nas duas, percebe-se um vazio existencial digno de observação, embora os nossos olhos sejam sempre direcionados para frente, ele é esférico e na parceria com o cérebro, consegue enxergar outros pontos que rapidamente são memorizados pelo inconsciente e diante de tantas informações, precisa ser policiado para não gerar estafa e preocupações desnecessárias. Esta reflexão mostra que, de tanto voltar a atenção para assuntos sérios, esquecemos do simples: viver. Viver não é tão complicado assim, se tiver dificuldades, consiga um tutorial com as crianças, elas sabem muito bem como aproveitar cada instante. As preocupações não podem ocupar o maior espaço das nossas mentes, até mesmo porque, as soluções existem e basta serem administradas. De posse desta narrativa, entendemos facilmente a canção de José Augusto: De tanto preocupar com um monte de coisas triviais, esqueço de viver!

Uma frase muito interessante que já usamos em outras crônicas, cujo autor desconheço, muito contribui para a nossa reflexão: "A vida é semelhante a um caderno com páginas em branco, ou você escreve nestas páginas ou outros farão isso por e contra você". Precisamos sempre nos encontrar e nunca esquecer de viver. Todos os dias recebemos uma nova chance de começar tudo de novo ou melhorar aquilo que estava enguiçado, para isso, Deus nos dá a sabedoria suficiente para não sofremos tanto. O escritor Daniel Defoe já dizia: "O grau mais elevado da sabedoria humana é saber adaptar o seu caráter às circunstâncias e ficar interiormente calmo, apesar das tempestades exteriores".

Chegamos a mais um final! Hoje aprendendo que viver é muito simples, basta dar uma chance a nós mesmos! Os músicos que nos inspiraram pareciam estar depressivos ou chateados com o cotidiano, mas propuseram soluções par amenizar a dor. Assim também precisamos fazer, problemas sempre temos e teremos, mas eles não podem ser maiores que a nossa vontade de resolvê-los. Quanto ao aproveitamento do tempo, levemos a sério esta realidade, amemos mais, aproveitemos a vida, reclamemos menos e alegremos com os pequenos gestos. Nós não sabemos quando será o nosso último dia, cada instante precisa ter o mesmo valor do ouro. Ao me encontrar, viverei mais intensamente!

Fonte: CLIENT

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