21 de janeiro de 2024 às 07:45

PRECISAMOS SALVAR O MUNDO

Crônica lida e interpretada por Evaldo Carvalho no programa SHOW DE DOMINGO do dia 21/01/2024

Crédito:jornaldacrianca.com.br

O mundo nos pertence e cabe a nós cuidar dele. O problema é que alguns se acham mais donos que os outros, fazendo com que haja separações e desigualdades. Sem querer blasfemar contra a criatura que Deus pôs na terra, o ser humano parece ter vindo com defeito, como pode o anjo da perdição ter conseguido tantas forças? Pois bem, vamos refletir hoje sobre esse assunto.

Muitos acontecimentos são assustadores, ficamos perplexos e chegando até mesmo duvidar da racionalidade humana. Ao invés de cuidar um do outro, as pessoas têm preferido pisar para fazer valer o seu egocentrismo. Sabemos, inclusive, que esta narrativa não é de hoje, quando Jesus fazia a sua peregrinação para mostrar o caminho do bem, era a todo momento perseguido pelos fariseus que o criticava e corria atrás de motivos para condená-lo. O fim físico do Filho de Deus foi um absurdo, ele foi pareado com um bandido e o povo preferiu libertar Barrabás. Eram pessoas alienadas e conduzidas por mentes sombrias e defensoras do inimigo. Para a filosofia, um ser alienado é aquele que perde a real noção de sua identidade e valor e diante de uma mente vazia, alguém ou o sistema assume o comando. Tem muita gente agindo assim, entre alienados e alienantes encontramos pessoas que aprovam o aborto mesmo sabendo que é um assassinato de um ser inocente, racistas que defendem a subalternidade dos negros, pedófilos que não respeitam sequer uma criança, traficantes de drogas que enriquecem às custas da desgraça das pessoas, corruptos que tem como prazer ver o seu país no caos em beneficio próprio, ideológicos sociais que criam modismos para enganar os menos avisados e por vai. 

Para nos motivar, utilizemos a música SAL DA TERRA de Beto Guedes, assim o músico expressa: "Anda, quero te dizer nenhum segredo, falo desse chão da nossa casa, vem que tá na hora de arrumar. Tempo, quero viver mais duzentos anos, quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir. Vamos precisar de todo mundo, para banir do mundo a opressão para construir a vida nova, vamos precisar de muito amor, a felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver. A paz da terra, amor. O sal na terra. Terra, és o mais bonito dos planetas. Estão de maltratando por dinheiro. Tu que és a nave nossa irmã. Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois. Para melhor construir a vida nova, é só repartir melhor o pão. Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois. Deixa fluir o amor. Deixa crescer o amor. Pena que pena, que coisa bonita. O sal da terra". Quanta sabedoria nesta canção gravada no ano de 1981 em parceria de Ronaldo Bastos e Beto Guedes! A sua letra convida a todos para o resgate dos valores, expõe a valorização da união para amenizar os problemas, fala de paz e da necessidade de cuidar do planeta, das pessoas, de banir a opressão e viver para ser feliz. Quando Jesus falava do sal da terra, ele queria dizer que não podemos ser insonsos, sem graça ou vazios, o mundo precisa de garra, no sentido de não se deixar abater, também de amor, harmonia e entendimento. Interessante que a música foi criada em pleno período da ditadura brasileira, talvez por isso a conclamação: "banir do mundo a opressão para construir a vida nova, vamos precisar de muito amor, a felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver". É possível também enxergar a preocupação com a natureza. Por muitas outras crônicas passadas comentamos sobre o assunto que é percebido pela frase: "Terra, és o mais bonito dos planetas". Quando os autores falam do chão da nossa casa que está na hora de arrumar, ele tenta mostrar que nunca é tarde para mudar o rumo das coisas. E é claro que, sem nenhuma sombra de dúvidas, a mudança somente virá se colocarmos Deus à frente de tudo. Numa das citações, encontramos: "estão te maltratando por dinheiro" e isso é muito triste. Como vivemos num mundo capitalista, não tem como vivermos sem as cifras, mas, não podemos endeusar o dinheiro como se ele fosse mais importante que o ser humano. Já que temos dependência dele, que ele seja abençoado. Nunca permita que a ganância sobreponha o prazer de viver e conviver. Está no meio da música, mas poderia ser a conclusão a frase: "Tempo, quero viver mais duzentos anos, quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir". Quanta sabedoria! Se for para viver bem, que seja por muitos anos.

O saudoso Charles Chaplin no filme "O GRANDE DITADOR", apresenta uns dizeres que bem enriquece a nossa reflexão: "Todos nós queremos ajudar uns aos outros. O ser humano é assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo, não para o sofrimento. Não queremos odiar e desprezar uns aos outros. Neste mundo há lugar para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. O estilo de vida poderia ser livre e belo, mas nós perdemos o caminho. A ganância envenenou a alma do homem, criou uma barreira entre o ódio e nos guiou no caminho de assassinato e sofrimento. Desenvolvemos a velocidade, mas nos fechamos em nós mesmos. A máquina, que produz a abundância, nos deixou em necessidade. Nosso conhecimento nos fez cínicos; nossa inteligência nos fez cruéis e severos. Pensamos demais e sentimos muito pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de gentileza e bondade. Sem essas virtudes, a vida será violenta e tudo será perdido".

O "salvar o mundo", proposto no título, ultrapassa hoje o quesito natureza, mas utiliza a ética e a vontade de ver uma mudança em que todas as pessoas possam se amar mais e a partir daí, também o meio em que vive. Mais do que apenas existir, precisamos de humanidade. Por incrível que pareça, quanto mais o homem fica inteligente, mais atitudes bestas ele pratica. Como Chaplin disse, somos muito mais do que as máquinas, somos criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus e o que ele mais quer de nós é que cuidemos uns dos outros e não o contrário. Quando todos se atinarem para esta lógica, o mundo não mais terá guerras, assassinatos, roubos, crimes, ódio e ganância. Tudo bem que é muito complicado nos assemelhar aos anjos, mas pelo menos poderíamos viver melhor e proporcionar um mundo mais interessante!

Fonte: CLIENT

comentários

Estúdio Ao Vivo