07 de setembro de 2025 às 07:43
POLITICAMENTE CORRETO E INCORRETO
Crônica lida e interpretada por Evaldo Carvalho no programa Show de Domingo do dia 07 de setembro de 2025.
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Diante das comemorações
cívicas, concentraremos neste tema para conhecer um pouco o nosso contexto
histórico para tentar entender o momento atual e ter uma ideia de como será o
futuro. Somos dependentes da política e não podemos permitir que a politicagem
estrague a nossa civilidade.
O Brasil é um país de enorme
extensão territorial que acomoda várias culturas, costumes e uma privilegiada
agricultura, temos tecnologia invejada por muitas nações, o nosso clima é
maravilhoso com poucas catástrofes naturais e o nosso povo é muito unido,
caridoso, religioso e trabalhador, logicamente com algumas exceções. Infelizmente
muitos administradores incompetentes pela história ficaram a desejar,
proporcionando nos dias atuais problemas sociais terríveis que poderiam ter
sido evitados. O envolvimento em política ultrapassa o quesito voto e
seriedade, os candidatos e eleitores se exaltam tanto que às vezes ficam
irracionais e acabam elegendo pessoas que pensam mais em si do que nos
brasileiros. Nisto, assistimos o alto escalão do governo compreendendo os três
poderes recebendo salários exorbitantes, enquanto os trabalhadores precisam se
desdobrar com um salário mínimo tão pequeno. O grande número de ministérios,
secretarias e repartições abarrotados de assessores, alguns deles fantasmas,
proporciona um descrédito sem medidas no povo, deixando-o desacreditado em dias
melhores.
A situação política de países
de primeiro mundo serve de comparação para perceber o nosso lado retrógrado. A
Suíça, por exemplo, possuiu um forte sistema político de centro-direita e
democracia direta, sem definição de direita e esquerda. A população vota em
referendos sobre diversas questões. A economia é liberal voltada para o mercado
e há uma estabilidade política que se baseia na participação direta do cidadão.
As brigas partidárias no Brasil acarretam
desentendimento nas famílias, entre os amigos, no trabalho, enfim, na
sociedade. Nem sempre os candidatos são tão fiéis aos seus partidos e nem às
suas propostas, mas os eleitores exageram como no futebol e acabam escolhendo
alguém que, de repente, não tem competência, mas é querido. Também no Brasil,
muitos optam por praticar o voto de revolta, aquele candidato que não apresenta
proposta nenhuma e entra no páreo por brincadeira, piadinhas, por boniteza, por
ser estrela e por aí vai. É claro que mesmo os sérios têm pisado na bola, mas
cabe à população escolher com sabedoria e muito mais, cobrar deles atuação
efetiva no cargo.
Pela história do nosso país,
nos deparamos com a chegada invasiva dos portugueses que sacanearam com os
nativos e saquearam a nossa riqueza natural e mineral. Os Portugueses não
tinham interesses de colonização, tão somente, exploração, até que, diante da
invasão napoleônica, a sede administrativa de Portugal foi transferida para o
Brasil sob a regência de Dom João VI. Por aqui criou o Banco do Brasil,
Biblioteca Nacional, escolas, universidade, enfim, deixou o Rio de Janeiro com
cara de cidade. Quando Napoleão Bonaparte enfrentou a sua derrocada, o monarca
foi obrigado a voltar para o seu país de origem, deixando por aqui o seu filho
Pedro que, muito a contragosto, aceitou ficar. Vale lembrar que ele era aquele
típico rapaz sem juízo que não tinha nenhum perfil para administrar a nação,
mas, visando notoriedade, aceitou. Por exigência do seu pai, foi obrigado a se
casar com Maria Leopoldina, uma princesa austríaca que ele conheceu no altar,
embora houvesse já casado por procuração seis meses antes. Negligenciando o seu
casamento, o imperador mantinha a sua vida boêmia, tendo, inclusive, um filho
homem com uma amante, a Marquesa de Santos, além das quatro filhas com a sua
verdadeira esposa. Com a morte de Dom João VI no ano de 1826, Pedro I mudou-se
para Portugal para assumir o trono, deixando seu filho de então cinco anos para
governar o Brasil. Sem condições para atuar, sendo ainda criança, três
regências se revezaram até que resolveram antecipar a sua maioridade e aos 14
anos Dom Pedro II assume em definitivo o governo da nossa nação por 50 anos.
Neste período a grande maioria da população era composta por negros escravos
que não possuíam dinheiro para comprar os produtos ingleses, sendo assim,
muitas críticas vinham da Inglaterra que dominava o Brasil depois de ter
emprestado dinheiro para a proclamação de Independência no ano de 1822. Muitos
episódios marcaram a queda de Dom Pedro II, como a abolição da escravatura, a
Guerra do Paraguai, o desgaste do governo e a pressão inglesa. No ano de 1889,
o Brasil se torna republicano, marcando uma nova fase da história.
Comentamos apenas o período
monárquico, mas a república também foi carregada de histórias sinistras. Vê-se
que, muitos problemas políticos e sociais dos dias de hoje são causados por
anos de história desconsertada. Nas grandes cidades, as favelas são bons
exemplos da falta de controle habitacional do passado. A própria criminalidade,
financiada por inúmeras facções, é resultado de uma política que não contemplou
o tema e deixou ficar do jeito que está hoje. Na política, por incrível que
pareça, prospera ainda um pouco do antigo coronelismo, deixando a nação com
diversos problemas sociais. Com esta análise do passado e presente, o futuro
fica meio incerto e carregado de dúvidas e expectativas.
Um bom caminho, com direção ao
bom funcionamento do país, seria a despreocupação acirrada com o esquerdismo e
direitismo, a ideia é que os próximos governantes e legisladores possam atuar
de maneira sábia para todos os lados. As secretarias e ministérios poderiam ser
todas técnicas ao invés de contemplar privilegiados políticos. Uma nação é como
uma empresa que precisa ser administrada visando crescer sempre para o bem de
todos e não com sentimentalismo para agradar amigos e parceiros.
Chegamos a mais final, hoje abordando as certezas e incertezas da nossa política. Nestas comemorações voltadas à civilidade, que possamos valorizar a nossa terra e batalhar para termos um futuro melhor para se viver, onde os administradores e legisladores sejam mais sábios e complacentes com as causas sociais.
Fonte: CLIENT