04 de julho de 2021 às 08:18
PEDRO E PAULO, OS DOIS PILARES DA IGREJA CATÓLICA
Crônica de Elias Daniel na Solenidade de São Pedro e São Paulo do ano de 2021

Celebramos nesta semana os dois
pilares da igreja, São Pedro e São Paulo. Pela crônica de hoje vamos conhecer
um pouco da história destes dois santos que foram cruciais para o projeto de
Jesus na fundação da nova Igreja prenunciada no Antigo Testamento. Ambos
tiveram suas fraquezas que se transformaram em fortaleza depois que conheceram
o Mestre em situações bem diferentes. Pois bem... Vamos então desfrutar de mais
um tema para nossa reflexão!
Jesus Cristo agiu de maneira
bastante revolucionária aos costumes daquela época. As autoridades religiosas
tinha conhecimento das antigas escrituras e aguardavam a vinda do filho de
Deus, mas não daquele jeito! Desde o seu nascimento ao ambiente em que morou,
sempre foi alvo de dúvida por parte dos escribas e fariseus. Ao escolher a sua
equipe de trabalho foi bastante ousado. Todos imaginavam que pudessem pegar
grandes oradores, entendedores dos escritos antigos, líderes, religiosos e por
ai vai. Mas Jesus preferiu pessoas bem humildes, mas que possuíam qualidades que
só ele conseguia enxergar. Um deles o nosso primeiro personagem, o PEDRO. Pense
num homem grosseiro, de pouco conhecimento intelectual e ao mesmo tempo muito
simples. Jesus conseguiu enxergar nele capacidade de liderança, amorosidade,
vontade de trabalhar e fidelidade, apesar de tudo. O Paulo, convertido bem mais
tarde, era um soldado romano, perseguidor de cristãos, fiel ao seu escudo e
obediente aos seus superiores. Pois Jesus não teve a menor dúvida que seria ele
um bom apóstolo para proporcionar a conversão nas pessoas.
Os tempos eram difíceis e a não
aceitação da filosofia cristã era uma realidade. Fazia necessário preparar a
sua equipe, haja vista nenhum deles possuir conhecimento bíblico ou condições
de evangelização. Quando Jesus pregava às multidões, principalmente usando
parábolas para facilitar a compreensão, eles eram os primeiros a pedir para
repetir ou explicar melhor. É do conhecimento de todos que o Pedro, que fora
escolhido para ser o líder da turma, tornando-se o primeiro papa, foi o
primeiro a negá-lo quando foi abordado no Sinédrio. Mas Jesus confiava e tinha
certeza que depois da vinda do Espírito Santo tudo seria diferente. Acredito
que a queda do Paulo do cavalo foi o caminho mais rápido usado pelos céus para
conter um soldado que tinha a função de dizimar os cristãos, a começar pelos
apóstolos. Uma vez no chão, por que não trazê-lo para ser um dos propagadores
da fé cristã? O livro Atos dos Apóstolos conta que ele ficou cego e precisou de
um mestre para mostrar-lhe quem foi Jesus. Depois da transformação, o recém
convertido foi procurar Pedro para fazer parte da turma, mas não foi bem
aceito. É compreensível a dúvida dos discípulos, não fazia muito tempo aquele
homem queria matá-los, sabe lá se não era uma cilada? É provável que Paulo
entendeu a desconfiança deles e seguiu seu caminho sozinho pregando e
contribuindo para a proliferação da fé. Em todos os lugares que passava fundava
uma igreja e mantinha suas cartas para continuar as instruções e recomendações.
Dois pequenos momentos em que
podemos notar o diferencial nestes dois santos que deve ter encantado a Deus
foram os seguintes: Certa vez Jesus indagou aos discípulos: “O que dizem os homens que eu sou. A resposta
veio... Uns dizem que você é Elias, outros, um dos profetas... E para vocês? Quem
sou eu? Pedro levantou o dedo e respondeu: TU ÉS O CRISTO, O FILHO DE DEUS
VIVO!”. Aquele homem grosseiro e que não aparentava conhecimento algum
disse algo vindo do fundo do seu coração e o Mestre então percebeu que
progressos estavam sendo alcançados. Quanto ao Paulo, que foi testado e passou
por percalços, foi injuriado, perseguido e contrariado disse uma frase muito
interessante que serve até mesmo pra nós quando nos encontramos na mesma situação:
“Por amor a Cristo, regozijo-me nas
fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias.
Pois quando sou fraco aí é que sou forte!”.
O site do Vaticano comenta que
estes dois apóstolos são sempre lembrados como inseparáveis, mas eram dois
homens profundamente diferentes um do outro. O temperamento de Pedro era
instintivo, cheio de paixão, de ímpeto e de maravilha. O outro mais rigoroso,
metódico. Nas fraquezas de Pedro temos a negação de Jesus por três vezes e na
de Paulo o propósito impetuoso de perseguir os cristãos. Mas ambos abraçaram a
fé e mudaram de vida. Associar os dois resume simbolicamente significados
básicos e complementares como os de fé e doutrina, ciência e poder e representa
a unidade da Igreja.
Para encerrar, vamos nos apoiar nas falas do
Papa Francisco: “Nas suas quedas, Pedro e
Paulo descobriram a força da misericórdia do Senhor, que os regenerou. No seu
perdão encontraram uma paz e alegria irreprimíveis. Com o mal que fizeram,
poderiam viver com sentimentos de culpa: quantas vezes terá Pedro pensado na
sua negação! Quantos escrúpulos para Paulo, que fizera mal a tantas pessoas
inocentes. Humanamente faliram; mas encontraram um amor maior do que os seus
fracassos, um perdão tão forte que curava até os seus sentimentos de culpa. Só
quando experimentamos o perdão de Deus é que renascemos verdadeiramente.
Recomeça-se daqui: o perdão. Reencontramo-nos a nós mesmo aqui: na confissão
dos nossos pecados”. Que esta
celebração nos fortaleça e nos faça reconhecer que Deus é misericordioso e que
tem um propósito pra nós, independente das nossas fraquezas.
Fonte: CLIENT