17 de outubro de 2021 às 07:35

OS DESAFIOS DOS ATUAIS PROFESSORES

Crônica de Elias Daniel em função do dia dos Professores. Lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 17 de outubro de 2021, Programa Show de Domingo.

Crédito:Eduardo RS/Pixabay/Reprodução

No último dia 15 celebrou-se o DIA DOS PROFESSORES e esta data não pode passar despercebida. Ninguém tem como negar a importância desta área que tanto contribui para a construção da humanidade, mesmo com salários tão modestos. Com a pandemia uma reestruturação foi necessária na sua maneira de trabalhar obrigando-os a se modernizar e a encarar as novidades que estão por vir.

Trata-se de um verdadeiro sacerdócio. Só quem sente na pele consegue perceber. O seu tratamento com os alunos ultrapassa o ato de lecionar, por muitas vezes ocupa o papel de pai, mãe, psicólogo, orientador, guia religioso e por ai vai. É um verdadeiro amor à causa. Eles até usam destes artifícios para conseguir o seu maior intento, o de passar conhecimento. Para os alunos eles não têm vida social, não adoecem, não tem sentimentos, são como ídolos em que se pode contar sempre, principalmente nos momentos de aperto com notas. Os professores podem até lembrar poucos nomes de alunos, embora não esquecem as fisionomias, mas os alunos sempre terão lembranças dos seus mestres. Acerca desta profissão, a escritora Cora Coralina dizia: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende com o que ensina”. Esta realidade é muito interessante porque acontece uma via de mão dupla onde professores e alunos trocam conhecimentos a partir da convivência.

Já há muito tempo têm acontecido alguns movimentos em prol da modernidade na educação. Falava-se em levar a tecnologia para a sala de aula com o objetivo de substituir o antigo “quadro, cuspe e giz”. Não que tenha acontecido resistências, mas os diálogos eram sempre os mesmos, a necessidade de mudar também o ambiente físico bem detonado e por que não dizer, o salário dos profissionais. Com a pandemia acabou acontecendo esta aceleração, independente se haveria estrutura ou não. De repente os professores foram obrigados a dar aulas dentro de suas casas e os alunos precisaram se adaptar também com a internet. Muitos nem tinham celulares que pudesse corresponder, precisram providenciar ou usar os dos pais, mas aos trancos e barrancos a coisa fluiu, não com o sucesso esperado, mas as escolas continuaram funcionando de maneira virtual. Os alunos da zona rural onde não conseguiam o acesso à internet precisou se adaptar com os textos impressos.

Por falar em mudanças, a Escola Estadual Antônio Carlos de Carvalho em Bom Sucesso está sendo piloto numa novidade para o Ensino Médio que acontecerá a partir de 2022 nas escolas públicas. Trata-se da utilização do tempo integral com o objetivo de colocar os alunos mais tempo na escola e com isto proporcionar-lhes mais conhecimentos e preparação para o pós médio. O NOVO ENSINO MÉDIO é um verdadeiro desafio. Ele tem o objetivo de deixar mais atraente o ato de ir à escola onde acontecerão os anseios dos jovens. A tarefa é construir um desenho que implemente o currículo referência em conjunto com a organização curricular mais flexível que propõe novas perspectivas aos estudantes. As disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática terão uma carga horária maior e outros segmentos se juntarão à grade, como o Projeto de Vida e as Eletivas, Os estudantes terão ainda aulas de introdução às áreas do conhecimento e ao mundo do trabalho que será construído pelos jovens durante os três anos para ajudá-los a ter uma boa percepção dos horizontes após a conclusão do curso.

As experiências vividas em Bom Sucesso estão sendo muito interessantes, embora o sucesso não seja ainda maior em decorrência da pandemia que não permitiu as aulas presenciais. Os professores fizeram cursos para trabalhar com este novo modelo de ensino e tinha tudo para dar certo. Ainda assim foi possível contar com atividades exitosas. Olhando pelo lado de fora, certamente muitos dirão que os alunos já encontram dificuldades de ficar na escola num único período, quanto mais o dia inteiro. Mas a escola ficou surpreendida com o sucesso do pouco tempo presencial que aconteceu. Os alunos curtiram o novo método. Não seria necessariamente ficar dois turnos assentados numa cadeira dura olhando para um professor na frente de um quadro de giz. As aulas e atividades são muito diversificadas e os alunos se sentem em casa com merendas sadias durante todo o período. A aquisição de conhecimento encontrou uma nova maneira ser repassada. Foi incrível. As horas passavam voando e por incrível que pareça as infrequências diminuíram para surpresa dos professores e equipe pedagógica.

Com a pandemia os alunos e professores precisaram se desdobrar, mas ainda assim as aulas aconteceram e a escola conseguiu provar para a Secretaria Estadual de Educação que o projeto é viável e conseguirá mudar os índices negativos que vinham assolando as estatísticas do passado. Não tem como negar que a solução mais poderosa para consertar os problemas sociais do mundo é, sem sombra de dúvidas, a educação. O ano de 2022 promete! Na graça de Deus e com um controle quase total deste vírus as aulas retornarão na sua normalidade e os alunos poderão usufruir destas mudanças para garantir um futuro melhor para eles e suas famílias. Pelos bastidores é possível perceber uma grande vontade de voltar para o convívio das salas de aulas por partes dos estudantes como dos professores. Esta nova roupagem ampliará a maneira de ensinar e aprender.

Chegamos a mais um final, hoje tratando dos desafios dos professores com o novo modelo de exercer o seu sacerdócio. Rubem Alves já dizia que “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuaremos a estar juntos naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais!”.  Que Deus abençoe todos os educadores e ainda mais os governantes para que possam reconhecer cada vez mais o seu valor!

Fonte: CLIENT

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