18 de dezembro de 2022 às 07:48

O VIZINHO NOSSO DE CADA DIA!

Crônica de Elias Daniel de Oliveira lida e interpretada por Evaldo Carvalho no Programa Show de Domingo do dia 18 de dezembro de 2022

Crédito:redehumanizasus.net

O dia do Vizinho é comemorado em 23 de dezembro e como não gostamos de desperdiçar tema, vamos cair de braçadas no assunto em busca de uma boa lição! Martin Luther King já dizia: "O bom vizinho olha além dos incidentes exteriores e distingue aquelas qualidades interiores que fazem de todos os homens humanos e, portanto, irmãos".

Ninguém nasceu para viver sozinho, vivemos numa eterna coletividade. Até mesmo o eremita que insiste na sua individualidade morando solitariamente nas montanhas já dependeu de alguém para nascer ou pelo menos para dar notícia de sua existência. Desde a antiguidade o homem já se mostrava necessitado da convivência. Trata-se de algo natural que traz benefícios e malefícios, dependendo da forma como seja abordada. Ao falar de vizinhança, vem à mente apenas os de rua ou de bairro, mas aqueles que estão fisicamente próximos também podem receber esta identificação. Convém sempre tratá-los bem, para ser igualmente bem tratados. Esta via de mão dupla proporciona harmonia e um mundo mais interessante de se viver. Mas, não temos como negar que as desavenças são comuns e comprometem a boa convivência. Se o ser humano costuma entrar em conflito até mesmo consigo próprio, com os outros então não seria diferente. E por muitas vezes os motivos são corriqueiros e em condições de serem resolvidos, caso o diálogo se fizesse presente. O problema é que numa discussão, ninguém quer perder a razão, mesmo que não a tenha. Um bom vizinho é o parente mais próximo, o amigo que não pode faltar. Nas boas dicas para uma voa vizinhança poderíamos contar o respeito às individualidades e liberdade alheia. Isto significa aproximar sem grudar. Em prédios, onde a separação dos apartamentos é por uma parede simples, faz-se necessário intensificar ainda mais os contatos, sem, contudo, precisar morar literalmente na casa do vizinho.

Nalgumas crônicas passadas já comentamos sobre o tema LIBERDADE. A bem da verdade, ela não existe na sua totalidade, isto porque ninguém é essencialmente livre. A minha liberdade termina na hora que começa a do outro. No quesito vizinhança, esta máxima precisa ser respeitada. Os exageros podem acarretar inquietude em quem mora ou esteja fisicamente perto. Tudo deve ser medido com uma boa dosagem de desconfiômetro. A paz e a harmonia precisam fazer parte do ideal de todos, até mesmo porque você certamente pretende viver na sua casa até o resto da sua vida e o vizinho também. É bom observar alguns detalhes, como cuidar das áreas compartilhadas, evitar fazer barulhos altos que possam incomodar, ser paciente, conhecer os vizinhos, focar na conciliação em caso de conflitos, participar dos eventos coletivos da comunidade, solidarizar-se sempre, ser gentil e pelo menos cumprimentar. São pequenos gestos que proporcionam resultados fortíssimos. Imagina morar em um lugar adquirido com muito esforço e com desejo de ficar ali para sempre, criar família e ter inconstâncias com a vizinhança? Não tem nada pior que isso, seria como morar numa prisão ou num campo minado de guerra. Já deixamos claro que ninguém precisa ficar com muita babação, grude ou apego pra cima dos vizinhos, a bem da verdade ninguém gosta disto, todo mundo faz questão de ter o seu espaço, mas o mínimo que podemos fazer é ser simpático, respeitador e demonstrador que consegue viver coletivamente.

Padre Zezinho tem uma linda canção que se chama "Oração por meus vizinhos", atente-se a um pequeno trecho desta maravilhosa obra: "Eles são como eu, tem problemas iguais, têm sonhos que eu tenho. Cada qual com seu jeito de ser. Se a vizinhança der certo, o meu país também vai dar certo. Por meus vizinhos e vizinhas esta prece a caminho do pai". Se possível, reze com seus vizinhos ou, pelo menos, por eles. Com uma boa vizinhança, você possui amigos, segurança, apoio e fraternidade. Partilhe com eles as coisas boas para que haja a reciprocidade e ajuda nos momentos difíceis. O escritor Carlos Machado já dizia: "Ter vizinhos amigos garante maior segurança do que ter uma boa fechadura na sua porta".

Nos condomínios fechados é possível ver casas como em muitos filmes americanos onde não há cerca ou, talvez, um pequeno cipreste separando as duas residências. Na dramaturgia os vizinhos são próximos e conversam, não incomodam dos cachorros ou gatos invadirem a área alheia, os carros mal precisam de garagem e por ai vai. E na realidade é assim? Não tanto quanto deveria. O ser humano é muito desconfiado e mesmo morando em locais privilegiados, preferem viver o seu mundo sem muita interferência. Fora dos condomínios e visando a segurança, algumas casas são construídas como fortes de guerra, com muros altíssimos, concertinas ou cerca elétrica, com cachorros antissociais, câmeras, alarmes. Tudo isto contribui para o distanciamento do vizinho e concomitantemente a vivência de um mundo isolado, triste e solitário.

Chegamos a mais um final, hoje enfocando a questão da vizinhança. É bom ressaltar que cada pessoa é de um jeito, são diferentes também as casas, ruas, bairros e localidades, de forma que dizer que exista uma regra básica para uma boa vizinhança seria uma mentira. Assim, crie a sua! Além de ser um bom vizinho, seja uma boa pessoa, o mundo precisa de gente assim! Se cada um puder oferecer um pouquinho de bondade o mundo ficará bem melhor para ser habitado.

Fonte: CLIENT

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