24 de dezembro de 2023 às 07:37
O VERDADEIRO NATAL
Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 24 de dezembro de 2023 no Programa Show de Domingo.
![](http://radiocomunidadefm.com/imagens/noticias/2023-12-24/presepi0_1703414163.jpg)
Mais uma vez é Natal! Em
hipótese alguma poderíamos abordar outro assunto. Trata-se de uma das mais
importantes celebrações do ano, respeitada, inclusive, por não cristãos. Uma
pena que o consumismo assumiu a predominância, deixando meio à espreita o
verdadeiro sentido da festa. Pela crônica de hoje, vamos navegar nesta história
e refletir um pouco sobre a questão.
Sem querer contrariar ninguém,
Jesus não nasceu necessariamente no dia 25 de dezembro. Esta data foi
estipulada pela Igreja Católica no ano de 350 com o Papa Júlio I, sendo mais
tarde oficializada como feriado pelo imperador romano Constantino. A Bíblia não
apresenta o dia certo que Jesus nasceu bem como não fazia parte as comemorações
tradicionais das primeiras comunidades cristãs. Nesta data que hoje celebramos
o Natal existia uma festa pagã da Saturnália, ela acontecia entre os dias 17 e
25 de dezembro, talvez com uma aparência do carnaval brasileiro. Com o objetivo
de inibir esta farra, acharam por bem utilizá-la como cristã, mas alguns
estudiosos acreditam que o nosso Salvador teria nascido em abril, o que para os
cristãos faria uma confusão enorme celebrando a morte e ressurreição e logo em
seguida, o nascimento. A Bíblia apresenta este episódio nos evangelhos de
Mateus e Lucas. Segundo eles, Jesus teria nascido em Belém, num estábulo. Acompanhe
o que encontramos em Lucas 2, 1-14: "Naqueles dias, César Augusto publicou
um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano. Este foi o
primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria. E todos
iam para a sua cidade natal, a fim de alistar=se. Assim, José também foi da
cidade de Nazaré da Galileia e para a Judeia, para Belém, cidade de Davi,
porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele foi a fim de alistar-se, com
Maria, que lhes estava prometida em casamento e esperava um filho. Enquanto estavam
lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu filho primogênito.
Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para
eles na hospedaria. Havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a
noite tomavam conta dos seus rebanhos. E aconteceu que um anjo do Senhor
apareceu-lhe e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles; e ficaram
aterrorizados. Mas o anjo lhes disse: Não tenham medo. Estou trazendo
boas-novas de grande alegria para vocês, que são para todo o povo: Hoje, na
cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Isto servirá de
sinal para vocês: encontrarão o bebê envolto com panos e deitado numa
manjedoura. De repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu como
o anjo, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, e paz na terra
aos homens de boa vontade".
Como foi penoso para a família
de Nazaré. Maria era muito jovem quando passou por tantos percalços. Quanta
coragem teve aquela menina! E o José? Quem homem cuidadoso e honroso! Todo
aquele episódio da investida do anjo para fazê-lo aceitar a gravidez, bem como
proteger um ser que ainda estava no ventre e era considerado o Filho de Deus,
quanta responsabilidade! A distância entre Nazaré e Belém era cerca de 200 km.
Imagina conduzir pelo deserto no lombo de um burro a esposa grávida perto do
parto? O que passou pela sua cabeça quando, chegando na cidade, não encontrou
uma hospedagem digna para acolher a mãe do filho de Deus? É possível imaginar o
desespero dele quando soube que o perverso Herodes queria matar Jesus e foi
preciso mais uma vez fazer uma viagem arriscada para o Egito, cerca de 536 km
dali para resguardar aquele a quem ele devia proteger. As forças vinham da
vontade que possuía de atender aquilo que Deus lhe incumbiu. Sem nenhuma sombra
de dúvidas, foi merecido o título de o primeiro de todos os santos atribuído à
José, logicamente depois de Maria que aceitou ser o primeiro sacrário que
acolheu o nosso Mestre e Senhor.
Quando Jesus nasceu, uma grande
manifestação e revelação aconteceu, refiro-me à estrela do oriente, enxergada
pelos reis magos e não entendida pelos perseguidores. Aqueles presentes tiveram
o sentido muito maior do que o financeiro, eles oficializaram o nosso mestre
como o REI DOS REIS, o filho de Deus, o profeta prometido, enfim, aquele que
viria para mudar os rumos da humanidade. Trata-se de um reinado diferente dos
demais, daqueles que sempre foram ostensivos e carregado de poder e ódio. Jesus
nasceu numa manjedoura para mostrar que o Reino de Deus é dos humildes e
daqueles que propagam a paz, harmonia e amor. Esta filosofia muito incomodava
os governantes da época, por este motivo, as perseguições. Ainda hoje vivemos
situações como essas, onde os defensores da causa cristã se empenham ao máximo
para mostrar que a salvação somente vem pela fé e conversão, enquanto os do
lado contrário tenta mostrar que tudo isto é bobagem e que os prazeres do mundo
são muito mais interessantes. Pelo mundo afora é possível assistir cenas de
perseguições aos cristãos de maneira assustadoras com ideologias criadas para
tentar abafar os ensinamentos de Jesus. Por estas e outras que ficamos por
entender como o Natal se consagrou como festa universal. É estranho, mas aquela
festa pagã parece estar ressurgindo com nova roupagem, com exceção para as
pessoas de bem que enxergam que o Menino Deus continua nascendo todos os dias
nos seus corações.
Para encerrar, adotemos os
dizeres de Santo Agostinho: "A própria vida se manifestou na carne, para
que, nessa manifestação, aquilo que só podia ser visto com o coração fosse
também visto com os olhos – e dessa forma curasse os corações". O
verdadeiro Natal é aquele que pode transformar as nossas vidas! A Igreja
considera a segunda vinda, porque a primeira foi a de Belém. Jesus precisa
continuar a nascer agora nos nossos corações. A partir desta crença, reforçamos
a nossa responsabilidade e intimidade com Deus, a tal ponto de nos beneficiar
das graças divinas constantemente, isso sem contar os inúmeros anjos que nos
auxiliam a todo momento! Vivamos o verdadeiro Natal! Aquele que celebra a
alegria, a paz, o amor e a convicção de estarmos em dia com as coisas do céu!
Fonte: CLIENT