12 de setembro de 2021 às 07:51

O VALOR DO TEMPO

Crônica de ELIAS DANIEL DE OLIVEIRA no dia 12 de setembro de 2021

Crédito:www.pnl.com.br/

É comum ouvir a seguinte frase: “Nossa! Como o tempo está voando”. Os dias parecem estar mais curtos e os meses com menos dias. Os anos já não estão dando conta de cumprir todos os seus compromissos e os séculos parecem não ter mais cem anos. Seria neura da nossa parte? Os cientistas dizem que não. De fato o relógio do tempo está acelerado.

O site www.ecycle.com.br numa matéria do dia 07 de janeiro deste 2021 comentou que a terra está girando mais rápido do que em qualquer outro momento nos últimos 50 anos, de acordo com os cientistas. Eles afirmam que a terra está completando sua rotação em 14602 milissegundos a menos do que os habituais 86.400 segundos. Isto é preocupante? Claro que sim, até mesmo porque os projetos de controle ambiental e a capacidade do homem de assimilar as coisas não vão na mesma velocidade. Nas análises, para a comprovação deste estudo, pegaram o dia 03 de janeiro e constataram que o dia solar durou apenas 23 horas, 59 minutos e 59,99998927 segundos. Por um olhar leigo parece irrisório e não tão drástico assim, mas somando estes milésimos de segundos que faltaram por todos os outros dias, meses e anos, o número fica bastante significativo. Acredita-se que no decorrer deste 2021 os relógios atômicos acumulem um atraso de cerca de 19 milissegundos. Embora possa levar centenas de anos para que a diferença se torne óbvia para a maioria das pessoas, os modernos sistemas de comunicação e navegação por satélite dependem que o tempo seja consistente com as posições convencionais do sol da lua e das estrelas.

É claro que fatores mais simples mostram que o tempo está voando, como a grande quantidade de compromissos que temos todos os dias, também a nossa dependência aos equipamentos eletrônicos e o nosso hábito de programar o minuto, hora, dia, mês e ano seguintes, as vezes até com ansiedade. Santo Agostinho, um dos mais importantes filósofo e teólogo da Igreja Católica, dizia “que o passado não existe mais, o futuro ainda não chegou e o presente torna-se pretérito a cada instante. O que seria próprio do tempo é o não ser”. Ou seja, pra ele o tempo é tão rápido (mede um segundo) que ele parece não existir. Tipo assim, você dá um grito dizendo: “EU SOU BONITO” tão logo dito, a frase já se tornou passado sem condições de voltar nunca mais. É sinistro, não é? Por estas e outras que precisamos medir cada fala e gesto para não se arrepender depois.

Sendo então o tempo tão ligeiro o que nos resta a fazer é aproveitar cada instante com muita sabedoria. Os segundos futuros são incertos. A possibilidade de não vivermos neles é muito grande. Para entendermos melhor, basta ficar olhando aquele relógio em que os ponteiros que marcam os segundos vão direto e não ficam pulando como os outros. Fite-o sem piscar e perceberás que o tempo ido não volta nunca mais. Dá um aperto no coração esta experiência, principalmente quando você vai mais além e chega à conclusão que os ponteiros não param direcionando, infelizmente, à morte que é a única certeza que temos nesta vida.

Algumas pessoas não preocupam com este assunto e vivem bem com a não escravização do tempo. Cito aqui as crianças, os idosos, fundamentalmente os que têm o mal de Alzheimer e os autistas. É justificável, pois o único compromisso que elas têm é com o extremo presente. Os idosos sadios e bons de memória ainda ficam remoendo o passado e carregando certa preocupação com os seus próximos passos. Já os autistas e os que possuem o mal de Alzheimer se concentram tanto dentro dos seus próprios princípios mentais que nenhuma interferência externa conseguirá tirar deles esta condição de dono do próprio mundo. Até mesmo as doenças as agride menos. Isto acontece porque grande parte dos nossos males sofre efeito psicológico.

A música EPITÁFIO, do grupo TITÃS, de autoria de Sérgio Affonso e Eric Silver mostra uma realidade de alguém que viveu por viver e agora, prestes a morrer, ficou arrependido. Lembrando que epitáfio significa os dizeres naquelas placas sobre os túmulos no cemitério. Assim os autores filosofam: “Devia ter amado mais, ter chorado mais e ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais e até errado mais. Ter feito o que eu queria fazer. Queria ter aceitado as pessoas como elas são. Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração. O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído. (...) Devia ter complicado menos. Trabalhado menos. Ter visto o sol se por. Devia ter me importado menos com problemas pequenos. Ter morrido de amor. Queria ter aceitado a vida como ela é. A cada um cabe alegrias e tristeza que vier”.

Você quer saber quanto vale o tempo? “Para entender o valor de um ano pergunte a um estudante que tomou bomba. Para entender o valor de um mês, pergunte à mãe que teve um filho antes do tempo. Para entender o valor de uma semana, pergunte ao editor de uma revista semanal. Para entender o valor de uma hora, pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro. Para entender o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o avião, o trem ou o ônibus. Para entender o valor de um segundo, pergunte a um sobrevivente de um acidente. Para entender o valor de um milissegundo, pergunte ao desportista que ganhou medalha de prata numa corrida nas olimpíadas. O tempo não espera por ninguém, cada momento tem muito valor”. O autor destas palavras é desconhecido, mas muito enriquece a nossa reflexão.

Enfim, o tempo de fato está voando e nós não temos asas suficientes para acompanhar. O que podemos fazer? Resposta simples: VIVER. Mas quando dizemos viver, perpassa a condição de vegetar. É necessário prestar atenção para não perder o bonde da história. Aproveite do passado tudo o que te proporcionou conhecimento, viva intensamente o presente e mire o futuro. Planeje sempre, corra atrás dos seus ideais. Da mesma forma que você pode morrer daqui a alguns segundos, poderá viver mais 50, 60, 70 anos ainda. Assim, valorize a vida que Deus te deu!

Fonte: CLIENT

comentários

Estúdio Ao Vivo