19 de junho de 2022 às 07:53

O "EU" E O "OUTRO"

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 19 de junho de 2022 no programa Show de Domingo

Crédito:Google Imagens

Por mais que pareça simples, a relação social é muito difícil. Esta frase é justificada pelo fato de cada pessoa possuir sua própria personalidade, fazendo acontecer uma verdadeira batalha pela convivência. Pela crônica de hoje vamos abordar este tema com o objetivo de refletir sobre a vida e a ligação pacífica ou conflituosa entre o "eu" e o "outro".

O surgimento da vida inicia com a corrida dos espermatozoides ao óvulo. Dentre milhões, o que entrar, será o vitorioso. A "construção" da pessoa começa ali com todos os recursos oferecidos pela mãe. Entre a sexta e oitava semana da gravidez, a placenta começa a se formar e na sequência, o cérebro e a medula espinhal. A partir daí os tecidos que formarão o coração começam a bater, dando início ao processo vital. É interessante que, mesmo sendo um pedacinho da mãe em formação a partir da "semente" vinda do pai, aquele ex-espermatozóide se tornará um indivíduo com personalidade própria. Com o nascimento é possível assistir a criança olhando para todos os lados e procurando entender o que se passa. Os primeiros contatos e ensinamentos são primordiais para a sua evolução mental. Quando começam a andar e se desenvolver, percebe-se certa independência. Na adolescência, o pré-jovem já quer mostrar-se dono de si. Bom, vamos então avaliar o "eu" e o "outro" a partir desta fase.

Noutras crônicas já havíamos falado sobre a questão da liberdade. Trata-se de uma palavra que não pode ter um significado absoluto. A sua liberdade termina na outra que começa a do outro. Desta forma, percebe-se uma interdependência das pessoas é dificultada pela personalidade individual. A questão é a seguinte: as pessoas precisam conviver com quem não conhece. E por incrível que pareça até dentro da família parece acontecer uma difícil relação por causa destes fatos. Querendo apimentar ainda mais a situação, seria correto afirmar que o ser humano tem dificuldade até mesmo de si conhecer. Nalgumas vezes ele fica surpreso com suas atitudes a tal ponto de se autocensurar. Também em outros momentos comentamos que ninguém domina o cérebro na sua totalidade e isto causa certo desconforto e constrangimento por acreditar não poder confiar nem em si próprio. Parece confuso, mas não é! A convivência é muito necessária, até porque ninguém consegue viver sozinho, mas não tem como negar que as diferenças complicam um pouco tudo isto.

Dentre tantas mortes normais acontecidas em Bom Sucesso recentemente, se é que certo utilizar esta expressão, algumas sustaram os cidadãos como os suicídios, assassinato em família, dentre outros. O que estaria acontecendo? Até que ponto pode-se confiar nas pessoas ou em si próprio? Anos atrás a cidade assistiu casos como da garota de cinco anos que foi encontrada morta com requintes de crueldades depois de ter sido abusada por um rapaz que socialmente não aparentava nenhuma desconfiança ou transtorno. Também uma moça foi assassinada terrivelmente e enterrada no lixão por alguém que aparentava ser uma pessoa normal. Neste ponto voltamos a questionar, será que conhecemos as pessoas? Podemos de fato confiar nelas? Como conviver num mundo tão estranho?

Citamos situações próximas de nós, mas nas páginas policiais e de investigação pelo Brasil e mundo afora, é possível deparar com casos difíceis de acreditar. Poderá mesmo o homem se declarar racional e os animais irracionais? Complicado, não é? Uma passagem bíblica próxima à história da Arca de Noé no livro de Gênesis (6,6) mostra algo preocupante: "O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem na terra e teve o coração ferido com íntima dor". Será que Lúcifer, o anjo caído que iniciou um império próprio ao ser expulso do Reino de Deus, estaria tendo sucesso no seu intento? Por outro lado, estariam as pessoas mais doentes em função da modernidade? Muitas perguntas e nem tantas respostas...

Mas nem tudo está perdido! Se existe algumas mentes perdidas, sem nenhuma sombra de dúvida a grande maioria presta. A discussão se concentra em saber quem é quem! Uma boa saída seria você presar-se por ser bom e perceberá que isto será contagiante! Sendo uma pessoa legal, todos à sua volta vai querer ser também para não ficar fora da caixinha. Mais ou menos parecido com aquela questão da "Gentileza que gera gentiliza". Importante também todos os dias pela manhã pedir a Deus o livramento - o finalzinho da oração do Pai Nosso ajuda neste pedido. Uma vez protegido com o escudo celestial, a proteção dos anjos e fazendo a sua parte na propagação do bem, a relação social muito se beneficiará. Evite proximidade com quem não presta ou se for preciso, que seja para mudá-lo. Já que não se pode usufruir dos 90% restante da mente, faça os 10% agir em seu favor. Só para reforçar, as pessoas precisam cuidar uma das outras para que assim aconteça uma verdadeira e benéfica relação social.

Chegando ao final de mais uma reflexão, vamos parafrasear Arthur da Távola quando dizia: "Cada um de nós vive uma ambiguidade fundamental: ser ao mesmo tempo, ser o outro. Pra gente, a gente é gente. Para o outro, a gente é o outro. Temos, portanto, dois estados: ser o eu de cada um de nós e ser o outro (...)". Jesus preocupava muito com esta questão e para nos ajudar, se ofereceu como pão consagrado para o nosso alimento e a partir dai se tornar um só com ele. Depois pediu que fizéssemos o mesmo! A humanidade será diferente a partir do momento em que as pessoas puderem se amar e na mesma proporção amar as outras.

Fonte: CLIENT

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