12 de junho de 2022 às 08:00
O BARQUINHO DO AMOR!
Crônica de Elias Daniel de Oliveira pelo dia dos namorados. Lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 12 dejunho de 2022 no Programa Show de Domingo.

Doze de junho, dia dos
namorados! Pela crônica de hoje vamos esbaldar um pouco neste tema que faz
brilhar os olhos de muitos casais. São inúmeras músicas, poemas, histórias,
poesias e pensamentos que enaltecem o tema, embora, por mais que comentemos
aqui, muito ainda será necessário comentar! Paremos então com enrolação e vamos
direto ao que interessa!
Namorar significa a união de
duas pessoas que se amam independente de raça, cor, religião ou gênero. Ambos
se comprometem a uma inter-relação fazendo acontecer uma cumplicidade de
sentimentos, sem, contudo, necessitar ultrapassar os limites da liberdade do
outro. A questão é a seguinte: por mais que haja semelhantes aparências,
idades, ideias, gênero, compatibilidade e por aí vai, são duas pessoas
distintas com personalidades antagônicas. O ciúme exagerado pode causar enormes
danos por causa da ideia de posse. Convém frisar que o respeito é extremamente
necessário e os deslizes precisam ser consertados com reconhecimento e
comprometimento. Neste ponto o diálogo vem fazer o seu serviço, lembrando que é
preciso atentar-se para a igualdade de tonalidade e oportunidade de fala e
assim a conversa não se tornar um conflito, jogando por terra toda a tentativa
de solução.
Um relacionamento é muito
semelhante a um barco com um furo num extenso rio. Dentro dele está o casal. Um
precisa remar para se chegar e o outro tirar com uma canequinha água que está
entrando por baixo. Vez ou outra será necessário trocar de lugar para evitar a
fadiga, cansaço ou desconfiança de estar com o mais pesado. Se o responsável
por tirar a água esmorecer, o barco vai afundar. Se quem estiver ao remo parar
de remar, não se chegará a lugar algum. Pode ser que haja momentos de calmaria,
mas, com certeza, temporais também farão as águas agitarem, no entanto, se os
dois se empenharem, todos os objetivos serão alcançados. Existem situações em
que, por tédio ou comodidade um ou os dois decidem abandonar o barco. Os
motivos normalmente são muito pessoais, exatamente porque somente eles sabem a
gravidade do furo. Mas é possível encontrar quem fez do problema, a solução. Tampar
o buraco com a mão ou fingir que não existe, pode não resolver, talvez o melhor
seria saber lidar com ele. A cada momento o barco se envelhece deixando o buraco
maior e o remo desgastado. Mas, se os dois se empenharem, bons momentos poderão
vir! Quem sabe podem se beneficiar com calmaria das águas e o furinho ficar
suspenso para não comprometer a viagem.
Esta metáfora pretende mostrar
que é mais ou menos deste jeito mesmo! É claro que a história do barco não
serviria para os casais que estão com namoros recentes e descompromissados.
Também não cairia bem para "ficantes", mas serve para aqueles que deseja montar
um projeto juntos. Quando se entra no barco, não se percebe o furinho, talvez
nem o tenha ou se tiver, não dá ainda para ver. A aliança no dedo (compromisso,
noivado ou casamento) oficializa o propósito. No início, tudo é muito bonito!
Assemelha-se àquele quadro que fica na sala onde mostra um casal em uma canoa
novinha numa manhã de primavera. Ela toda linda com um vestido longo e uma
sombrinha toda florida, ele elegantemente conduzindo e admirando beleza dela.
Tudo muito nostálgico e romântico enquanto os pássaros cantam e os peixes
admiram a cena perfeita. Nos olhares percebe-se a valorização daquele momento
singular e pouquíssima preocupação com o porvir. Mas, voltando para a
realidade, os casais precisam se organizar e voltar a atenção para a causa. O
mundo de hoje alterou bastante a maneira como era conduzida no passado. A
sociedade paternalista via a mulher apenas como sombra do homem com seus
afazeres domésticos. Alguns até arriscavam certo romantismo, mas na maioria, os
homens se declaravam superiores. Com o tempo, as pessoas passaram a inovar este
conceito com a chegada das serenatas e o oferecimento de flores, o que
contribuiu para as mulheres começar a despertar os seus sonhos. Hoje, depois de
muitas conquistas e tentativas, percebe-se uma reviravolta difícil de explicar.
O antigo sexo frágil se torna agora uma verdadeira fortaleza. Algumas ainda
aceitam os mimos do romantismo, no entanto outras ainda preferem dominar a
situação. São garotas que até aceitam um relacionamento sério, mas não abrem
mão da sua independência e imponência.
Diante de uma boa administração
do furo e do remo, o barco poderá ir longe! É tão bonito ver casais que possuem
uma boa bagagem e, no entanto, ainda se declaram namorados. Sem nenhuma dúvida,
tiveram problemas no decorrer destes tantos anos, mas conseguiram dar a volta por
cima, fizeram valer o diálogo, pediram a proteção de Deus e não permitiram que
os furos da proa pudessem interferir nas suas histórias. Infelizmente muita
gente não nasceu para navegar! Na primeira maré alta, titubeia e joga por terra
todo o seu sonho! Outros são irresponsáveis e ainda é possível registrar os que
adoram pular de barco em barco. Aos sobreviventes, a oportunidade de celebrar o
dia 12 DE JUNHO!
Chegamos a mais um final e para encerrar vamos
pegar emprestado aquela linda canção do grupo Roupa Nova quando dizia que, "Amar é quando não dá mais pra disfarçar,
tudo muda de valor e tudo faz lembrar você. É a lua ser a luz do seu olhar. Luz
que debruçou em mim, prata que caiu no mar. Suspirar sem perceber, respirar o
ar que é você. Acordar sorrindo, ter o dia todo pra te ver. O amor é um
furacão. Surge no coração sem ter licença para entrar. Tempestade de desejos.
Um eclipse no final de um beijo. O amor é estação, é inverno, é verão. E como
um raio de sol que aquece e tira o medo de enfrentar os riscos se entregar. É
envelhecer querendo te abraçar, dedilhar num violão a canção pra te ninar".
Fonte: CLIENT