09 de junho de 2024 às 07:45

MEUS DESAFIOS

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no programa Show de Domingo no dia 09 de junho de 2024

Crédito:pdimagemecarreira.com

Todos os dias somos levados a nos desafiar caso queiramos sobreviver. A vida nos prega inúmeras peças ao mesmo tempo que também oferece prazeres. Este antagonismo mede as nossas forças e cabe unicamente a nós o resultado final.

O sociólogo Émile Durkheim relata que na sociedade, todas as pessoas estão sujeitas à coerção social. Trata-se de pressões por todos os lados: no trabalho, na escola, na família, na igreja, no grupo de amigos, no dia a dia, às vezes até consigo mesmo. Tudo isso faz parte do código de conduta para a vivência em grupo. É claro que não gostamos de ser pressionados, mas não temos como fugir. Por outro lado, é fácil entender o que se passa, se todas as pessoas pudessem usufruir de maneira absoluta a sua liberdade, o mundo viraria um caos. Mas, ser mandado, vigiado ou pressionado pelo sistema nos deixa desconfortáveis, a não ser que preparemos para isso e uma vez conseguindo mesclar a nossa individualidade com a coletividade, conseguiremos sofrer menos.

As redes sociais mostraram um vídeo em que o piloto Ayrton Senna na década de 1980, enfrentou um sério problema de saúde em um momento crucial de sua trajetória na Fórmula 1. Em plena corrida ele começou a sentir os sintomas de um derrame, após o diagnóstico constatou ser uma paralisia resultado de uma mastoidite. A enfermidade se dá quando há uma inflamação do nervo mastoide, conhecido por ser o responsável por transmitir os comandos do cérebro à musculatura facial. Ele não estava bem, contudo usou todas as forças que ainda restavam para vencer a corrida em um momento que o corpo estava se entregando, mas ele forçou o cérebro a trabalhar em seu favor e mesmo rompendo todas as dificuldades e limitações, desafiou-se mostrando que era forte e merecedor do prêmio.

Hoje assistimos pessoas que caem na primeira dificuldade, não se desafiam e acham que o mundo precisa trabalhar em seu favor. Alunos que diante de uma prova, esmorecem e não se esforçam por respondê-la na esperança de uma facilitação do professor no final do bimestre. Estes aprendizes da vida preferem a comodidade e nem percebem que no futuro a busca pelo desafio vai lhe fazer muita falta. Falávamos na introdução sobre os prazeres que nos cegam e ganham a nossa preferência em detrimento dos nossos esforços. Ainda no assunto educação, lembro uma história de uma escola que convidou o bilionário Bill Gates, o pai da Microsoft, para fazer uma palestra de motivação para os seus alunos e ele resumiu em 11 conselhos, que eram exatamente os seguintes: "A vida não é fácil, acostume-se com isso. O mundo não está preocupado com a sua autoestima e espera que você faça alguma coisa útil por ele antes de aceitá-lo. Você não ganhará 20 mil dólares por mês assim que sair da faculdade e não será vice-presidente de uma empresa, com supercarro e um telefone exclusivo a sua disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.  Se você acha seu pai ou professor rude, espere até ter um chefe, ele não terá pena de você. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias, não está abaixo da sua posição social, seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade. Se você fracassar, não ache que é culpa de seus pais. Não lamente seus erros, aprenda com eles. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora, eles só ficaram assim por terem de pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são ridículos, então, antes de tentar salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração de seus pais, tente arrumar primeiro o seu quarto. Sua escola por ter criado trabalhos em grupo para melhorar suas notas e eliminar a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim, em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantos chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente nada na vida real. Se pisar na bola, está despedido... rua... faça certo da primeira vez. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre férias de verões e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.  Televisão não é vida real, na vida real as pessoas têm que deixar o barzinho e a boate para ir trabalhar. Seja legal com os nerds da sua sala, aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas. Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para eles um dia".

A antiga expressão "matar um leão por dia" seria a mais salutar metáfora para identificar o nosso tema. Aqueles que correm do leão ou ficam esperando ser devorado, não lutam, apenas mostram fraqueza e impotência, normalmente acovardam e reforçam submissão, tudo isto enquanto tem forças, condições e ousadia para enfrentar o desafio. Junto deste sacrifício, a pessoa recebe também convites para desistir, correr, apreciar o mundo distante e belo, além de ser induzido a acreditar que não conseguirá. O problema é que as consequências estão logo ali na frente. Numa corrida, o atleta tem por objetivo vencer todos concorrentes, para isso ele utiliza estratégias e muita força de vontade. O seu lado preguiçoso o convencerá a desistir, haja vista muitos outros com melhores condições. O seu lado incentivador o mostrará que ele tem as mesmas chances de todos, assim acontece também na vida.

O cérebro possui todos os recursos necessários para auxiliar neste enfrentamento dos desafios, mas as pessoas insistem em não usar e optam pela comodidade. O nadar contra as correntezas ensina que as dores, sofrimentos e suores muito contribuem para a nossa evolução.  Assim dizia o escritor Vagner Xavier: "Supere os desafios, bata recordes. O céu é o limite dos guerreiros. Lute contra todas as suas limitações".

Para encerrar, vou utilizar como exemplo a perspicácia de Thomas Edson. Dizem que para descobrir a lâmpada, ele teve cerca de 200 tentativas frustradas, nisto alguém disse que era para ele desistir por ter errado tanto, ele, no entanto, falou que não foram 200 erros, foram 200 oportunidades de aprendizagem que o levaram ao sucesso.  Encare sempre seus desafios com garra, mostre para você mesmo o tanto que é potente, audacioso, valente e ousado. Os seus problemas não podem ultrapassar a sua vontade de solucioná-los.

Fonte: CLIENT

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