13 de dezembro de 2021 às 14:49

MATUTANDO...

Crõnica de Elias Daniel, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 12 de dezembro de 2021

Crédito:www.elhombre.com.br

Acabando o ano civil e iniciando o litúrgico, a vida vai seguindo o seu ritmo convidando-nos a fazer uma revisão e verificar o que pode ser mudado, aprimorado ou esquecido. A velocidade do tempo parece não conseguir acompanhar a da mente, de forma que num piscar de olhos, muita coisa pode se perder na montagem dos projetos vindouros. Cabe-nos adaptar à realidade e vigiar para não sermos pegos de surpresa.

Antigamente, num período deste, todo mundo já se sentia cansado e titulando como idoso o ano que estava terminando, neste mesmo ímpeto alimentava inúmeras expectativas para o que estava chegando, carregando-o de esperanças de dias melhores. Mas, devido inúmeros fatores, já faz algum tempo que existe a impressão de ter havido uma aceleração nos relógios e a perda do bonde da história. Parece que um segundo passou a ter o mesmo valor de uma hora, incrível isto! Com a pandemia nestes dois últimos anos que obrigou as pessoas alterarem suas rotinas, o mundo parece ter dado uma pausa para balanço. O ano de 2022 chega com uma responsabilidade dobrada de tentar colocar de volta o trem nos trilhos. O problema é que ainda permanece os resquícios desta misteriosa poeira que alterou tudo e o tal do novo normal precisará ser estudado, haja vista vir sem manual de instrução.

Enquanto tudo parecia parado, nos bastidores muita gente estava arquitetando o novo mundo e agora estão entregando-o pra nós. Isto vale para as novidades na tecnologia, velocidade na montagem das vacinas , aos critérios de governabilidade, cultura, modelos de ensino, organização do trabalho e por ai vai. Tudo leva a crer que o novo normal exigirá bastante de todo mundo. Algumas preocupações precisarão ser observadas, como questões ambientais, desigualdade social, acesso à educação moderna, empregabilidade, política, enfrentamento a novas doenças e vírus e fundamentalmente a questão da fé. Este último item chama muito atenção, porque o número de descrentes tem aumentado muito, as pessoas estão se deparando com uma nova ocupação do tempo e voltando a atenção para novos hábitos, chegando a não necessariamente parar de acreditar em Deus, mas privilegiar outras filosofias. A este fator se anexa a dificuldade da igreja em mesclar o tradicional com o moderno sem ferir os sentimentos das mais diversas partes.

Quando dissemos que se faz necessário abrir mais os olhos para a modernidade, citamos também a questão dos golpes. Os bandidos também se modernizaram e estão cada vez mais inteligentes. Normalmente conseguem ludibriar sem causar suspeita no mais esperto cidadão. O que fazer? Duvidar de tudo! Principalmente quando a oferta parece ser bastante tentadora. Um detalhe importante é que, se você não solicitou cartões, não fez compra nem apostas virtuais, não tem porque ser abordado pelo celular, mesmo que a outra parte pareça ser tão convincente. Se for preciso agir com ignorância, que o faça e mais do que tudo, nunca passe qualquer tipo de informação pessoal. O velho hábito do suposto sequestro relâmpago, que agora pode até ser beneficiado com o novo modelo de pagamento imediato conhecido por PIX já passou por modernização. O fato é que, com este aparelho na mão ligado à internet que oferece inúmeras redes sociais, o cidadão está muito exposto a tudo e todos. O seu mundo pessoal literalmente acabou e agora ele está sujeito a todo tipo de abordagem. Por estas e outras todo cuidado é pouco. Convém evitar exposições de fotos, palavras, senhas e segredos. O usuário não está mais sozinho e mesmo que o seu celular esteja no bolso ou em cima da mesa, ele está sendo vigiado e pode ser escutado por aproveitadores.

O nosso calendário é contado a partir do nascimento de Jesus, assim poderíamos dizer que se foram 2021 anos a partir desta nova contagem. Muita coisa aconteceu! Se os livros de história fossem obrigados a relatar cada momento, uma única biblioteca não conseguiria abrigar tanta informação. Ao olhar pra frente fica a incógnita, até quando tudo irá? Será que convém preocupar com esta questão ou viver cada dia como se não houvesse o amanhã? Mais uma vez lembramos Toquinho e Vinícius na música Aquarela: "E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar, sem pedir licença, muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar...". A melhor solução para conseguir sobressair nisso tudo seria valorizar um pouco mais a capacidade mental. Lembram quando dissemos em temas passados que utilizamos apenas 10% da nossa capacidade mental? Pois bem, batalhe-se para usar um pouco mais. O segredo de sucesso está dentro de nós. Não espere encontrar soluções mirabolantes vindas de fora. A inteligência será a palavra chave para se adaptar ao novo normal. Uma vez tendo controle nos seus atos, conseguirá prosperar, conviver, observar, amar, rezar, aprender, trabalhar, crescer e vencer. É simples assim? Bom, simples não é, mas tudo o que vem na facilidade não é valorizado e pouco contribui para a edificação. Esforce-se para vencer e prove para você mesmo que valeu a pena ser aquele único espermatozoide que entrou no óvulo enquanto os demais morriam.

"Matutando", este foi o tema do nosso propósito de hoje. Matutar significa pensar demoradamente sobre algo, meditar, refletir e hoje, de maneira aleatória mergulhamos nas profundezas do oceano para viver este tempo do advento e nos preparar para o 2022 que já está batendo na porta. O saudoso Charles Chaplin já dizia: "Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre". Vivamos intensamente cada momento, evitemos ficar adiando as mudanças e adaptações, sejamos fortes e tudo virá em nosso favor!

Fonte: CLIENT

comentários

Estúdio Ao Vivo