A Igreja Católica celebrou nesta semana Nossa Senhora de Fátima. Trata-se de uma veneração apreciada por muitos fieis por causa do seu contexto e força. Foi no ano de 1917 em plena guerra mundial que a mãe de Jesus apareceu para algumas crianças que cuidavam de ovelhas para confiar-lhe a tarefa de propagar a devoção à Medalha Milagrosa e à reza do terço como remédio para os problemas pessoais e sociais, além de assegurar a salvação.

A Europa no inicio do século XX estava numa tensão generalizada com a disputa de poder entre as nações. De um lado a Alemanha que intencionava ser a melhor potência europeia. Do outro a França que não admitia conferir-lhe este título. Ambas fizeram suas alianças para se prevenir num conflito. A Rússia e o Reino Unido se uniram à França, a Áustria e a Itália ficaram com a Alemanha. Os demais países precisaram tomar seus partidos a título de segurança, embora fossem palcos da disputa dos grandes. Por um bom tempo ficaram todos armados e prontos para dar o bote até que um episódio proporcionou o estopim de tudo. O Arquiduque Francisco Ferdinando herdeiro do trono austríaco é assassinado em Saravejo, atual Bósnia-Herzegóvina. É claro que os parceiros entenderam como uma afronta e dão então inicio ao que chamamos de PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, conflito que durou quatro anos (1914-1918) e teve um saldo de oito milhões de soldados além de quase sete milhões de civis mortos.  Não há necessidade de entrar em detalhes como sofreu a classe humilde nas mãos destes governantes que pleiteavam o poder. Dentre os países que muito sofreram, citamos Portugal, onde Nossa Senhora se manifestou aos pastorzinhos no ano de 1917, exatamente no meio da guerra. Nesta época o país atravessa uma das maiores crises da sua história, ainda assim enviou 55 mil homens para os campos de batalha deixando famílias inteiras desamparadas. Quem as protegia era a Igreja Católica que dava alimentação e educação às crianças.

Façamos então as nossas análises. Nossa Senhora sempre foi muito cuidadosa com seus filhos, tudo começou ao pé da cruz quando Jesus lhe outorgou esta maternidade. Desde então ela cuida com um amor especial até os que não a veneram. As mães e crianças então, ela atua com uma proteção especial. Aparecer às pastorinhas Lúcia de 10 anos, Francisco de nove e Jacinta de sete, foi algo surpreendente. Por muitas vezes a Virgem Maria se manifestou como se desse uma fugidinha do Reino dos Céus e mesmo seu filho vendo e sabendo, nunca disse nada porque desde novinho a respeitava. O Episódio de Fátima foi algo testemunhado por 70 mil pessoas que não viram, mas acreditaram. Muitas revelações foram feitas, inclusive para o futuro. Ela sabia que os acontecimentos da época poderiam levar à ruina tudo o que Jesus sofreu para conseguir. Todo mundo estava desanimado da vida e não acreditavam sequer na interferência de Deus diante de tanto sofrimento. A fome, o desemprego, as doenças, o desânimo e muito mais os deixavam descrentes. De fato precisaria de um sinal vindo dos céus para despertar alguma esperança, foi onde a Mãe de Jesus resolveu que não tinha outro jeito a não ser tomar alguma providência. A quem diga que se ela tivesse aparecido para as autoridades poderia ser mais interessante, mas, com certeza eles não acreditariam. As crianças sim teriam condições de vê-la e dar credibilidade. Esta lição possivelmente foi aprendida com Jesus quando ele estava com os pequeninos que queriam sua atenção e contavam com repúdio dos apóstolos, mas o próprio mestre disse: “Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o Reino dos Céus (...) Se quiserem a salvação, sejam puros como elas (...)” (Mt.19,14).  

Na sua sabedoria, Nossa Senhora não veio com promessas mirabolantes, tão somente lhe fez algumas recomendações, a primeira foi esta: “Rezem o terço todos os dias. Rezem muito e façam sacrifícios pelos pobres pecadores. São muitos os que vão para o inferno por não haver quem se preocupe em rezar e fazer sacrifícios por eles. A guerra logo vai acabar, mas de não pararem de ofender ao Senhor, não passará muito tempo para vir outra pior. Abandonem o pecado de suas próprias vidas e procurem eliminá-lo da vida dos outros, colaborando com a Redenção do Salvador”. E não é que pouco mais de vinte anos depois a Europa depara com outra guerra devastadora? A Virgem Maria tinha razão, havia necessidade de muita oração e penitência. E hoje estamos também numa modalidade de guerra onde países graúdos disputam o poder e mais uma vez precisaremos ouvir as palavras da mãe de Jesus. Muita gente inocente está morrendo e mais uma vez precisamos penitenciar, rezar, mas rezar muito para que esta pandemia possa cessar. É claro que dos céus poderiam vir soluções milagrosas, mas os corações dos promovedores deste atual conflito são muito duros e pouco se importam com a causa humana.

Bom... A proza está boa, mas chegamos a mais um final! Muita coisa ainda precisaria ser dita para enaltecer Nossa Senhora, aqui com o título de Fátima, só que o espaço é pequeno. Fica então as recomendações dadas às pastorinhas que, juntamente com suas famílias passavam por momentos difíceis, assim como nós. Aquela aparição serviu para mostrar que os céus estão atentos aos nossos pedidos e da mesma forma que Nossa Senhora disse, hoje ela repete: TUDO VAI PASSAR! Basta confiar, rezar e penitenciar!

Fonte: CLIENT