03 de novembro de 2024 às 07:43

INCÓGNITAS SOBRE A VIDA APÓS A MORTE!

Crônica de ELIAS DANIEL DE OLIVEIRA, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 02 de novembro de 2024 no programa SHOW DE DOMINGO

Crédito:Foto:Pixabay

Celebramos o dia de FINADOS, período em que somos levados a uma reflexão sobre o tema VIDA E MORTE. Mesmo sabendo que a única certeza que temos é que um dia morreremos, o assunto ainda causa estranheza e medo. No fundo, a cultura, tanto religiosa como social, é a principal responsável por essas discussões, mistérios e dúvidas. O fato de estarmos vivos e um dia não mais, norteará a nossa reflexão de hoje.

São muitos teóricos que criam inúmeras versões para o assunto VIDA APÓS A MORTE ou o que acontece depois que alguém falece. Nesta lista encontramos religiosos, espíritas, filósofos, cientistas, enfim, especialistas do ramo. Todos eles afirmam veracidade no que dizem, recusando aceitar teorias alheias. Bom, o nosso quadro "Crônicas" trabalha apenas com opinião e nunca vai querer sobrepor estas ideias, tão somente abordá-las e oferecer comentários sem causar intrigas. Ousamos dizer que nenhuma versão está definitivamente concluída, muita coisa ainda precisa ser trabalhada. O que temos de concreto é que, uma vez os órgãos internos parando de funcionar sob o comando do cérebro e coração, a pessoa deixa de viver. O laudo é emitido por um profissional da medicina e o corpo preparado por um agente funerário, a partir daí acontece todo aquele processo de velório, encomendação e sepultamento, isso quando não há a opção pela cremação. O corpo, já sem vida, fica à mercê da deterioração natural e acontece ali a finalização de toda uma história, o que sobra são apenas as lembranças. Mas uma incógnita não pode ser desconsiderada, a alma e o espírito que comandava o físico não deverão morrer da mesma forma e é exatamente neste ponto que os teóricos caem de braçadas a procura de respostas.

Uma visita ao cemitério de maneira despretensiosa muito ajuda a refletir sobre a vulnerabilidade do corpo físico. Um dia também faremos dali a nossa última morada. Quando à data que isso acontecerá, ninguém sabe, o que se faz necessário rever os nossos conceitos: Será que estou valorizando cada momento da minha vida? Renato Russo, na música PAIS E FILHOS, já dizia: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã". Depois da morte, apenas as lembranças tomarão conta e sem querer ser drástico, não será por muito tempo, as pessoas esquecem do finado que se tornará apenas um personagem do passado. Diante desta máxima, pensamos: por que valorizar o ódio, o rancor, as mágoas e os descontentamentos, se a alegria, os prazeres, a fidelidade à Deus, o lado família, as virtudes, a boa convivência, dentre outros, fazem com que a vida valha a pena ser vivida? Não sabemos se viveremos por longos anos ou se muito em breve encerraremos o nosso período aqui na terra, assim, cada instante precisa ser muito positivamente aproveitado. Jesus já dizia: "Ame ao próximo como a si mesmo" (Mt. 22,39). Trata-se de uma tarefa difícil, mas necessária em prol de uma boa convivência.

A maioria dos filmes de terror gostam de retratar os mortos como pessoas aptas a voltarem de maneira sinistra à convivência dos seus entes. Muitas vezes para assustá-los ou porque não encontraram o caminho da luz, alguns ainda com espíritos vingativos e por aí vai. Teriam algum pingo de verdade estas versões?  Bom, a cinematografia não tem limites nas suas produções, tudo precisa ser feito para conseguir ainda mais expectadores e como o tema é carregado de mistérios e dúvidas, nada melhor que explorá-lo. Há quem diga que toda arte do cinema tem sua fundamentação na realidade ou pelo menos nas teorias, mas é inegável que os exageros têm tomado conta das tramas. Muitos teóricos do assunto MORTE E ESPIRITUALIDADE dizem algo parecido, mas voltamos ao que já dissemos, muita coisa ainda precisa ser elucidada com provas contundentes.

A igreja reforça a ideia de CÉU e INFERNO, bem como de purgatório para salvar as almas não aptas à salvação. Teólogos e biblistas dizem que a oficialização desta salvação ou não, apenas acontecerá no dia do julgamento final, acompanhe o que relata São Mateus (25, 21-23): "Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, ele se assentará em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda" e também na carta aos Hebreus (9, 27-28): "Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam". Mas, como seria este julgamento final? Participaria o corpo ou o espírito? A nossa imaginação viaja ao pensar neste assunto, acredito que não seria uma manifestação conforme mostram os filmes, nem segundo a nossa visão de mundo físico, como se estivéssemos num teatro ou mesmo num julgamento do Fórum, na verdade, trata-se de algo que não fazemos ideia. Então, qual seria a solução? O que podemos esperar? O que precisaremos fazer? A resposta seria: Nos precaver enquanto ainda não morremos, vivendo de maneira íntegra, respeitosa, sendo temente a Deus, valorizando os outros, a natureza e a nós mesmos. Agindo assim, não há nenhuma necessidade de preocupar com o que pode vir acontecer de acordo com os textos bíblicos.  

A nossa cultura não nos preparou para aceitar a finitude da vida, o sofrimento pela perda é algo que sufoca, talvez precisássemos trabalhar mais esta questão. Quanto às incógnitas que nos incomodam sobre o pós- morte, melhor é agir com naturalidade, talvez seja melhor preocupar com a vida antes da morte, o resultado de tudo isso será sentindo no plano espiritual. Perguntaram ao filósofo Pitágoras sobre este assunto, veja o que ele respondeu: "A verdadeira morte é a Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!". Arthur Schopenhauer ousa na sua concepção: "Vá bater nos túmulos e perguntar aos mortos se querem ressuscitar: eles sacudirão a cabeça num movimento de recusa". Sendo bons e íntegros, Deus será nosso parceiro tanto aqui na vida como na falta dela!

Fonte: CLIENT

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