18 de abril de 2025 às 08:35
HONRA E GLÓRIA AO FILHO DE DEUS!
Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 13 de abril de 2025

Neste domingo lembramos uma
cena bíblica muito importante que intermedia o final da quaresma e o início da
Semana Santa. A entrada triunfante em Jerusalém é carregada de simbolismo e
ousadia, nela Jesus se revelou como rei ao ser aclamado pela multidão.
Assim relata o texto bíblico de acordo com o
evangelista Lucas (19,28-4): "Naquele tempo, Jesus caminhava à frente
dos discípulos, subindo para Jerusalém. Quando se aproximou de
Betfagé e Betânia, perto do monte chamado das Oliveiras, enviou dois de seus
discípulos, dizendo: "Ide ao povoado ali na frente. Logo na
entrada encontrareis um jumentinho amarrado, que nunca foi montado.
Desamarrai-o e trazei-o aqui. Se alguém, por acaso, vos perguntar:
'Por que desamarrais o jumentinho?', respondereis assim: 'O Senhor precisa
dele'". Os enviados partiram e encontraram tudo exatamente como
Jesus lhes havia dito. Quando desamarravam o jumentinho, os donos
perguntaram: "Por que estais desamarrando o jumentinho?" Eles
responderam: "O Senhor precisa dele". E levaram o
jumentinho a Jesus. Então puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram Jesus a
montar. E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no
caminho. Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a
multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus
por todos os milagres que tinha visto. Todos gritavam: "Bendito
o Rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!" Do
meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: ‘Mestre, repreende teus
discípulos!" Jesus, porém, respondeu: "Eu vos declaro: se eles
se calarem, as pedras gritarão’".
Jerusalém era uma espécie de
capital, cidade grande, administrativa e com várias outras menores compondo uma
região metropolitana e foi exatamente neste ambiente tão imponente que Jesus
escolheu para revelar o seu reinado. Imagine como ficou o imperador ao ser
informado daquela ousadia! A maneira escolhida pelo mestre foi bastante
inusitada, melhor seria se entrasse de maneira pomposa em cavalo de raça e
nobre, mas preferiu usar um burrico emprestado como forma de mostrar que seu
reinado seria diferente. Uma situação chama a atenção, era notório o
reconhecimento de todos do poderio de Jesus, vejam que o dono do animal não se
incomodou em emprestá-lo, também a grande multidão o aclamava pelas ruas, poderíamos
questionar então, quem eram aqueles que gritaram mais tarde: crucifica-o? De
fato, o ser humano é muito complicado! No pouco espaço de tempo na terra,
inúmeros milagres e conversões foram assistidos e estranho como mudaram de
opinião tão rápido. Tudo bem que muitos dos que foram curados, não voltaram
sequer para agradecer, quanto mais segui-lo. Ainda hoje encontramos muita gente
que imploram por bênçãos, milagres, curas e uma vez conseguindo, volta à sua
vidinha pacata distante das coisas de Deus. Infelizmente a ingratidão continua
forte, até hoje é possível encontrar pessoas gritando crucifica-o depois de ter
sido beneficiado de uma graça.
Penso que os discípulos ficaram
com medo e ao mesmo tempo, entusiasmados com aquela façanha. Jesus se mostrou
muito corajoso, deixando perplexos os fariseus, autoridades e perseguidores. A
atitude de ser aclamado na cidade mais poderosa, revelava um homem de fibra e
convicto de suas ações. O texto comenta que aquele burrico era arisco e nunca
havia sido montado, no entanto, para o Filho de Deus, ele estava tão manso
quando um animal adestrado, o Hosana ao Rei mostrava o reconhecimento de
todos ao Mestre dos mestres, os ramos traduziam alegria, aceno, natureza,
esperança e tudo se completa para o sucesso do evento. Os gritos de "Bendito
o Rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!" foi
incentivado por quem de fato conhecia as Sagradas Escrituras e os mistérios
cristãos, pedir paz para a terra e glórias para o céu seria o mesmo que
engrandecer o Filho de Deus, aquele anunciado por João Batista, como Deus e
Senhor!
No site da Diocese de
Governador Valadares, encontramos a seguinte reflexão: "Jesus não foi
conivente nem compactuou com a estrutura social, política e religiosa de seu
tempo, que era profundamente desumanizadora. Ele sonhou novas possibilidades de
vida e novas relações entre as pessoas. Por isso, ao anunciar o Reino,
transgrediu abertamente a situação vigente e, a partir da periferia (a Galileia
dos pagãos), foi despertando uma alentadora esperança no coração dos mais
pobres e excluídos, vítimas de um mundo fechado". Jesus sabia que com isso
arriscava sua vida, mas, ao pressentir seu final violento, não arredou pé; pelo
contrário, enfrentou as autoridades do Templo e do Palácio.
Na conclusão do texto, temos: "Do
meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: ‘Mestre, repreende teus
discípulos!" Jesus, porém, respondeu: "Eu vos declaro: se eles
se calarem, as pedras gritarão’". Imagine a cena, os fariseus
incomodados com o que estavam vendo, exigiam de Jesus que os calassem, o
mestre, certamente rindo, dizia: Eu
não posso, eles estão certos, eles reconhecem os mistérios do Reino de Deus,
eles são os escolhidos e finaliza: se eles se calarem, as pedras gritarão, isto
significa que o nome de Jesus precisa ser proclamado e se não for por quem tem
boca, o será por quem não tem. São Paulo, escrevendo aos Filipenses (2,8-11), já
dizia: "E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi
obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta
posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus
se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai".
Que esta Semana Santa nos ajude
a repensar os nossos atos. Precisamos continuamente reconhecer e chamar Jesus
como nosso Rei e Senhor! O mundo está cheio de problemas e pessoas desviadas,
são os fariseus dos nossos tempos que se incomodam com os assuntos relacionados
ao Reino de Deus. Certamente algum dia, encontrarão a verdade e a verdade os
libertará.
Fonte: CLIENT