25 de fevereiro de 2024 às 07:48
GUERRA AO MOSQUITO
Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no Programa Show de Domingo do dia 25 de fevereiro de 2024
Como se não bastasse, mais uma
vez somos sobressaltados com uma praga, o mosquitinho da dengue. Grandes danos
têm provocado em todos os lugares, causando, inclusive, mortes. Pela crônica de
hoje vamos conversar sobre o assunto com o propósito de propor soluções e
analisar os fatos.
Todos os insetos incomodam muito
e como são chatos! Eles conseguem tirar qualquer um do sério, isso quando não
causam danos. A Discovery, canal de rede fechada na televisão, apresenta um
programa por nome LARGADOS E PELADOS, são pessoas que lutam pela sobrevivência
numa mata e já se notou que eles não se intimidaram com leões, elefantes,
cobras venenosas, tempestades, secas, mas, o famigerado mosquitinho já tirou
muita gente da competição. Eles são terríveis e adoram lugares húmidos, onde se
proliferam com muita facilidade, nas suas picadas sempre liberam um pequeno
veneno que causa irritação na pele ou mesmo infiltrações na corrente sanguínea
provocando males, que algumas vezes, são irreparáveis.
Na nossa proza de hoje, o
principal personagem é o Aedes aegypti, popularmente conhecido como mosquito da
Dengue, da Chikungunya e Zica. Ele é primo primeiro do conhecidíssimo
pernilongo, que adora tocar desafinado no nosso ouvido e quando vamos procurá-lo,
parece ter a magia de ficar invisível e nunca o encontramos. Ele é menor e
menos agressivo que o Aedes, mas, chato também. Tudo leva a crer que os insetos
sempre existiram, nem os meteoros que possivelmente dizimaram os dinossauros,
conseguiram acabar com eles. Em todo este período, mais espécies surgiram para
a alegria dos sapos, tamanduás e calangos, mas, para a nossa tristeza.
Nesse ano, a situação parece
estar ainda mais séria, talvez seja por causa do excesso de chuvas. De qualquer
forma, os sintomas estão mais intensos e isso é muito preocupante. Sem nenhuma
sombra de dúvidas, o ser humano é um dos grandes culpados pela proliferação dos
mosquitos. Campanhas e mais campanhas são feitas todos os anos, mas não adiantam,
a falta de civilidade é impressionante, as pessoas jogam lixos de maneiras
desordenados em terrenos baldios, córregos, ruas e bueiros, isto sem contar os vasinhos
de plantas que ficam com água empossada constantemente, também pneus velhos
armazenados nos quintais, tanques abandonados, enfim, um verdadeiro hotel para
os insetos. Talvez seja necessária uma intensificação do trabalho da
epidemiologia, mas, faz-se necessário uma melhor atenção de todos. O problema é
que muita gente é cuidadosa, mas o vizinho não é e todos se tornam vítimas da
inconsequência. Os empresários que mexem com ferro velho e reciclagem a céu
aberto, precisa sondar sempre os seus produtos. Francamente, estamos vivendo uma
calamidade pública.
Algumas recomendações são simples
e muito contribuem para inibir a ação do inseto, como jogar água sanitária pelo
menos duas vezes na semana nos ralinhos, também colocar borra de café nos
pratinhos dos vasos de flores, ela não permite que as fêmeas coloquem os seus
ovos. Bom também usar repelentes constantemente e diante de qualquer suspeita
do pernilongo ou da sua família, usar os conhecidos aerossóis. Todo cuidado é
pouco! Estamos numa verdadeira guerra e precisamos derrotar urgentemente esse
inimigo. Para reforçar o nosso conhecimento, atente-se à diferença entre o
pernilongo e o mosquitinho da dengue: o primeiro possui de 3 a 4 milímetros, é
barulhento, mais lento, deixa a pele irritada com vermelhidão e coceira, tem
hábitos noturnos e é da cor marrom, o segundo é quase o dobro do primeiro,
medindo de 5 a 7 milímetros, por sua vez tem hábitos diurnos, é mais ágil e
silencioso e quando pica, suga o sangue sem deixar rastros. Ele é de cor preta
com listras brancas.
Tudo leva a crer que esta doença
proporcionada pelo mosquito da dengue tenha surgido no Egito, região africana e
espalhado pelas américas pelos europeus durante a colonização, mas de fato o
primeiro registro no Brasil só aconteceu no ano de 1981, no estado do Rio de
Janeiro, desde então, a dengue se espalhou pelo país e se tornou um problema de
saúde pública. O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue. O vírus é
transmitido para humanos por meio da picada de mosquitos fêmea infectados. Após
o período de incubação (de 4 a 10 dias), um mosquito infectado é capaz de
transmitir o vírus pelo resto de sua vida. De acordo com o pesquisador do setor
de malária da Fundação Oswaldo Cruz, Luciano Andrade, os mosquitos não nascem
com o vírus. Apenas as fêmeas que transmite o vírus e, em média, um em cada mil
mosquitos estão infectados. Apesar de viver apenas 45 dias, o mosquito pode colocar
450 ovos. O tipo sanguíneo preferido pelo inseto da dengue é o "O". De acordo
com Camila Hoffman, dermatologista do Hospital Alemão Osvaldo Cruz, pessoas com
esse tipo de sangue atraem duas vezes mais mosquitos do que os demais tipos,
seja positivo ou negativo.
Quer espantar os mosquitos da sua
casa? Os odores que mais funcionam como repelentes ambientais são aqueles
extraídos da citronela, pó de café, manjericão, capim santo, limão e cravo da
índia. Em geral, os mosquitos costumam picar nas regiões dos pés, tornozelos e
pernas. Isso ocorre porque eles costumam ter voos rasteiros, chegando a uma
altura máxima de meio metro do solo. Mas a picada pode acontecer em outras
áreas expostas do corpo. Uma atenção especial para aquela planta conhecida como
bromélia, os infectologistas alertam que elas armazenam água e pode ser um
local perfeito para o Aedes procriar. Não seria interessante esta planta dentro
de casa ou então coloque água sanitária nas suas folhas para atrapalhar a ação
do mosquito.
Enfim, é isso! Todo cuidado é pouco. Não
facilite a vida desta praga, o mais rápido possível procure na sua casa toda
possibilidade de foco e elimine-o, cobre também dos seus vizinhos. A dengue
pode matar, fundamentalmente a hemorrágica. Estamos numa verdadeira guerra, utilize
todas as armas, não permitamos que este famigerado inseto ganhe esta batalha!
Fonte: CLIENT