Em 13 de novembro, celebramos o DIA MUNDIAL DA GENTILEZA. Ser gentil sugere qualidade de vida! O mundo seria bem melhor se as pessoas se colocassem frequentemente no lugar do outro. Esta prática é gratuita e digna de muitos resultados positivos.

O Rio de Janeiro contou com um filósofo de rua muito interessante, seu nome: JOSÉ DATRINO, mais conhecido como Profeta Gentileza, falecido no ano de 1996 aos 79 anos. Ele foi um pregador urbano nascido no interior de São Paulo, mas viveu boa parte de sua vida na capital carioca onde constituiu família e conseguiu por em prática a missão do amor ao próximo e a solidariedade. Foi considerado o criador da frase: "GENTILEZA GERA GENTILEZA". A sua trajetória começou na década de 1960, após um incêndio que destruiu o circo Gran Circus Norte Americano, matando centenas de pessoas, incluindo crianças. O acontecimento fez despertar no profeta o desejo em transmitir mensagens positivas aos familiares das vítimas e ele migrou da cidade de Niterói para o Rio de Janeiro. No local da tragédia, palco de muitas alegrias antes do ocorrido, um grande jardim foi criado por GENTILEZA, como forma de conforto aos parentes. O ambiente foi denominado de PARAÍSO GENTILEZA. Deste episódio em diante, o profeta começou a agir como andarilho, percorrendo ruas e praças da cidade carioca, vestido com uma túnica branca, carregando flores e placas com suas frases pintadas. Apesar de ter sido considerado louco por alguns, os ensinamentos do Profeta Gentileza marcaram não só os muros da cidade, mas a forma de demonstrar bondade, amor e respeito pelo próximo, e a importância de espalhar simpatia e boas ações por onde passasse.

Ser gentil é o mínimo que se espera na convivência humana. "Possuir ação nobre, distinta e amável" foi a resposta que o dicionário ofereceu ao consultar a palavra "gentileza". Os antigos hábitos ensinados pelos pais como cumprimentar as pessoas, pedir licença, agradecer, ser cordial, caridoso, cortês, solidário e por aí vai, não podem ser esquecidos e taxados como atitudes obsoletas, haja vista a grande necessidade humana em prol de um mundo melhor. Infelizmente temos visto pessoas que agem totalmente de maneira errada e na contramão destas qualidades. O desgosto pela vida proporciona nelas ódio e aversão à cordialidade. Neste ponto lembramos o tema LIBERDADE, que já tratamos em outras crônicas, somos, de fato, livres, mas como vivemos em grupo, precisamos respeitar o espaço do outro e este respeito somente acontece a partir da gentileza. Eu diria que, ser gentil tem muito a ver com humildade e simplicidade, assim, faz-se necessário tomar cuidado para que o exagero na cordialidade não proporcione a exploração do outro, a acomodação nas tarefas, ao ostracismo e a dependência social. O motivo desta observação é porque tem gente que é tão bom e tranquilo, que os outros aproveitam-se deles.

O escritor Élison Santos da Canção Nova, comenta que "um dos fatores que podem influenciar nossa falta de gentileza são as experiências negativas que tivemos em nossa vida. A falta de um ambiente saudável na infância, a falta de amor na família, falta de motivação e incentivo no processo de desenvolvimento na infância, tudo isso são fatores que contribuem para que criemos um mecanismo de defesa contra as pessoas. A timidez pode ser um sinal deste mecanismo, a pessoa tímida faz de tudo para não ser vista, observada e muito menos avaliada, ela teme que seja boa o suficiente para ser aceita pelo grupo e por isso se defende em um lugar onde faz de tudo para não demonstrar suas emoções e pensamentos". É claro que, com o tempo e diante das necessidades e influências, a cordialidade começa a ganhar espaço e a convivência faz então sentido. Infelizmente esta máxima não funciona para todo mundo, enquanto uns absorvem esta nova maneira de viver, outros insistem em continuar com o seu individualismo.

O que não falta na sociedade são momentos para praticar a gentileza! Os pequenos gestos falam muito e contribuem para a boa convivência. Sugerimos aqui algumas boas ferramentas para esta prática: a ética, a moral e também uma pincelada de religiosidade. Estes princípios fazem com que as pessoas tenham facilidade de conversar respeitosamente, viver intensivamente, gosto pela prática da caridade, solidariedade e fundamentalmente, agir de maneira educada. O escritor Albert Scheitzer já dizia: "Assim como o sol derrete o gelo, a gentileza evapora mal entendidos, desconfianças e hostilidade". Ela não se resume à convivência humana, mas faz-se necessário cordialidade também com os animais, plantas, enfim, tudo aquilo que tem vida. Trata-se de um bate e volta, tudo o que você fizer de bom para os outros, conseguirá se beneficiar com o retorno.

O Profeta Gentileza possuía inúmeras frases que ele escrevia em plaquinhas e também nas paredes do jardim que ele se oficializou, todas incentivando a prática da gentileza como antídoto para os problemas da vida, uma delas ele chamava a atenção quanto os perigos da língua, acompanhe: "Cuidado cabecinha da humanidade, cuidado linguinha. Lá no cemitério tinha uma caveira, alguém foi no cemitério e perguntou: - caveira, quem te matou, caveira? A caveira respondeu: - a língua ferina, é verdade!". A sua preocupação com as pessoas ia muito além, os fumantes também foram suas vítimas, olha o que ele disse: "O Cigarro é a chaminé do capeta" e, fechando com suas frases, atente-se a esta: "Onde houver gentileza, haverá sempre um gesto que surpreenda. Amor se esconde nas coisas pequenas. E a amizade, nas atitudes que refletem maiores que a presença".

Chegamos a mais um final, hoje inspirando-se no Profeta Gentileza! Uma grande verdade precisa ser absolvida por todo mundo: "Nós não perdemos nada por ser bom". Um coração amargurado impede a resolução dos problemas, bloqueia a mente, proporciona doenças e causa angústia, em compensação, o amor, a gentileza, a reciprocidade, a solidariedade e a caridade deixam as pessoas mais leves e aptas a viver bem consigo mesmo e com os outros.

Fonte: CLIENT