19 de novembro de 2024 às 19:48
DISCUTINDO CIVILIDADE!
Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 17 de novembro de 2024
Vivemos em novos tempos com um
discurso intensificado para o tema liberdade, que por sua vez abafou muitos
princípios do passado, dentre eles, a civilidade. Em 19 de novembro lembramos o
DIA DA BANDEIRA que antigamente era bem mais enaltecida, hoje não mais por
causa das inúmeras críticas aos comportamentos cívicos e no fundo, isto é muito
preocupante. Este assunto norteará o nosso tema de hoje!
Tudo leva a crer que o período
militar com todas as suas implicações, torturas e controle social proporcionou esta
revolta nas pessoas, fazendo-as recusarem a prática da civilidade. O problema é
que muita coisa desencadeou depois da redemocratização, contribuindo para o
abandono do amor à Pátria e o surgimento de muitos "mimimis" em cima de várias
situações. Até mesmo a religião foi afetada com o excesso de liberdade almejada
na ditadura e extrapolada na atualidade, que o diga as universidades que
partiram para uma criticidade alienante dos jovens, tornando-os grandes
opositores aos princípios morais, éticos, religiosos e cívicos do passado. Se
alguma escola hoje adotar a antiga HORA CÍVICA com os alunos em posição de
respeito na frente da bandeira brasileira enquanto escutam e cantam o Hino
Nacional Brasileiro, um desconforto acontecerá nos defensores da causa
contrária, mas eventos como este não tem a intenção de resgatar o militarismo,
tão somente, trabalhar a disciplina, a civilidade e o patriotismo.
Este assunto pode até ser
polêmico, mas precisa ser conversado, a liberdade desvairada que não aceita o
patriotismo, apresenta inúmeras ideologias que põe em xeque os bons costumes. A
família e a religião que sempre foram âncoras para a sociedade, passaram a ser
descartadas e taxadas de opressoras e inibidoras do livre arbítrio, diante
disso, assistimos a um crescimento exacerbado do uso de entorpecentes, que por
sua vez abriu as portas para a violência, para o descompromisso, comportamentos
diferentes e para a criação de ideias modernas. Em crônicas passadas já tocamos
no assunto LIBERDADE e chegamos à conclusão que ela não existe na sua
magnitude. "A minha liberdade termina na hora que começa a do outro",
esta máxima não falha! As pessoas precisam perceber que vivemos numa coletividade
e para que ela exista, se faz necessário o respeito, a empatia, a disciplina, o
amor e a sabedoria.
Utilizamos hoje a bandeira para
guiar os nossos passos. Por que há uma repulsa a este símbolo nacional, mesmo
diante da obrigação de celebração e respeito na Constituição Brasileira? Muitas
nações mostram um verdadeiro amor e veneração à flâmula do seu país, eles
entendem que se trata de algo que os representa enquanto patriotas. O seu uso
nunca acontece de maneira desrespeitosa, muito pelo contrário, veem nela a
identificação de um povo que luta, que tem história, qualidades e civilidade. Segundo
o artigo primeiro da nossa constituição, o primeiro símbolo nacional é a Bandeira,
seguida do Hino, Armas e Selo Nacional. O PL 2.303/2022 prevê detenção, de dois a
quatro anos e multa para quem "destruir ou ultrajar símbolo nacional em
público, ainda que a conduta seja praticada fora do território brasileiro",
assim informa a Agência Senado.
A Bandeira do Brasil tem o seu
dia celebrado em 19 de novembro, este símbolo foi criado para marcar o fim do
Império e o início da República. Não por coincidência, a data é comemorada
quatro dias após a Proclamação da República, ocorrida no dia 15 de novembro de
1889. As suas cores: o verde - representa a vegetação brasileira; amarelo
- representa o ouro e as riquezas; azul - representa o céu e os rios
brasileiros; branco - representa o desejo pela paz, estas informações são
do site Toda Matéria. Algumas fontes intensificam ainda mais os
detalhes, como as estrelas que representam os estados brasileiros, a imagem
retrata o céu do Rio de Janeiro no dia da despedida do Império. A frase "Ordem
e Progresso" é atribuída ao sociólogo e filósofo francês Augusto Comte que
defendeu a teoria positivista. O seu uso individual como em atividades
esportivas, eventos ou mesmo festas cívicas não é proibido, desde que tenhamos
mais devidos cuidados.
Os jovens de hoje acreditam que
estas teorias são obsoletas, haja vista os novos tempos. Vários deles dizem que
o passado precisa ficar lá e que se faz necessário uma adaptação às novas
realidades. Diríamos que eles estejam certos e errados ao mesmo tempo. É claro
que mudanças ocorrem sempre em todos os setores, vivemos num mundo em
transformação, o futuro será ainda mais diferente, acreditamos apenas que
muitos costumes antigos que contribuíram para a formação de cidadãos dignos,
respeitosos, éticos e empáticos, cabem ainda hoje. O patriotismo não poderia
faltar em época nenhuma, trata-se de um hábito de cuidar do lugar onde se vive,
estes cuidados compreendem tanto ambientais como sociais. A ridicularização dos
símbolos nacionais, bem como dos religiosos, identifica um povo pobre de
cultura, desorganizado, rebelde e descompromissado. Assim já dizia o filósofo
alemão Friedrich Nietzsche: "A moralidade é a melhor de todas as regras para
orientar a humanidade".
Chegamos a mais um final! Hoje tratando do tema CIVILIDADE. O civil é aquele que participa de uma civilização, de um grupo maior, enfim, de um lugar onde exige organização. A expressão SOCIEDADE pode ser entendida como "sócios da cidade". Um sócio é aquele que se beneficia dos lucros e também arca com os prejuízos. A cidade, estado e país são a nossa casa, o lugar onde moramos, contribuídos, criamos nossas famílias e evoluímos. É sabido que vivemos na coletividade e precisamos praticar o Ubuntu, aquela expressão africana que significa: "Eu sou eu, enquanto somos nós". Para isso, cabe a todos cuidar do seu próprio ambiente, tanto para se satisfazer, como para mostrar aos demais que está fazendo a sua parte.
Fonte: CLIENT