10 de setembro de 2023 às 07:14
DEPENDÊNCIA DA INDEPENDÊNCIA!
Crônica de ELIAS DANIEL DE OLIIVEIRA, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 10 de setembro de 2023 no programa Show de Domingo.

Encerrando a semana da pátria,
cai bem fazer a nossa reflexão para analisar os fatos de antes e de agora e
assim certificar se conseguimos a tal independência gritada por Dom Pedro I no
ano de 1822. Temos orgulho da nossa nação, embora não concordemos com um monte
de situações que ficam a desejar e impedem a nossa chegada à magnitude.
No dia 07 de setembro de 1822,
o então imperador brasileiro Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos
Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de
Bragança e Bourbon, popularmente conhecido como Dom Pedro I estava em viagem
para a cidade de Santos onde tinha uma amante, Marquesa de Santos, mãe do
garoto Pedro II que mais tarde seria o próximo imperador. Ela era casada e o
marido permitiu o romance em troca de um cargo público. Pois bem! Nesta viagem,
em cima de um pangaré e tomado de uma incomodante dor de barriga, o monarca
recebeu mais uma carta de seu pai Dom João VI lhe incumbindo funções.
Desgostoso de tanta pressão e insatisfeito com as interferências lusas sobre o
Brasil, proclama a independência da nação às margens do Rio Ipiranga em São
Paulo. É claro que não houve uma resposta imediata de seu pai que logicamente
não concordou com o filho. Depois de muitas negociações, a corte portuguesa
liberou o Brasil, desde que pagasse pela liberdade. Como não tinha dinheiro, o
jeito seria recorrer a Inglaterra um empréstimo. O interessante é que Portugal
também devia a Inglaterra e ao receber o dinheiro da independência, quitou a
sua dívida. Assim, a Inglaterra começou a interferir na economia brasileiro com
benefícios fiscais e alfandegários, isso sem contar nos assuntos sociais.
Quando tudo parecia controlado, Dom João morre e Pedro I volta para Portugal
para assumir a corte. No Brasil deixa o trono para seu filho de apenas cinco
anos que tivera com a amante. Bom, para um monarca no século XIX esta bagunça
era normal, vejam que ele era casado com Dona Maria Leopoldina, com quem tinha
quatro filhas.
Um dito popular muito
conhecido: "pau que nasce torto, morre torto" bem aplica para a história
brasileira. E olha que não dissemos nada da chegada de Cabral e nem do segundo
governo imperial e republicano. O que nos conforta é a segunda versão deste
dito: "pau que nasce torto, morre torto. Eu não sou pau, então posso
endireitar". O Brasil tem jeito! Vivemos num lugar abençoado por Deus e
bonito por natureza, como cantava Jorge Benjor e precisamos apenas nos
esforçar para que as coisas aprumem e chegue na perfeição como em muitos países
de primeiro mundo. Difícil? Por incrível que pareça é não! Talvez precise mudar
alguns hábitos e quebrar paradigmas, além de uma apurada educação às crianças.
Quem sabe no futuro estes próximos adultos vejam um mundo mais consciente,
saibam respeitar a natureza e as pessoas, consigam escolher políticos sérios e
comprometidos, também bons candidatos. Para isso seria interessante abandonar
um monte de mimimis e adotar como principio fundamental a ética. Uma
pessoa ética sabe lidar com todos, conseguem viver integralmente, não fura o
olho de ninguém, não é egoísta, não deseja o mal dos outros, gosta e vive as
coisas de Deus, sabe praticar o bem e por aí vai. A falta de ética deixa as
pessoas pensando só em si e idiotas, proporciona politiqueiros incompetentes e
negligentes, verdadeiros lobos com cara de cordeiro, proporciona o surgimento
de falsos profetas que abrem igrejas para enganar fiéis, faz a mídia montar suas
histórias e tramas que destroem lares e criam ideologias que valorizam o mal
para contribuir no ibope. Há uma necessidade enorme de ensinar às nossas
crianças coisas boas. Bom também poder aproveitar delas a pureza que faz muita
falta nos adultos.
Estar independente, não
necessariamente nos moldes do imperador Pedro I, seria poder viver numa nação
em que os cidadãos fossem de fato respeitados nas suas leis. O problema é que cabe
aos ministros fiscalizadores da constituição e superiores dos juízes e
magistrados que chegaram ao cargo por indicação política, a maioria deles sendo
antes meros advogados sem nenhuma notoriedade cuidar deste assunto. Nota-se
então uma desigualdade de direitos e deveres que emperram a evolução da nação,
onde as prioridades são invertidas e muitos assuntos importantes são absorvidos
por outros de interesse menor em benefício de uma minoria. A democracia
brasileira é muito acirrada e carregada de militantes que cegam seus olhos
quando pretendem definir seus governantes e legisladores. Muitos vereadores,
deputados e senadores pleiteiam sempre o cargo político para lhe assegurar uma
boa condição financeira e não necessariamente para atuar em prol da
coletividade. Também membros do executivo que só querem status e defesa da sua
corrente ideológica. Existem muitos países em que a política é algo normal e
responsável, onde as disputas são pacíficas, os votados reconhecem seu valor e
atuam em prol do bem comum, mas o que esperar de alguns eleitores brasileiros que
votam nos tiriricas da vida ou trocam seus votos por um saco de cimento?
Talvez seja por isso que encontramos uma lentidão nas mudanças.
Normalmente as bandeiras que
possuem cores vermelhas alcançaram suas independências pela guerra ou
derramamento de sangue o que não é o caso do Brasil que exibe a beleza de
nossas matas, terras e estrelas além de uma frase motivadora herdada do
positivista Augusto Comte, sem contar um hino lindíssimo que conta parte da
nossa história, mas precisamos reafirmar nossa condição de autênticos
brasileiros cuidando da pátria como cuidamos do nosso lar a tal ponto de não
permitir que os do contra nos incomode e destrua este presente que Deus deu
para vivermos e cuidar dos nossos filhos.
Enfim, somos independentes apesar das inúmeras
dependências. Apoiemo-nos no Salmo 33, 12: "Feliz a Nação cujo Deus é o
Senhor!". Que o Pai do Céu continue a nos ajudar e que possamos manter as
esperanças num Brasil melhor!
Fonte: CLIENT