16 de janeiro de 2022 às 07:57

DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

Crônica de Elias Daniel lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 16 de janeiro de 2022

Crédito:Macrovector

De geração em geração, tempos vem... tempos vão! Cada época com suas particularidades, embora aconteça uma ligação entre elas. Na crônica de hoje vamos fazer uma comparação entre o que se passou, o que está acontecendo e o que poderá vir. Isto não quer dizer que o passado tenha sido melhor que hoje ou vice versa, mas em todos os tempos faz-se necessário uma análise para extrair o que foi bom e consertar aquilo que não valeu.

As pessoas mais velhas gostam de dizer que suas gerações é que criaram os verdadeiros homens. Tratava-se de uma época onde as pessoas não eram beneficiadas pela tecnologia e contudo, sobreviveram. Muitas postagens mostram crianças do passado que não possuíam celular e pouco se incomodavam com a televisão brincando e não preocupando com as questões de segurança. Era possível vê-las bebendo água sem estar tratada, correndo descalças, jogando bola em terrenos acidentais e quando perdiam a cabeça do dedão nem por isto era o fim do mundo, as vezes tratava com terra mesmo porque o time não poderia ficar desfalcado. Alguns remédios eram terrivelmente doloridos como o mertiolate, mas compensava a dor, porque, passou, sarou. Quebravam-se os braços e os gessos não atrapalhavam viver, muito pelo contrário, se tornavam lugares de escrever, fazer desenhos e vários outros registros. Nas escolas o uniforme era obrigatório, isto contribuía para a disciplina do aluno. Os livros eram usados, comprados e apagados com borracha. Os professores eram respeitados e coitado do moleque que chegasse em casa e falasse que havia ganhado bronca deles, normalmente ficavam de castigo ou algo pior. As crianças trabalhavam sem, contudo, atrapalhar o seu desenvolvimento. Geralmente ajudavam em casa ou no trabalho dos seus pais, alguns outros eram engraxates ou vendiam Chup Chup. Esta geração sentiu na pele a necessidade de crescer e muitos deles, mesmo sem ter feito faculdade, conseguiram se sobressair e montar um mundo forte e capaz de acolher sem muito sofrimento as novas gerações.

Um sábio provérbio oriental traz a seguinte máxima: "Homens fortes criam tempos fáceis. Tempos fáceis geram homens fracos. Homens fracos geram tempos difíceis, mas tempos difíceis geram homens fortes". A nova geração chegou com novos ares onde adentraram com muitas facilidades e toda uma estrutura criada pelos seus antecessores. Como benefício de tudo isto, depararam-se com a modernidade tecnológica que muito contribuiu para a acomodação ideológica das pessoas de hoje, fundamentalmente as crianças. Não estamos querendo aqui criticar negativamente estes avanços, muito pelo contrário, acreditamos que tudo isto chegou apenas para aprimorar e revelar a importância das inovações que os cientistas do passado desenvolveram sem nem possuir muitos recursos. Hoje é possível estudar em casa, enfrentar uma pandemia com trabalhos home office, pedir os mais diversos alimentos sem precisar sair de casa, comprar qualquer coisa simplesmente pela tela do celular e por ai vai. Em contrapartida algumas coisas ficaram a desejar, como as amizades sinceras, o abraço, o futebol no campinho do bairro, as brincadeiras na rua e até mesmo o compromisso com a participação na igreja. Defrontamos com uma geração de garotos muito inteligentes que manjam muito de toda esta parafernália moderna sem precisar até mesmo fazer curso. O seu conhecimento imediato é algo impressionante, muitos já querem dominar o mundo e acabam por subestimar tudo o que aprenderam com os seus pais. Por outro lado muitos casos de depressão, pânico, solidão, stress e revoltas acabam por ocupar a mente desta nova galera. Neste ponto cabe voltar uma preocupação com o futuro. Com toda certeza será bem mais avançado que hoje, mas como serão as pessoas? As antigas virtudes e bons costumes que os mais antigos tanto valorizavam, como ficarão? Será que as pessoas vão se amar de verdade? Será que ainda valorizarão as famílias? Temo de no futuro as pessoas serem mais robotizadas que humanas, alguns filmes já mostraram isto.

Certa vez Bill Gates, o criador da Microsoft foi fazer uma palestra numa escola e ele não falou muito, só deu 11 conselhos para os estudantes, assim ele disse: "A vida não é fácil, acostume-se com isso. O mundo não está preocupado com a sua autoestima, ele espera que você faça alguma coisa útil por ele antes de aceitá-lo. Você não ganhará 20 mil dólares por mês assim que sair da faculdade e não será vice-presidente de uma empresa com supercarro e celular, antes que você tenha conseguido comprar o seu próprio carro e telefone. Se você acha seu pai ou professor rudes, espere até ter um chefe, ele não terá pena de você. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social, seus avós chamam isso de oportunidade. Se você fracassar, não ache que é culpa dos seus pais, não lamente seus erros, aprenda com eles. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por terem de pagar as suas contas, lavar as suas roupas e ouvir você dizer que eles são ridículos, então, antes de tentar salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente primeiro arrumar o seu próprio quarto. Sua escola pode ter criado trabalhos em grupo para melhorar as suas notas e eliminar a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim, em algumas escola você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar, isto não se parece com absolutamente nada na vida real, se pisar na bola, estará despedido... rua... faça certo da primeira vez. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre férias de verões e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período. Televisão não é vida real, na vida real as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate para ir trabalhar. E por fim, seja legal com os nerds da sua sala, aqueles que você julga uns babacas. Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para alguns deles".

E assim chegamos a mais um final! Este tema chega a ser polêmico e digno de um debate, mas esta foi a nossa reflexão. Que Deus abençoe as novas gerações e que pelo menos a religiosidade e as famílias não sejam extintas dos futuros projetos e metas.

Fonte: CLIENT

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