01 de setembro de 2024 às 07:54

CONVERSANDO SOBRE ELEIÇÕES

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 1º de setembro de 2024 no programa Show de Domingo!

Crédito:GAZETA DO POVO

Iniciado mais um período eleitoral! A caça aos votos já está a todo vapor! Dois candidatos a prefeito e cerca de 100 a vereador iniciaram a corrida por uma vaga no executivo e 11 no legislativo. Alguns com promessas mirabolantes, outros com projetos consistentes e enfim, aqueles que compõem o time dos procuradores de uma boquinha financeira rentável sem muito esforço.

Os discursos são os mais diversos, vontade de fazer alguma coisa por Bom Sucesso, realizar a mudança, ajudar os pobres, os times de futebol, as escolas de samba, as entidades, proporcionar emprego, saúde, educação, animais e blábláblá. As ferramentas de convencimento são: uma boa lábia, compra de votos, seriedade na fala, apelo e por aí vai. Alguns de fato se mostram excelentes candidatos, o problema que se misturam com aqueles que falam bem, mas desejam apenas poder, salário e satisfazer seus próprios interesses. Como diferenciar estes dois? Pois é! Talvez olhando bem nos olhos deles para encontrar sinceridade. Os políticos sérios certamente não gostam deste tipo de fala, mas também reconhecem que, por causa dos maus, muitos bons se corrompem. Os gregos nos ensinaram a praticar a política, que por sinal é de muita necessidade para a sociedade, mas com o avançar dos tempos e os benefícios aparecendo, surgiu a politicagem que fez a credibilidade na causa diminuir. 

A partir das ideias iluministas, o filósofo francês Montesquieu propôs a separação dos três poderes. A população já não suportava o domínio dos reis absolutistas e propuseram uma sociedade dividida em Executivo, que seria o gestor, o Legislativo que responsabilizaria pelas leis, além da fiscalização do Executivo e para a prática da justiça, o Judiciário. Atualmente a governabilidade municipal, estadual e federal é exercida por estes princípios. Todos eles possuem suas autonomias só que, atrelados uns aos outros. Infelizmente os cidadãos, principalmente os mais simples e desinformados, confundem ou não entendem essas funções, chegando a pensar que um vereador bacana é aquele que pratica o assistencialismo. Nesta época então, a troca de favores gera votos nas próximas eleições. Quanto aos vereadores que agem desta maneira, os fazem por ignorância ou por safadeza e o seu verdadeiro trabalho nunca será realizado. O chefe do executivo também precisa saber que ele não será o prefeito, e sim que estará de prefeito, isso significa que seu mandato é temporário e os eleitores possuem as ferramentas para tirá-lo diante de incompetências e mau uso do dinheiro público.

Aquelas pessoas que se revoltam com a política anulando, votando em branco ou em candidatos nada a ver, estão condenados a viver numa cidade muito mal governada sob a condição de nem sequer poder reclamar depois. Bertolt Brecht chamava estas pessoas de analfabetos políticos, assim ele dizia: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo".

Em prol da moralização da política, quando você, eleitor, for abordado por um candidato, indague dele o que ele pretende fazer. Se por acaso ele te oferecer dinheiro, um saco de cimento, pagamento da conta de luz ou algo do tipo, aceite, claro! Um presente em sempre bem vindo, mas, faça o favor de não votar nele por nada neste mundo, se ele não tem condições de te convencer pelo conhecimento, entendimento das leis, funções da Câmara Municipal ou da gestão pública, não merece o seu voto. Pode ter certeza que ele vai fazer de tudo para recuperar o dinheiro gasto na campanha e nunca desejará fazer alguma coisa interessante para a população, muito menos em prol daqueles que por ventura tenha votado nele. É chato dizer, mas tem muitos candidatos que seguem essa linha de raciocínio, infelizmente.

A idade mínima para a candidatura a vereador é de 18 anos e para prefeito, 21. Todo eleitor pode se candidatar, desde que seja aprovado na convenção do partido a que for afiliado. Bom seria se no Ensino Médio tivesse alguma disciplina no ramo da cidadania que pudesse preparar futuros políticos com foco na ética, respeito, responsabilidade, seriedade e comprometimento com o dinheiro público. Mesmo sabendo que na nossa constituição libera qualquer tipo de pessoa, independente de escolaridade para candidatar a qualquer cargo público, penso que, levando em consideração a importância destes poderes, os candidatos precisariam antes passar por alguma prova de conhecimento e antes de sua posse, participar de algum curso preparatório para assumir a função. A punição pelo desvio do dinheiro público deveria ser ainda mais rigorosa sob condição de se perder o mandato e ser obrigado a arcar com os prejuízos.

O Brasil é regido sob o sistema democrático e republicano, o que nos dá a condição de, a cada período, podermos renovar os administradores e legisladores. Muitos dos atuais candidatos estão procurando reeleição, o que facilita a nossa análise da realização de seus trabalhos. Um vereador ou prefeito que tenha nos decepcionado enquanto político, não pode ser reeleito de maneira alguma e idiotice do eleitor que ainda vota neles repetidamente. É sabido que muitos votam nos seus familiares, mas ainda assim é bom fazer uma triagem para não passar vergonha. O estadista Winston Churchill já dizia: "A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes".

Chegamos a mais um final! Hoje conversando sobre a eleição deste ano. O nosso desejo é que esta crônica faça a diferença entre os eleitores, candidatos e críticos do ramo. O futuro da nossa cidade está nas mãos dos eleitores. O nosso voto vale muito, a tal ponto que, se fosse visto financeiramente, ninguém teria dinheiro suficiente para comprá-lo.

Fonte: CLIENT

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