16 de fevereiro de 2025 às 07:52

COMPREENSÃO COM SABEDORIA!

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no Programa Show de Domingo do dia 16 de fevereiro de 2025.

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Crédito:istockphoto

A sabedoria precisa ser o nosso guia para entendermos os outros e a nós mesmos. Muitas vezes acreditamos que as outras pessoas estão pensando como nós ou então ficamos certos que a nossa teoria é inviolável e bem superiora à dos outros. Este egoísmo intelectual nos faz tropeçar muitas vezes. Este tema norteará a nossa reflexão de hoje.

Padre Léo conta a estória de três filhos que ficaram multimilionários e queriam agradar sua octogenária mãezinha que faria aniversário no mês seguinte. Após uma reunião de família para organizar uma festa, cada um dos filhos teve uma brilhante ideia, mas não quiseram compartilhar com os outros, pois cada um queria dar-lhe o melhor presente, valorizando o esforço e dedicação que sua Mãe teve para cria-los dando lhes condições de agora serem bem-sucedidos na vida e na sociedade. O primeiro decidiu comprar-lhe uma grande mansão, substituindo aquela casinha humilde e contratou um mordomo e empregados. O segundo, decidiu comprar-lhe uma limusine, com um motorista, para que pudesse levar sua mãe onde quer que ela quisesse ir. O terceiro, foi um pouco mais além, não queria dar-lhe simplesmente um bem material, conhecendo bem a sua mãe, sabendo que ela era muito religiosa, rezava sempre, gostava muito de ler a palavra de Deus e com a idade avançada isto se tornara uma tarefa muito difícil para ela. Ele havia ouvido falar que existia uma ave raríssima, "Um Papagaio Marrom", que fora treinado por uns Monges Beneditinos que moravam num convento no alto de uma montanha e que esse famoso Papagaio Marrom sabia recitar a bíblia todinha de cor e salteado, era só dizer o capitulo que ele recitava versículo por versículo.    Moveu mundos e fundos e se encheu de explicações e justificativas para convencer os monges a lhe vender a tal ave maravilhosa. Os Monges não queriam vender e realmente deu muito trabalho convencer aqueles monges, mas afinal, ele conseguiu. No dia do aniversário, toda os parentes e amigos estiveram presentes, uma grande festa, com banquete, missa, orquestra, homenagens e etc… cada um ofereceu seu lindo presente, se encheram de orgulho com a alegria de sua mãe. Na semana seguinte retornaram à casa de da família para saber o que ela havia achado dos maravilhosos presentes que receberam e lhe perguntaram. E aí mãezinha, o que achou do meu presente? Milton, meu filho, você gastou muito dinheiro, comprando esta casa enorme, muitos quartos, muitos empregados, isto dá muito trabalho… Para uma velhinha que mal anda do quarto para a sala. Achei muito bom, mas vou preferir morar em minha casinha pequenina. Marvim, meu filho, para que aquele carrão, com aquele motorista paralisado, parece mais uma estátua de pedra. Já não tenho mais aonde ir, meus parentes e amigos já morreram quase todos e toda vez que preciso vocês me atendem com muito carinho, dispensei o motorista e não vou usar aquele carro que só dará despesas. Melvim, meu filho, seu presente realmente foi maravilhoso, você me conhece bem e soube escolher exatamente o que eu mais gosto, já havia muito tempo que não ganhava um presente tão bom como este, nunca comi um caldinho de frango tão gostoso como o daquele franguinho marrom.

Vejam que os interesses aqui não eram os da mãe, tão somente deles próprios. Todos estavam medindo poder, fortuna e riqueza. A soberba deixou os irmãos ignorantes e quando acharam que agradariam a sua humilde mãe com as mesmas ferramentas deles, deram com os burros na água, conforme fala o dito popular. Com certeza a mãe ficou vislumbrada com a imponência dos presentes, percebia que seus filhos cresceram na vida a partir da educação que ela proporcionara, mas não desejava nenhum luxo, na sua concepção já tinha tudo que necessitava. Os olhares dos filhos em relação à mãe era exatamente os deles. Agradar alguém e fazê-la totalmente feliz, pode ser bem mais simples do que pode parecer! Esta máxima serve para tudo. Quando Jesus dizia que as crianças devem ser imitadas para se conseguir a salvação, notamos que elas não possuem ostentação e o que importa é viver cada dia como se não houvesse o amanhã. Na nossa infância, montávamos os nossos brinquedos e nos sentíamos imponderados com tamanha façanha. Quem lembra também dos episódios do Chaves, recordará que o Quico tinha uma mãe que lhe dava de tudo e ele esnobava seus brinquedos e pertences, no entanto ele invejava o seu humilde amigo que não tinha nada e era feliz.

Até o ato de dar uma esmola não precisa ser sob holofotes. Como é bonito ver pessoas que fazem ofertas generosas e pedem anonimato. Já citamos em crônicas passadas o piloto Ayrton Senna que era muito rico e possuía uma instituição para ajudar crianças carentes e ele nunca quis ibope sobre os seus propósitos. Atitudes como esta revela a sabedoria cristã de quem pensa, faz caridade e garante pontos positivos no céu.

A história do Padre Léo mostrou que a riqueza cegou os irmãos. Eles tinham ainda um bom coração e muito amor pela sua mãezinha, a inocência deles apenas ignorou o melhor presente para ela. Com as coisas de Deus não é diferente, embora tenhamos muito a oferecer, a humildade, sinceridade, fidelidade, fé, amor, honestidade, dentre outras virtudes podem ser os melhores presentes a ser oferecido. A soberba não pode dominar os nossos propósitos.

Chegamos ao final de mais um tema! A compreensão com sabedoria nos faz pensar e escolher o caminho certo. Infelizmente o mundo tem nos deixado acomodados ou mesmo fechamos os nossos pensamentos para as coisas simples. Assim já dizia Cora Coralina: "O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes".

Fonte: CLIENT

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