18 de setembro de 2022 às 07:32
AOS PÉS DA CRUZ
Crônica de Elias Daniel de Oliveira lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 18 de setembro de 2022 em função da Exaltação à Santa Cruz.

Nesta semana a Igreja Católica
celebrou o dia da Exaltação à Santa Cruz. Parece estranho enaltecer um
instrumento que teria sido causa de sofrimento a alguém tão importante para
nós. Seria como utilizar de troféu uma faca que teria assassinado um ente querido.
Mas, não é bem assim, a cruz é considerada um do dos mais importantes símbolos
sagrados e pela crônica de hoje vamos entender um pouco o assunto.
Muitos santos abordaram esta
temática com muita propriedade. Jesus poderia muito bem ter recusado a sua modalidade
de morte com o poder da palavra diante de Pilatos, mas tinha ele o propósito de
se sacrificar em prol da nossa salvação. Neste ponto já começamos a entender a
importância da cruz. Ela foi carregada com todos os pesos do mundo e não foi
nada fácil diante de tanta pressão e maldades. Mas o nosso mestre e senhor foi
persistente com o seu propósito, cumprindo muita coisa dita pelos profetas.
Poderíamos dizer que a cruz acolheu Jesus e não teria sido ela a causadora de
tantos sofrimentos. Maus foram os soldados que, seguindo a ideologia dos
doutores da lei, causaram muitas torturas no caminho do calvário.
Em um dos programas do Padre
Reginaldo Manzotte desta semana, ele disse que todo cristão tem que ter um
crucifixo na parede dentro de casa. As bençãos de Deus superabundam sobre a
família, bem como a proteção e o afastamento das coisas negativas. Não se trata
de uma adoração à uma imagem, como nos criticam os irmãos evangélicos, mas tão
somente a lembrança de um símbolo sagrado que para nós representa a salvação.
A cruz ultrapassa o quesito
enfeite, não é também nenhum amuleto, trata-se de um verdadeiro símbolo para
afugentar as coisas do mal. O demônio e seus anjos não suportam vê-la, tanto
que muitos filmes sobre vampiros e exorcismos revelam um grande desespero e
arrepiantes fugas com a sua exibição. Neste ponto é possível também entender
porque em todas as orações se faz necessário fazer o sinal da cruz. Algumas
outras apresentam frases fortes no seu interior revelando muita proteção e
livramento. Um bom exemplo é a da Cruz Sagrada de São Bento, vamos lembrar: "A
cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão o meu guia. Retira-te satanás!
Nunca me aconselhas coisas vãs. É mal o que tu me ofereces, bebe tu mesmo o teu
veneno!". Esta oração é fortíssima e ajuda muito as pessoas vítimas de
inveja, perseguições, maldades e ciladas do demônio.
Em se tratando de proteção, o
uso continuo do crucifixo é a melhor pedida. Muitos possuem pingentes, blusas,
anéis e até mesmo tatuagem para se mostrarem fiéis à Cruz Sagrada. Para se ter
uma ideia, o próprio terço é inicializado por ela. Com os dedos segurando a
cruz, reza-se o creio onde a pessoa confirma a sua religiosidade e fidelidade
às coisas sagradas, fundamentalmente à sua igreja. O próprio Jesus havia dito
que também temos cruzes a carregar, vê-se que não passa nem perto da que ele
carregou. Para todos os efeitos, Deus envia anjos para nos auxiliar, uma única
coisa pede em troca, sermos fiéis. Esta confirmação está no Evangelho de São
Mateus, no capítulo 16, versículo 24: "Se alguém quiser vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga".
Segundo o site da Arquidiocese
de Brasília, a festa da Exaltação da Santa Cruz vem do século IV, quando se
realizou a dedicação das basílicas que Constantino mandou construir no Gólgota
e no Santo Sepulcro, em Jerusalém. Nessas basílicas eram veneradas relíquias da
Cruz de Cristo, que foram descobertas, segundo uma tradição, por Santa Helena,
a mãe do Imperador Constantino. Mais tarde, no século VII, o imperador
Heráclito venceu os persas e recuperou as relíquias, que tinham sido roubadas,
e as transladou para Jerusalém. Esses dois acontecimentos estão na origem da
Festa. Além de todo este simbolismo histórico, o verdadeiro motivo de desta
celebração é recordar e vivenciar a Paixão de Cristo que nos libertou de nossas
paixões. Na cruz foi esmagado e condenado todos os nossos pecados, onde
recordamos os cravos encravados nas mãos do nosso salvador que apagou o castigo
do mal em cada um de nós. São Paulo, na sua carta aos Filipenses (2,6-8) dizia
que aquele olha a cruz, encontra Jesus, "existindo em condição divina, não
fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a se mesmo,
assumindo a condição de escravo e tonando-se igual aos homens. Encontrado com
aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e
morte de cruz".
Uma linda canção de Kleber
Lucas, intitulada "AOS PÉS DA CRUZ" mostra como é precioso e inspirador rezar
olhando para a Cruz de Cristo, seria como se no nosso momento de muita dor e
necessidade estivéssemos lá no calvário fazendo intercessão a quem morreu no
nosso lugar. Assim, ele canta: "Oh meu Jesus, maravilhoso és! Minha
inspiração a prosseguir e mesmo quando tudo não vai bem, eu continuo olhando
para ti, pois sei que tu tens o melhor pra mim. Á um segredo no Teu coração. Ó
dá-me forças para continuar guardando a promessa em oração. Firme, ó Deus, está
o meu coração. Firme nas promessas do Senhor eu continuo olhando para ti e
assim eu sei que posso prosseguir e mesmo quando eu chorar as minhas lágrimas
serão para regar a minha fé e consolar meu coração. Pois o que chora aos pés da
cruz clamando em nome de Jesus alcançará de Ti Senhor Misericórdia, graça e luz
(...)".
Pois bem, chegamos a mais um final! Hoje exaltando
a Cruz de Cristo! Acredito que diante de tanta explanação foi possível reforçar
o que comentamos do início, que a cruz, embora tenha sido local de dor e
sofrimento, representa para nós um símbolo sagrado que acolheu o nosso Mestre e
Senhor! Que possamos reverenciá-la com frequência e que ela nos acompanhe em
todos os nossos caminhos em prol da nossa salvação.
Fonte: CLIENT