A crônica de hoje será uma parte dois da solidariedade abordada na semana passada. Para refrescar a memória dos que ouviram e mostrar para quem não pôde acompanhar, falamos sobre a necessidade de expandir do natal os corações solidários para estendê-lo ano afora. Um desafio foi lançado, o de envolver todos os ouvintes do programa Show de Domingo numa causa justa de manter este projeto no decorrer deste ano de 2022 que acabou de iniciar. Seria uma parceria com o programa Intercessão para trazer de volta o velho hábito de ajudar as pessoas como forma de dar continuidade ao legado do saudoso Pedro Luiz.

"Deus ama quem dá com alegria...", já exortava São Paulo na sua segunda carta aos Coríntios, capítulo 9, versículo 7. Paulo, depois que saiu daquela cidade e enviando cartas para continuar nas instruções, tocou no assunto acerca da solidariedade de uns para com os outros. Assim ele falou: "Sobre o gesto de ajudar os irmãos, acredito que seria inútil continuar falando, mas, como sei da boa vontade de vocês, exorto-os a respeito. O exemplo de zelo tem estimulados a muitos. Aquele que semeia pouco, colhe pouco. Aquele que semeia muito, muito colherá. Dê cada um em conformidade com o seu coração, sem tristeza, constrangimento ou arrependimento. O serviço dessa obra de caridade não só provê as necessidades dos irmãos, mas é também uma abundante fonte de ações de graças a Deus". Já dissemos outras vezes que a caridade feita faz aumentar para o doador muitas bênçãos, graças e bonança. Um detalhe é muito importante observar, "o que a mão direita faz, a mão esquerda não precisa ficar sabendo", como diz o velho ditado. Nunca queira doar alguma coisa pensando em crescer ou se mostrar como pessoa caridosa. O melhor caminho é o anonimato, na verdade a única pessoa que você precisa impressionar é Deus. Sabemos que o dízimo pago na igreja faz abençoar o dinheiro recebido, da mesma forma que um alimento doado faz aumentar o seu próprio, lembram a história da viúva de Sarepta? O Profeta Elias pediu que ela lhe desse o único alimento que possuía e ela não temeu, acreditou e teve retorno de acordo com as graças divinas. É inadmissível assistir a artistas, políticos, autoridades ou ricos que doam, mas fazem questão de fazer um discurso se mostrando como exemplo de bondade a ser seguido.

 Se todos se ajudarem a sociedade vai ficar mais igualitária. No fundo uma cesta básica é algo muito simples para quem doa, mas uma solução maravilhosa para quem recebe. Os incrédulos poderão dizer que os gêneros alimentícios não são tão caros assim, mas se levar em consideração que o dinheiro não vale nada para atender a todas as necessidades pessoais, isto é fato. Para se ter uma ideia, um salário mínimo está na casa dos mil reais. Uma família de quatro pessoas para conseguir sobreviver com apenas este dinheiro precisa fazer milagres. Não é simplesmente o alimento que puxa os gastos, mas o aluguel, a tarifa de energia elétrica, água, vestimentas, lazer, remédios, móveis e por ai vai. Muitas famílias precisam de cestas mesmo tendo mais de um trabalhando, infelizmente é a realidade do mundo. Mas a partir do momento que a solidariedade assumir este vácuo, as coisas mudarão. Pessoas bem alimentadas praticam menos violência, têm prazer em ir para escola, igreja e são mais saudáveis.

Estamos concentrando todas as nossas atenções apenas na alimentação, mas a ajuda ultrapassa este quesito. Os vicentinos sabem muito bem como lidar com esta situação. Ao visitar uma família necessitada, converse e reze com eles. Veja também outras necessidades como mobília, vestuário, etc. Pode acontecer que naquele lar está precisando mais de outros tipos de contribuição que o alimentar, como oportunidade de emprego, tratamento médico, psicológico, aposentadoria ou mesmo um bom bate-papo. Esta sindicância é muito bem vinda para não correr o risco de ajudar quem não precisa e de maneira errada. Infelizmente a cidade está cheia de gente que não vale nada e se faz de necessitado para ganhar dinheiro e cestas. Algumas destas as vendem ou pagam dívidas de drogas ou coisa parecida. Pela proposta de semana passada do repasse para o programa Intercessão ou para a paróquia, o resultado final poderá ser mais bem alcançado, haja vista a experiência destes órgãos. Elas poderão ser enviadas também para as conferências vicentinas e o Terço dos Homens.  

Tem um pensamento muito interessante de Madre Tereza de Calcutá que bastante contribui para a nossa reflexão: "Sabemos que o que fizemos, foi apenas uma gota d’água no oceano, mas se não tivéssemos feito, esta gota faltaria". Diante das dificuldades de todo mundo, fica muito complicado uma ajuda mais ampla, mas um pouco que oferecer, já será suficiente para ajudar a muitos. Se você não conseguir colaborar com nada, pelo menos consiga alguém para fazer isto. São Vicente de Paulo quando assumiu a sua primeira paróquia num vilarejo extremamente pobre e não tendo como ajudá-los pessoalmente, recorreu às damas da caridade para auxiliá-lo neste intento. Elas eram senhoras caridosas da alta sociedade que resolveram embarcar com ele nesta causa e muita coisa boa aconteceu.

Um monte de planos e expectativas está sendo reservado para este ano que acabou de iniciar. Inclua nestas metas também a caridade. Lembram a historinha de semana passada? Aquela das conchas no caldeirão de sopa que identificavam o céu e o inferno? Se todos puderem fazer algo a respeito, o céu estará acontecendo aqui na terra. No mais, um ano abençoado a todos os admiradores deste quadro. Que Deus abençoe a todos e caso tenham algum tema que deseja que abordemos, entre em contado com a gente!

Fonte: CLIENT