O foco da crônica de hoje será o enaltecimento dos profissionais que cuidam de crianças, adolescentes e jovens com deficiência intelectual e/ou múltipla. São pessoas que conseguem mostrar com seu empenho, carisma e competência que não existe diferença humana em quem tem alguma física ou mental.

Muitos povos antigos como os gregos de Esparta e algumas tribos indígenas praticavam a EUGENIA, uma cultura cruel de dizimação de bebês que nascessem com deficiência que as impossibilitariam de serem bons soldados mais tarde ou mesmo com o objetivo de melhorias genéticas da população. Costume absurdo que, graças a Deus, não foi herdado pelo nosso tempo, embora ainda contamos com o ABORTO, um assassinato sem direito à defesa de um ser que não pediu para ser gerado. Todas essas atrocidades revelam um ser humano egoísta que se acha superior e não dá chance de vida a alguém que pode contribuir com a sociedade de outra forma. Diríamos que o líder nazista Adolf Hitler teve um pensamento semelhante quando assassinou inúmeros judeus por acreditar que eles faziam parte de uma raça desprezível, para tanto era seu desejo que apenas uma vigorasse, a ariana, onde todos as pessoas seriam iguais sob o comando do governo.

No dia 02 de abril, comemoramos o dia mundial da conscientização do autismo, também conhecido como TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA (TEA), trata-se de uma síndrome que faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de TRANSTORNO INVASIVO DO DESENVOLVIMENTO (TID), também chamado de TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO (TGD) e, geralmente, vem acompanhado da deficiência intelectual. Os autistas têm dificuldades de linguagem, socialização e possuem comportamentos repetitivos e restritos. A Psicóloga Gabriely Reinaldi diz que, "quanto mais cedo for feito a avaliação da criança e o levantamento das características que indicam que ela pode ter autismo, melhor vai ser o prognóstico e o seu desenvolvimento. A partir de um ano e seis meses de idade, já existem testes e escalas para a identificação de algumas características comportamentais, que indicam que a criança pode ser inserida em atendimentos e, também, em estimulação precoce". O autista normalmente tem um único foco e muitas vezes o exerce com muita qualidade, nos exemplos podemos citar o jogador Messi, também o personagem principal da série "Doctor" e o Mateus de "The Chosen", dentre outros. Alguns, de fato, vivem apenas o seu mundo com enormes dificuldades de socialização, enquanto outros podem até passar despercebidos no meio da multidão.

Na nossa lista trazemos também aqueles que possuem a síndrome de Down. São pessoas graciosas, amáveis e muito humanas. Elas possuem dismórficas faciais características, fácil de identificar precocemente. Visto que possuem um atraso no desenvolvimento global, faz-se necessário uma terapia multidisciplinar e orientação dos pais. É possível encontrar uns que até já contraíram casamento ou que trabalham normalmente nalguma empresa. É certo que eles possuem limitações, mas não os impedem de serem cidadãos.

As deficiências intelectual e/ou múltipla dizem respeito a um conjunto de fatores de risco ou de ordem intelectual, emocional e física, que podem afetar a capacidade de um indivíduo em atingir seu potencial máximo. São consideradas portadoras de necessidades especiais sensoriais, pessoas que tem um ou mais órgãos dos sentidos afetados, sendo os que entram mais em evidência são a deficiência auditiva, surdez e cegueira, por apresentarem maior dificuldades a aprendizagem e a interação social e ambiental.

Muitas outras deficiências intelectual e/ou múltipla existem, mas o nosso espaço seria pouco para comentar as características de cada uma, o que é interessante deixar claro é que todos merecem respeito e aceitos como pessoas dignas. Neste contexto, ressaltamos que o foco da nossa reflexão é enaltecer os profissionais que cuidam deles. Trata-se de verdadeiros anjos da guarda que defendem a causa com unhas e dentes. Como é bonito o trabalho realizado na APAE. Aproveito a oportunidade para recomendar a todos que abracem esta obra, desde com apoio moral, como financeiro. Os alunos veem na instituição a sua segunda família por fazê-los importantes e valorizados. Pelas escolas regulares nos deparamos com os professores de apoio que fazem também um trabalho brilhante. Eles são a ponte entre o aluno e o mundo. Aquilo que lhes falta, este anjo ajuda a completar, conduzindo-os pelos caminhos, adaptando as suas atividades, elogiando cada progresso, traduzindo e interpretando textos e falas, enfim, inserindo-os na sociedade. Na Escola Antônio Carlos uma professora, por nome Karla, que acompanha uma aluna com deficiência auditiva se empenhou em ensinar os demais alunos da turma o método libras para que todos pudessem se interagir com ela. O envolvimento é tão intenso que muitos alunos gostam de continuar o seu contato com os seus professores mesmo fora da escola, neles eles sentem-se seguros, valorizados, amados e compreendidos, não que dentro de casa eles recebam tratamento semelhante, mas o amparo de alguém que não é da família, faz deles infiltrados no meio social. Tudo isso reforça o que disse Eleanor Roosevelt: "Para cuidar de si mesmo, use a cabeça, para cuidar dos outros, use o seu coração".

Chegamos em mais um final, hoje enaltecendo o profissional que faz do seu coração a principal a sua ferramenta. Por traz de um sacrificado salário, a sensação de um dever cumprido! Trata-se de uma verdadeira caridade que ajuda a sociedade eliminar qualquer tipo de diferenciação ou preconceito. Que Deus abençoe todos os professores de apoio, cuidadores, toda a equipe da APAE e órgãos que cuidam com tanto carinho de seres humanos que não puderam ter as mesmas habilidades e capacidades da grande maioria, mas são tão importantes quanto e merecem todo o respeito e amorosidade! Fechamos então com os dizeres de Camões: "Amar é um cuidar que se ganha sem se perder!".

Fonte: CLIENT