15 de maio de 2022 às 07:45

A SABEDORIA QUE ELIMINA A GUERRA!

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 15 de maio de 2022

Crédito:rothbardbrasil.com

O tema "GUERRA" norteará a reflexão de hoje. Na busca por inspiração, usaremos uma belíssima música de Bob Dylan que ganhou o prêmio Nobel da Literatura e Música no ano de 1970. Ela foi traduzida para a língua portuguesa e interpretada magnificamente pela grande artista baiana Diana Pequeno com o nome de Blowin'in The Wind (O vento vai responder). A canção que também foi apresentada por Zé Ramalho chama a atenção para a desnecessidade dos conflitos entre nações que causam mortes de civis inocentes. Bom, vamos então cair de braçadas no assunto para fazer acontecer a nossa criticidade.

Assim, o poeta expressa: "Quantos caminhos um homem deve andar pra que seja aceito como um homem? Quantos mares uma gaivota irá cruzar pra poder descansar na areia? Quanto tempo as balas dos canhões explodirão antes de serem proibidas? Quantas vezes deve um homem olhar pra cima para poder ver o céu? Quantos ouvidos um homem deve ter para ouvir os lamentos do povo? Quantas mortes ainda serão necessárias pra que se saiba que já se matou de mais? Quanto tempo pode uma montanha existir antes que o mar a desfaça? Quantos anos pode um povo viver sem conhecer a liberdade? Quanto tempo um homem deve virar a cabeça fingindo não ver o que está vendo?". O autor foi de uma inspiração tremenda quando alertou o sistema sobre a demora de compreensão na valorização do ser humano. Será que é tão difícil entender o que está se passando? Precisará desenhar? Ao lembrar o tema que estamos abordando, fica possível entender que existem inúmeros meios de se chegar a uma solução que não pelos assassinatos em massa promovidos por gestores detentores do poder. Os próprios soldados, com a velha alcunha de defensores da Pátria, matam e são mortos sem saberem por que estavam fazendo isto. Tudo bem que a guerra é uma das mais antigas práticas do ser humano. As tribos do início da humanidade já não se davam muito bem simplesmente pelo fato de serem diferentes. Lutavam por tudo, desde pela conquista do poder como das terras, descobertas ou porque achavam que deviam atacar. Assim sendo, diríamos que a guerra sempre foi algo desnecessário, idiota e sem sentido. Esta gana do homem não é bem vista pelos olhos de Deus. Esta vontade de crescer e adquirir poder, mesmo que os outros empobreçam, caiam no fundo do poço ou morram é algo que precisa ser analisado. Infelizmente até a Igreja já entrou em batalhas com a justificativa de defesa da fé e muitas cenas do Antigo Testamento lembram os mais diversos conflitos envolvendo profetas e o povo de Deus. O que não isenta de normalidade a disputa que leva a morte de inocentes.

O filósofo alemão Hegel vem em defesa da guerra dizendo que se o mundo vivesse em paz, os grandes dominariam de maneira suprema sem oferecer chances de defesa dos dominados. Ele ainda reafirma que ela nada mais é do que um instrumento de manutenção da saúde moral dos povos. No fundo, não existe conceito melhor do que o de Paul Valéry: "A guerra é um massacre entre pessoas que não se conhecem para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram". Mesclando então estes dois pensadores, diríamos que os conflitos podem até ter alguma utilidade, mas não justifica sacrificar quem não tem nenhum interesse nesta disputa. O Oriente Médio é um bom exemplo, a guerra por lá acontece por todos os motivos que o nem por isto sejam justificáveis. Brigam por território, religião, ideologia, cultura, poder e por ai vai. Os grupos radicais costumam, às vezes, soltarem bombas aleatórias simplesmente porque acham que a paz incomoda.  Os terroristas, seguindo seus preceitos, explodem locais com pessoas que eles nem conhecem, mas consideram inimigos. Citemos de novo duas frases da canção de Bob Dylan: "Quanto tempo as balas dos canhões explodirão antes de serem proibidas? Quantas mortes ainda serão necessárias pra que se saiba que já se matou de mais?".

O homem nasceu para viver e promover a paz! O próprio rei Herodes, aquele dos tempos de Jesus, havia dito: "Em tempos de paz, os filhos sepultam os pais. Em tempos de guerra, os pais sepultam os filhos". O problema é que quando as nações optam por permanecer pacíficos, se armam para o caso de alguém mudar de ideia. Esta Paz Armada não deixa acontecer a oficialização dos propósitos. Ironicamente Carlos Drummond de Andrade disse: "Façamos as pazes até a próxima guerra". É bom salientar que muita gente profere palavras de enaltecimento da paz, mas vivem em eternos conflitos consigo mesmo, na família, no trabalho, nas ruas, no futebol e até mesmo na igreja.  Esta ambiguidade faz o discurso ficar vazio e sem forças.

Falamos muito de guerras entre nações imperialistas modernas. Mas muitas outras acontecem no dia a dia como a luta pela justiça, pela política verdadeira e sem corrupção, pela eliminação do tráfico de entorpecentes, pelo amor das pessoas, pela procura de Deus e, principalmente, pela procura da paz. Esta modalidade de conflito pode ser interessante por abafar os males causados pela guerra que destrói. A compreensão destas palavras pode ser facilmente adquirida com a oração de São Francisco de Assis quando rezava: "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, eu leve a união. Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver o erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria, onde houver as treva, que eu leve a luz".

Enfim, seguir o que Jesus pediu. Ele abominava a violência. Quando quiseram apedrejar a prostituta, foi astuto e categórico ao dizer: "Quem nunca fez nada de errado, que atire a primeira pedra!". Ou seja, a sabedoria, os princípios éticos e morais podem contribuir para a eliminação da guerra!

Fonte: CLIENT

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