24 de julho de 2022 às 07:52

A REVOLUÇÃO DO AGRO!

Em função do dia do AGRO (28 de julho), crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 24 de julho de 2022

Crédito:agronegocio.insumoagricola.com.br

Por uma lei em comemoração ao centenário do Ministério da Agricultura em 1960, no dia 28 de julho o agro e o agricultor são lembrados. A crônica de hoje pretende enaltecer este profissional que é responsável pela alimentação de toda a sociedade. Enquanto muitas nações estão se empenhando pela modernidade e valorizando menos o meio rural, o Brasil desponta e poderá suprir as necessidades consideradas essenciais e de produção modesta pelo mundo.

No passado o trabalhador rural vivia em situação quase anexa à escravidão. Se possuísse suas próprias terras, vivia preso a elas de sol a sol vendendo muito barato o que produzia. Se fosse empregado, se amargurava em troca de um salário ridículo. A grande maioria não tinha estudo porque o tempo não lhes permitia e a pobreza era uma realidade. Acordavam de madrugada para aproveitar o dia, almoçavam em marmitas simples e ia dormir cedo para recuperar as energias. Possuir gado significava não ter folga, levando em consideração a ordenha. A média de vida era bem reduzida. Quando os políticos os visitavam no período eleitoral, prometiam inúmeras mudanças que nunca aconteciam. Pelo menos a fé deste povo era forte. Rezava o terço e fazia as novenas com frequência e quando tinha missa no arraial, participava com fervor. As famílias eram unidas e todos iam para a lida. Dizer a eles que existia um mundão lá fora, era algo meio inacreditável. O máximo que conhecia era a cidade perto e algumas outras da vizinhança, no mais o universo era aquele pedaço de chão, os que tinham condições reservavam um dinheirinho para ir pelo menos uma vez na vida à Aparecida do Norte. A própria natureza parecia-lhes mais favorável diante da sua valorização. O matuto sabia direitinho quando deveria chover, fazer sol, esfriar e por ai vai. Umas formiguinhas com folhas andando em procissão ou um amarelão da serra no por do sol já era o suficiente para que ele pudesse fazer a previsão do tempo. O chapéu de palha de abas largas era o seu protetor solar e a cabaça com água era o seu melhor meio de proteger do calor. Muitas roças não tinham sequer energia elétrica, usavam lamparinas e a água era da cisterna. A sua alimentação não era supervisionada por nenhum nutricionista, melhor assim, porque, com toda certeza, iriam proibi-los de comer daquela forma. Hoje os tempos mudaram, bem como a maneira de viver do sertanejo.

Como dizem os jovens: "Os tempos agora são outros!". De fato! E o campo parece ter passado por transformações. A vida dura do passado fez muita gente desanimar do campo e partir para a cidade. Com isto o agro sentiu o baque e os problemas urbanos se intensificaram. A procura por ocupação sem qualificação ou qualquer tipo de experiência fez com que os ex-camponeses trabalhassem em sub empregos por salários irrisórios. Pelo menos os filhos puderam participar da escola e conseguir melhores posicionamentos. Muitos destes estudantes fizeram valer as suas raízes e optaram por entrar em cursos que pudessem ser usados nas roças. Hoje assistimos uma transformação radical no trabalho rural. Esta revolução fez com que a velha enxadinha não necessariamente aposentasse, mas fosse aliviada pelos maquinários supervisionados por profissionais que passaram por graduação, mestrado e doutorado nos assuntos relativos ao campo. De repente a produção aumentou maravilhosamente e a fartura fez enriquecer muita gente. Nas cidades as fábricas já não eram aquelas que rompiam como desse, mas, abastecida pela produção rural viraram fenômenos de produção e geração de empregos com salários mais atrativos. Os supermercados cresceram, ampliaram as suas ofertas e as novas opções fizeram brilhar os olhos dos consumidores, empregados e proprietários.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 8,36% no ano de 2021. O setor alcançou participação de 27,4% do PIB brasileiro, a maior desde 2004. Todos os produtos vindos do campo muito contribuíram para esta evolução. O Brasil é considerado o CELEIRO DO MUNDO. No ano de 2020 exportou cerca de 167 milhões de toneladas de alimentos. A quantia equivale a 21,4 quilos de comida para cada habitante do mundo. Neste mesmo ano, as exportações atingiram quase 210 bilhões de dólares. Hoje o Brasil é a 13º maior economia global. Os números citados são generalizados por faltar espaço para entrar em detalhes. Mas é realidade que todos os setores do agro estão numa excelente fase. Os aumentos nos supermercados são devidos a muitos fatores como climáticos, insumos vindos da Rússia em guerra, aumento do dólar, particularidades do mercado, dentre outros.

Em crônicas passadas muito já falamos sobre o meio ambiente e as inúmeras investiduras dos ambientalistas para que a natureza fosse valorizada. Hoje, ao falar do agro, percebemos que este respeito e parceria proporcionaram excelente sucesso a ambos. Não que o antigo matuto desconsiderasse o meio natural em que era inserido, mas hoje, como as exigências foram ampliadas, inclusive para as cidades, o ser humano pode se beneficiar em todos os sentidos.

Enfim, o que poderíamos fazer nesta conclusão seria agradecer a todos que se empenharam no passado e aos que hoje, utilizando os equipamentos modernos, revolucionaram o sertão. Graças a estes heróis temos a nossa mesa farta com alimentos variados, de qualidade e abençoados. Obrigado, homem do campo! Que suas mãos e inteligência continuem sempre amparadas pelas bênçãos divinas! 

Fonte: CLIENT

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