09 de julho de 2023 às 08:00
A NOSTALGIA DO ROCK
Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no Programa Show de Domingo do dia 09 de julho de 2023

No dia 13 de julho, comemora-se
o ROCK. Pela crônica de hoje vamos fazer uma viagem no tema para saber como
tudo começou, quem são os roqueiros mais ilustres pelo tempo e como está essa
cultura nos dias hoje. Comecemos com uma fala de Pete Townshend: "Rock’n’roll
pode não resolver seus problemas, mas permite que você dance por todos eles".
Como qualquer estilo de música,
é possível encontrar vários níveis que se classificam como boas, ruins,
esdrúxulas, cansativas, criativas, filosóficas e fracas de mensagem. No passado
a fama dos roqueiros não era muito boa, alguns grupos mais radicais deixaram
passar uma imagem de doidões, insanos, adeptos de doutrinas satânicas, usuários
incontroláveis dos mais diversos tipos de drogas e bebidas, corpo tatuado ao
extremo e um visual nada trivial, em contrapartida existiram também aqueles que
fizeram uma versão mais serena com um formato mais tranquilo onde era possível
entender o que estava sendo cantado. Em todos eles a guitarra sempre foi a
principal identificadora com acompanhamento da bateria e outros instrumentos
que aparecia muito pouco.
E por que o 13 de julho foi
consagrado dia Mundial do Rock? Pois bem, embora exista há muito tempo, a data
foi oficializada no ano de 1985 em um dos maiores festivais de rock da
história, o LIVE AID. O interessante foi que este evento aconteceu para
promover uma ajuda humanitária com arrecadação de fundos para socorrer as
pessoas que sofriam com fome na Etiópia. Nos anos de 1983 e 1985 esse país
africano sofreu uma grave crise de alimentos causando uma guerra civil
ocasionando mais de um milhão e duzentas mil pessoas mortas de fome e outros
milhares fugindo para países vizinhos. O LIVE AID aconteceu simultaneamente em
duas cidades: Filadélfia nos Estados Unidos e em Londres na Inglaterra.
Estima-se que dois bilhões de pessoas acompanharam os shows em 150 países. As
maiores celebridades do Rock mundial marcaram presença e um fato curioso
aconteceu com Phil Collins que tocou em Londres e em seguida embarcou em um
avião rumo à Filadélfia para também tocar na cidade americana, foi dele a ideia
de transformar o dia 13 de julho como data para comemorar internacionalmente o
rock. Segundo dados da época, foi arrecadado o total de 150 milhões de libras,
mas, algo de muito ruim aconteceu, a doação foi desviada na Etiópia e ao invés
de ajudar quem precisava, foi usada por grupos rebeldes e pelo próprio governo
etíope para comprar mais armas e continuar financiando a guerra.
O Rock surgiu na década de 50
proveniente da mistura de três gêneros musicais: Blues, Country e Jazz. Elvis
Presley é considerado por muitos como o REI DO ROCK, mas a história americana
apresenta muitos roqueiros que se tornaram celebridades, mesmo o estilo tendo
saído das profundezas da escravidão dos africanos naquele país. Enquanto
trabalhavam, cantavam um estilo que misturava o blue rural, o country e o
gospel, fazendo nascer um modelo clássico que contribuiu para diminuir um pouco
o preconceito. Na ocasião o saxofone era bem usado, talvez por influência do
Jazz, mas diante de uma identificação mais precisa, a guitarra elétrica, o
baixo, o teclado e a bateria assumiram o novo ritmo.
Até que o rock se imortalizou,
mas o seu brio foi abafado pelo surgimento do pop. Alguns cantores até tentaram
mesclar os ritmos, mas, a bem de verdade, o rock raiz deixou de existir na sua
essência. Hoje é possível ver jovens curtindo ainda roqueiros internacionais e brasileiros,
mas a grande maioria cedeu ao ritmo da atualidade e o rock passou a ser lembrado
de maneira saudosista pelos mais velhos e apreciadores do antigo ritmo. É chato
dizer, mas algumas bandas não souberam preservar a beleza do rock e criaram um
modelo pauleira que conseguiu muitos adeptos, mas desagradou bastante o
roqueiro clássico.
Esta cultura conseguiu
apresentar muitas letras edificantes com um teor filosófico impressionante.
Aqui no Brasil lembramos Renato Russo, de uma inteligência incrível, Raul
Seixas, Lobão, Rita Lee, Lulu Santos, Cássia Eller, dentre tantos. Bandas como
Titãs, Engenheiros do Havai, Raimundos, Skank, Jota Quest, Capital Inicial, Os
Mutantes, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso, RPM, Charlie Brown Jr e por ai
vai... São tantas que se citássemos todas aqui comprometeríamos muito o nosso
espaço. Pelo mundo afora uma quantidade enorme de representantes da classe deixou
o seu legado, mesmo muitos não tendo terminado de maneira normal as suas vidas.
É desconhecida a origem do termo
rock and roll. Arriscando respostas, alguns dizem que pode ter uma relação com
a palavra "agitar" em inglês, por ser um estilo dançante. Mas tem também quem diga tratar-se de uma
gíria afro-americana de conotação sexual. De qualquer forma, o ritmo contagiou
em formas de protestos, declarações, melodias, desabafo, revelações e paixões.
A trajetória da humanidade se misturou com este ritmo musical e contribuiu para
escrever a história de muita gente, bem como de muitas realidades.
Enfim, chegamos a mais um final! Hoje focando o
ROCK. Há quem diga que ele tem como padrinho o inimigo de Deus por ser
simbolizado por um chifre feito com os dois dedos extremos da mão levantados e
por possuir características bastante pesadas à religiosidade, mas é possível
assistir grupos que contemplaram outros públicos e conseguiram repassar algum
tipo de mensagem para mostrar que o que importa é ser feliz consigo próprio e
com os outros e que a vida vale a pena ser vivida. E para fechar com chave de
ouro, vou parafrasear U2 com os seguintes dizeres: "Tocar é curar, machucar
é roubar, se você quer beijar o céu, é melhor aprender a se ajoelhar".
Fonte: CLIENT