Nesta semana comemoramos os músicos que são lembrados no dia de Santa Cecília. A música possui um diferencial nas nossas vidas a tal ponto de exercer um fortíssimo papel consolador, animador, instrutivo, meditativo, educativo e confortador. Os seus criadores normalmente são pessoas muito inspiradas que conseguem captar no ar uma melodia ou letra que consegue se eternizar. Pela crônica de hoje vamos viajar pelo mundo da música para sentir este drama e tirar boas lições para nossas vidas.

Seria atitude preconceituosa rotular os modelos de músicas como boas e ruins. Tudo é uma questão de gosto! Tudo bem que algumas possuem letras que andam na contramão da ética e da moral e por causa disto deveriam ser banidas, mas o mundo é eclético e embora desejemos virtudes para todas as pessoas, sabemos que nunca alcançaremos 100%.  A questão cultural muito pesa neste quesito, pois os gostos são diferentes e merecem ser respeitados. Talvez a melhor saída seria curtir o que gosta, abandonar o que não gosta e não desejar ser o dono da verdade.

Por ser considerado uma arte, a música é sentida no fundo da alma, isso serve para as reflexivas, bem como para as românticas e por que não dizer, também para as agitadas. Tudo depende do aproveitamento. As religiosas ou gospel contribuem na sintonia com Deus, as antigas trabalham com a recordação e nostalgia, as consideradas "sofrências" auxiliam nas baladas e nas declarações de amor, o rock identifica uma geração, os "modões" revelam as histórias do homem do campo, enfim, todas possuem seus respectivos públicos e intenções. O que estas culturas não podem deixar acontecer é a destruição da humanidade com formatos esdrúxulos ou provocadores da desordem.

Os instrumentos são as ferramentas que guiam os músicos nos seus intentos. Em uma orquestra sinfônica é possível perceber a sintonia e a parceria entre todos os envolvidos com a regência de um maestro que às vezes até fecha os olhos para sentir profundamente o que está sendo tocado enquanto ele usa a sua palheta para direcionar cada tom. O mesmo serve para as Bandas de Músicas e porque não dizer para os conjuntos que levantam aplausos de uma encantada plateia que não conhece a teoria, mas usufrui da prática.

A padroeira dos músicos é Santa Cecília. Ela é do terceiro século depois de Cristo e tocava um instrumento que antecedeu o piano. Ela também cantou salmos de louvor a Deus no momento da sua morte. A sua história é marcada por uma vida totalmente consagrada a Deus. Mesmo optando pela pureza e virgindade a família a obrigou casar com um ateu. Contando sua história ao marido, ele entendeu os propósitos dela e converteu, bem como seu irmão. Todos foram martirizados mais tarde por defender a fé.   

Diríamos que não somente os tocadores, compositores e cantores podem se considerar músicos. Na verdade, todos nós somos! Afinado ou desafinado, todos cantamos de modo oficial ou não. A música faz parte da nossa vida e da nossa história. Quando não sabemos criar, fazemos paródias ou inventamos e é claro que os músicos profissionais acham um absurdo este amadorismo, mas para nós o que importar é soltar os sentimentos e ser feliz. Até mesmo quem não toca nenhum instrumento, quando ouve uma boa canção, acaba fazendo um batuque na mesa com os dedos ou finge tocar uma guitarra ou violão. Está intrínseco em nós o gosto por algum tipo de melodia. O que seria de nós nas longas viagens de carro sem a companhia de um rádio ou de alguma playlist? As caminhadas parecem ganhar mais ritmo com a ajuda dos fones de ouvido. O que seriam das novelas, filmes e séries se não tivessem o profissional do som que sabe colocar na hora exata o som certo para dar vida à cena?

Os surdos, por sua vez, usam seus dotes para usufruir das canções. Além do código de sinais, eles leem os lábios e acompanham a movimentação. As descobertas sugerem que a experiências que eles têm quando sentem a música é similar à de ouvir músicas para outras pessoas sem essa condição. A percepção das vibrações musicais é tão real quanto seu equivalente sonoro por serem ambos processados na mesma região do cérebro.

O filósofo alemão Friedrich Nietzche dizia que "sem música a vida seria um erro". Já Arthur Schopechauer falava que "a música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende". Também o filósofo grego Aristóteles afirma: "A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e eleva acima da sua condição". Robert Browning vai mais longe: "Quem ouve música, sente a sua solidão de repente povoada". Luciano Pavarotti ousou: "Aprender música lendo teoria musica é como fazer amor por correspondência". Incrível o que disse o rei do rock, Elvis Presley: "Não sei uma nota de música. Nem preciso". Bob Marley também deixou sua mensagem: "Uma coisa boa sobre a música é que quando ela bate, você não sente dor". Há quem diga que sem música a raça humana já teria sido extinta a muito tempo, ela tem o dom de trazer paz, alegria e amor pra todo mundo! Os músicos criam trilhas sonoras para a vida, deixando-a mais harmônica, bonita e agradável! Independente do sucesso, o talento conta muito e faz a grande diferença.

Sob a intercessão de Santa Cecília encerramos o tema de hoje pedindo a Deus por todos os músicos, fundamentalmente àqueles que edificam. Finalizemos então com a oração do músico: Deus Todo-Poderoso, que nos destes a vida, os sons da natureza, o dom do ritmo, do compasso e da afinação das notas musicais, dai-nos a graça de conseguir técnica aprimorada em nossos instrumentos a fim de que possamos exteriorizar nossos sentimentos por meio dos sons. Permita, Senhor, que os sons por nós emitidos sejam capazes de acalmar nossos irmãos perturbados, curar doentes e animar os deprimidos, que sejam brilhantes como as estrelas e suaves como o veludo. Permita, Senhor, que todo ser que ouvir o som dos nossos instrumentos sinta-se bem e pressinta a vossa presença. Santa Cecília, padroeira dos músicos, rogai por nós! Amém!

Fonte: CLIENT