14 de novembro de 2021 às 08:04

A EXTINÇÃO DA HUMANIDADE

Crônica de Elias Daniel, lida e interpretada por Evaldo José no dia 145 de novembro de 2021

Crédito:Detalhe de Evita (2008), de Santiago Porter (Foto: Reprodução / Rolf Art)

Uma eterna dúvida assola as mentes acerca do fim do mundo. Como tudo nesta vida tem um princípio, meio e fim, a nossa existência poderá se deparar com um encerramento definitivo? Terá alguma semelhança com o que aconteceu com os dinossauros? O que a Bíblia diz a respeito? A partir deste embasamento, guiaremos as reflexões da crônica de hoje.

Um interessante vídeo foi exibido nas redes sociais sobre um congresso mundial num plenário da ONU onde chefes políticos e especialistas do mundo inteiro são sobressaltados com a entrada no recinto de um dinossauro enorme que pede a palavra e deixa o seu recado. Nos seus dizeres ele comentava que a dizimação da sua espécie teria acontecido por causa de um meteoro, mas que a humanidade de hoje está procurando com as próprias mãos a sua extinção. Trata-se de uma propaganda da ONU para chamar a atenção quanto à degradação do meio ambiente, às culturas de desvalorização à raça humana, o desrespeito com as pessoas, as guerras químicas, biológicas e armamentistas e por que não dizer esta briga horrorosa pelo poder, onde nações criam vírus para aproveitar-se da situação. Mas, o mundo um dia de fato poderá acabar? Pode até ser que sim, mas como o ser humano é finito, poderá não assistir a finalização da humanidade no momento em que fizer alguma coisa para que ela prospere. O homem tem todas as ferramentas necessárias para adiar o fim dos tempos, mas se recusa a usar. Por qual motivo não aproveita os bilhões gastos com a procura do poder para controlar a fome dos países pobres? Por que não reverte o dinheiro gastos com armas em saúde, educação e saneamento? Já está mais que provado a necessidade de se importar com o meio ambiente e as causas sociais em prol da sobrevivência humana. E continuo a não entender a dificuldade de considerar esta questão.

O evangelho deste final de semana apresenta um contribuição para o tema, assim disse Jesus aos seus discípulos: “Naqueles dias, depois de grande tribulação, o sol vai se escurecer e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas. Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terá e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra. Aprendei, pois, da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto. Assim também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas. Em verdade vos digo, esta geração não passará até que tudo isto aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Quanto à hora e dia, ninguém sabe, nem os anjos do céu, bem o Filho de Deus, somente o Pai do Céu é que sabe” (Mc 13,24-32). Vejam que esta preocupação com a humanidade é antiga, muitos profetas tocaram no assunto e aqui pelo evangelista Marcos, Jesus. Os incrédulos poderão dizer que já se passaram tantos anos e o fim não chegou, embora o texto bíblico tenha dado a impressão que não demoraria. Neste ponto convém a atentar a dois detalhes, um deles no final da leitura, onde ficou bastante claro: “Quanto à hora e dia, ninguém sabe, nem os anjos do céu, bem o Filho de Deus, somente o Pai do Céu é que sabe”, outro fator é que Deus é misericordioso e por incrível que pareça, acredita no homem e torce por suas mudanças de postura. Ninguém pode negar que estas tribulações citadas de maneira poética aconteceram e acontecem nos nossos dias. Percebam que a cada ano, doenças novas surgem fazendo o mundo acabar pra muita gente, temos também a tribulação da fome, do desemprego, da violência, da ganância, da corrupção e por ai vai. Tudo leva a crer que a dizimação humana poderá acontecer por causa do desamor, pela pouca importância com as causas ambientais, por permitir evoluir a desigualdade social e por achar que Deus não existe.

Preste atenção nestas curtas e belas palavras da escritora Cecília Meireles em uma de suas obras: “O mundo vai acabar e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros e tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos só em nós mesmos ou só nos outros”. Somos todos moradores de uma sociedade tribal onde faz-se necessária a boa convivência para o bem comum. No momento em que as pessoas puder cuidar uma das outras, com toda certeza assistiremos a um fim menos penoso. São Paulo falava muito sobre a fé e obras, ou seja, além do quesito oração, o ser humano precisa se importar em ajudar os menos favorecidos e quando falamos em ajudar, não estamos nos referindo àquilo que não te serve mais, mas que talvez ainda seja importante para você. Ajudar quem precisa ultrapassa a condição de levar uma cesta básica, mas verificar se precisa de algo mais como remédio, emprego, assistência psicológica, oração ou simplesmente uma companhia.

Que o mundo um dia vai acabar, isto não resta a menor dúvida. Pode ser que acabe para uma pessoa, para uma família, localidade ou povo. Até que chegue este momento, que vivamos com dignidade, amor e intimidade com Deus. Enquanto o mundo existir, que ele seja um lugar agradável e abençoado, assim, no final de tudo você poderá dizer: “É, a vida fez sentido!”.

Para encerrar o tema... não o mundo... e levando em consideração que falamos muito de amor como meio de viver bem, abracemos aquela célebre frase do saudoso cantor Renato Russo: “É preciso amar como se não houvesse o amanhã”. No mais, não convém preocupar se ele vai acabar hoje, amanhã, mês que vêm ou daqui a duzentos anos, viva intensamente cada dia, faça o bem e sinta-se privilegiado por estar vivo!

Fonte: CLIENT

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