27 de agosto de 2023 às 07:49

A CONVERSÃO PELA ORAÇÃO!

Crônica de Elias Daniel de Oliveira, lida e interpretada por Evaldo Carvalho no dia 27 de agosto de 2023

Crédito:domínio público

Santo Agostinho é celebrado no dia 28 de agosto e a sua história é fantástica. A força da oração de sua mãe – Santa Mônica – que celebramos no dia anterior, hoje dia 27 mostra como a invocação materna é muito bem aceita por Deus. Pois bem, acompanhemos como tudo isto aconteceu!

Santo Agostinho é considerado um dos doutores da igreja, nasceu no ano de 354 depois de Cristo numa cidade por nome de Tagaste, no território atualmente composto pela Argélia, na ocasião ficava sob o domínio do Império Romano. Seu pai era um pagão, algo muito comum na época, pois o cristianismo era recente e tinha deixado marcas problemáticas no império por conta da imagem subversiva de Jesus. Já sua mãe, era uma cristã devota. Agostinho era um descrente, talvez por influência de seu pai. Ele era um professor universitário bastante reconhecido no Império Romano, estudou lógica, filosofia e retórica. Baseando em seus estudos, sempre procurava modos de encontrar um certo conforto espiritual.  Possuía também um filho num envolvimento com uma jovem de 18 anos, sem, contudo, ser casado, ainda assim conviveu com ela por 13 anos e depois a abandonando, se envolveu com várias outras mulheres, enfim, ele possuía uma vida bem desvairada, mas sempre teve um carinho muito grande pelo seu filho. Mônica, sua mãe, nunca impôs sobre ele e o marido o gosto pela religião, mas vivia muito angustiada pelo ateísmo e paganismo deles. Uma coisa ela não abria mão, rezar por eles. As suas orações eram muito intensas e Deus ouviu as suas preces. Quando o filho de Agostinho completou 15 anos, veio junto a sua conversão. Com o objetivo de procurar orientações sobre como proceder, haja vista o seu gosto por correntes ideológicas não tão cristãs, além da dificuldade interpessoal por causa dos seus relacionamentos amorosos, procurou o bispo Ambrósio, por quem admirava suas pregações.

Na história de Santo Agostinho encontramos um episódio muito interessante em que ele, num dia de muita angústia, teria recebido a visita de um anjo que lhe entregou um livro e lhe ordenou que lesse. Agostinho obedeceu, leu e começou a ceder ao cristianismo. O bispo Ambrósio o batizou, bem como o seu filho. Um fato curioso foi que pouco tempo depois seu filho faleceu e pouco tempo depois, sua mãe. No meio desta tempestade de emoções ele mergulhou nas entranhas da Igreja e procurou entender tudo o que até então estava se distanciando. Se tornou um padre, depois bispo ocupando o cargo até 430, ano de sua morte.

As suas obras são maravilhosas. Após a conversão Agostinho sempre escreveu em forma de oração, mesmo nos assuntos não cristãos. Em uma delas, por nome "Confissões" relata como em um salmo, o seu sentimento de ter demorado tanto tempo para amar a Deus. A Irmã Kelly Patrícia conseguiu expressar em uma música esta obra: "Entrei no meu íntimo sob tua guia e consegui. Porque tu te fizeste meu auxílio. Entrei e vi com os olhos do coração. A luz imutável forte e brilhante. Quem conhece a verdade, conhece a luz. Ó eterna verdade. Verdadeira caridade. Tu és o meu Deus. Por ti suspiro dia e noite desde que te conheci e mostraste-me então quem eras. Irradiastes sobre mim a tua força, dando-me o teu amor. Tarde te amei... Tarde te amei... Ó beleza tão antiga e tão nova! Eis que estavas dentro e eu fora, seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam senão em ti. Estavas comigo não eu contigo. Chamaste, clamaste por mim e afugentastes minha surdez brilhaste, resplandeceste sobre mim lançando para longe minha escuridão. Exalaste perfume e respirei, tocaste-me e ardi pela tua paz".

Como somos gratos às orações de Santa Mônica! As suas preces foram ouvidas por Deus e seu marido converteu, bem como seu filho. As mães precisam perceber o quanto são muito ouvidas quando rezam! Nossa Senhora, a mãe de Jesus, entende o sentimento de cada uma delas, afinal de contas, experiência ela tem. A história de Santa Mônica revela uma vida sofrida quando, ainda jovem foi obrigada a se casar com Patrício devido a um acordo dos seus pais, ele era um homem violento e mulherengo. Suportou tudo no silêncio e com mansidão. Encontrava conforto e consolo nas suas orações que fazia à Virgem Maria pedindo sempre a conversão do esposo que mudou de vida, batizou-se e morreu como bom cristão. Por Agostinho ela rezou por 33 anos. Um personagem que já dissemos, muito contribuiu neste processo, Santo Ambrósio de Milão. Ela faleceu no dia 27 de agosto de 387, após adoecer-se. A sua morte aconteceu no mesmo ano em que Agostinho foi batizado e se oficializado cristão. Foi como se ela encerrasse a sua vida depois da missão cumprida. Com toda certeza, Nossa Senhora deve tê-la recebido nos céus de braços abertos!

Muitas outras conversões aconteceram a partir do legado de Santo Agostinho. Sobre sua mãe, certa vez disse: "Ela me gerou seja na carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade". No seu trabalho pastoral fundou uma congregação religiosa dos frades agostinianos com diversas comunidades no Brasil. Pelo mundo da filosofia prestou grandes favores em prol da reflexão. O seu conhecimento profano, maniqueísta e cético antes da conversão juntou-se ao seu tardio amor incessante a Deus, fazendo-o completo nas suas opiniões. As principais ideias dele envolvem a fé e a razão, a primeira certeza racional, a iluminação divina, o problema do mal e o livre arbítrio.

Para concluir adotemos um pensamento de Santo Agostinho para o nosso crescimento espiritual: "A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las". E também um de Santa Mônica: "Não há lugar que esteja longe de Deus". Que as nossas orações encontrem a força destes santos em prol de um mundo mais santificado.

Fonte: CLIENT

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