Uma profissão muito digna e bonita é a de quem cuida de pessoas, aqui no caso, idosos, crianças ou deficientes. Mais do que uma tarefa remuneratória, o cuidador precisa ter muito dom e conhecimento. Desprezível são os que maltratam, agridem e desfazem dos que estão sendo cuidado. Trata-se de uma vocação que utiliza como ferramenta o amor, a dedicação e a paciência.

Uma coisa é certa, se a pessoa precisa de cuidados é porque não consegue agir sozinho. Vamos começar pelos idosos que possuem muitos anos de vida com muita história na bagagem. Por mais que o cérebro seja um poço de eficácia, a sobrecarga é inevitável, e já não suportaria mais tanta pressão deixando a pessoa com sequelas mentais terríveis, afetando inclusive o seu desenvolvimento físico. A memória então fica extremamente a desejar acarretando os conhecidíssimos males como o de Parkison e Alzheimer. Estamos assim diante de uma pessoa que não consegue ter controle nos seus atos, algumas vezes com incontinência urinária, tremedeira e vários problemas comuns à idade. Se neste instante foi necessário contratar um cuidador é porque a família tem suas limitações como desconhecimento, falta de tempo e por ai vai. Como estão pagando, fazem questão de um profissional que não pretenda apenas possuir um emprego, mas exercer um sacerdócio. Alguns idosos são muito difíceis porque têm dificuldades de aceitar aquela situação, eles que foram tão ativos e atuantes e agora ter que depender de alguém para limpar-lhes o traseiro depois de ter feito suas necessidades fisiológicas numa fralda geriátrica não é nada fácil. Se o cuidador ou cuidadora não tiver muita paciência, psicologia e calma certamente terá muita dificuldade para exercer a profissão. Uma boa dica seria divertir com a situação, apesar de tudo. Deve-se tratar os idosos como se fossem crianças, embora não deixar transparecer esta artimanha para não decepcioná-los. Sinta a energia de sua história. Idosos adoram contar coisas do passado, entre na história deles, indague, pergunte e valorize. A partir do momento em que eles ficarem a vontade, aceitarão ser cuidados. Agora, se não gostarem, ai vai ser necessário muito jogo de cintura! É bom lembrar que os cuidadores que trabalham a noite não podem dormir no serviço, tão somente cochilar mesmo que o idoso ou idosa tenha noites tranquilas. Aqueles que dormem mais que quem está sendo cuidado poderá não ver alguma situação inusitada na madrugada e evitar um mal maior. Um detalhe importante também é o rigor nos horários dos remédios para prosperar ainda mais a vida daquela pessoa e concomitantemente o seu emprego.

Por outro lado temos a BABÁ, a cuidadora de crianças. Os pais quando contratam esta profissional fazem questão de pessoas que consigam praticar uma maternidade adaptável. Algumas também são difíceis e exigem muito profissionalismo para lidar com a questão. Além de praticar a psicologia, a babá precisa ser professora, mãe, coleguinha, guia, disciplinadora e fundamentalmente, paciente. Algumas se cansam tanto que recorrem à “Galinha Pintadinha” para dar uma força! Trata-se daquela de vídeos que apresentam canções animadas por uma galinha e sua turma para entreter crianças com muita pedagogia e didática. Bom... Não deixa de ser um caminho interessante, mas como a criança precisa de brincar e aprender os seus limites em tudo, inclusive no uso de recursos tecnológicos, cabe à babá administrar tudo. E olha que não é uma tarefa fácil, porque muitas delas logo cedo já possuem um celular com atrações mais interessantes que alimentar, por exemplo. Faz-se necessário despertar nelas a criatividade, a distribuição de horário, a disciplina e os bons costumes. Vejam que uma verdadeira babá não pode ser simplesmente aquela que vai até a casa da patroa que sai para trabalhar e finge que cuida de maneira largada.

Vamos conversar agora sobre os cuidados aos deficientes. Alguns são acamados e necessitam de amparo até mesmo para virar na cama. Mais uma vez a paciência se faz necessária. Eles não escolheram estar ali, provavelmente foi alguma manobra errada da vida que lhe ocasionaram aquela situação. Muitos são deprimidos e têm enormes dificuldades de aceitação. Mais uma vez o cuidador precisará utilizar a sua psicologia para mostrar que não há nada de anormal ali, tão somente alguma limitação. Estas pessoas normalmente utilizam cadeiras de rodas, andadores, muletas e bengalas. Às vezes são cegos, atrofiados, obesos ou vítimas de algum acidente. Além dos cuidados normais com medicamentos e higienização, eles precisam também de um bom bate-papo para aumentar-lhes a autoestima, banho de sol, diversão e atenção.

Notaram que os profissionais desta área não podem ser apenas uns meros cuidadores? São verdadeiros vocacionados. São inadmissíveis os inúmeros casos de agressões que muito comumente assistimos ou lemos nos jornais. Estas pessoas cuidadas são indefesas e não tem como reagirem, sem contar que muitas vezes são ameaçadas pelos seus agressores. Diante da desconfiança muitos patrões ou famílias aderiram às câmeras escondidas para proporcionar o fragrante. As imagens são desoláveis e tristes e mesmo que elas sejam amparadas pelo Estatuto do Idoso, ECA ou Direitos Humanos, os agressores acabam se safando com inúmeras justificativas aceitas pelo judiciário.

Bom... Chegamos a mais um final! Este tema é muito bom de trabalhar e gastaria mais espaço. Se você for ou deseja ser um cuidador ou cuidadora de pessoas, se capacite, verifique se tem dom, tenha paciência e mais do que tudo, ame a pessoa que você cuida ou vai cuidar como se fosse o seu pai, mãe, irmão, irmã, esposo, esposa ou filho. Uma excelente dica para o seu trabalho é a utilização de música que muito ajuda a ver a vida com mais alegria. Você que pretende contratar um profissional deste, analise bem. Não vai pela simpatia, palavras bonitas e currículo elogiável, mas sim pelo que seu coração mandar.

Fonte: CLIENT